Monday, 14 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Cabeça colonizada Estado-sardemberguiana

Assunto: Banco do Sul. Duas opiniões convergentes: Carlos Alberto Sardemberg e o editorial do Estado de S. Paulo. Empregado e patrão, no contexto de um jornalismo em que as notícias são cada vez mais editorializadas, confundindo opiniões entre capital e trabalho, em que este, no contexto da grande mídia nacional, baleada pelas dívidas, cada vez mais se confunde com aquele, sob pena, evidentemente, de aquele demitir este, caso haja divergência, pois, afinal, o capital, inegavelmente, é poder sobre coisas e pessoas, como disse Marx. (E o rei Rui Mesquita, como evidenciou Sandro Vaia, em seu artigo ‘Por trás das dunas do Estadão‘, não revela nenhuma consideração pelos seus súditos, mesmo aqueles, como Sandro, que, depois de décadas de bons serviços apresentados ao jornal, mereceu do chefe como despedida idiota tão somente um recado no celular. Se prevalecesse uma superior consideração humanista no espírito desse capitalista-jornalista-arrogante, cronicamente endividado – pela aventura empresarial incompetente no campo das telecomunicações, subordinado ao conselho dos credores – teríamos o exemplo dignificante de cooperação entre capital e trabalho, mas…)

Coincidências que unem Sardemberg e o Estadão/Rui Mesquita contra o Banco do Sul: fecham com Washington, criador das criaturas Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – nos quais detém maior volume de cotas relativamente aos demais países-sócios, ou seja, poder de mando – e Fundo Monetário Internacional (FMI), encarregado de ser o controlador-geral dos países capitalistas subdesenvolvidos e emergentes que se encontrem cronicamente deficitários em suas contas externas.

‘Banco do Sul é proselitismo’

Em seu comentário de terça-feira, 09/10, na CBN, às 7h30 da matina, o repórter Carlos Alberto Sardemberg, disse que a criação do Banco do Sul, cujos estatutos e determinações gerais os ministros da Fazenda dos países sul-americanos discutiram, no Rio de Janeiro, no dia anterior, representa mero proselitismo.

Por que? Destaca que o X da questão, para qualquer banco, é a relação entre o que capta junto ao investidor e o que empresta ao tomador, sendo que o que ele paga àquele, em forma de juros, tem sempre que ser menor do que cobra deste, para obter rentabilidade.

Por aí, o repórter, antecipadamente, começa a duvidar que o Banco do Sul tenha capacidade de realizar essa operação entre os sócios fundadores, historicamente dependentes do Bird e do BID, bombeados pelos capitais norte-americanos e europeus para emprestarem aos emergentes, mediante juros mais baratos e duras condicionalidades que os países ricos jamais cumprem.

O capital teria duas caras?

Duvidar, sem dúvida, é o mandamento número um do jornalista, mas concluir por antecipação o resultado produto da criação político-coletiva sul-americana no campo das finanças seria, evidentemente, precipitação. Sobretudo, trata-se de equívoco. Sardemberg e o Estadão/Rui Mesquita elogiam a eficiência histórica do Banco Mundial para rechaçar a falta de experiência do Banco do Sul, concluindo ser este mera aventura. Não podem negar, no entanto, que o Bird, ao contrário do que diz Sardemberg, preocupa-se, essencialmente, menos com o preço do dinheiro, dentro do conceito de preço exercitado pelo banco privado do que com a subordinação política que o empréstimo da instituição determina historicamente em relação ao devedor.

A fila dos governadores brasileiros que batem anualmente às portas do Bird fala por si mesma. O Bird empresta mais barato do que o mercado. Não é o balanço entre captação e empréstimo que justifica sua existência.

Este, também, seria o papel do Banco do Sul, semelhante ao princípio de captar por um preço, mas cobrar preço menor do que o preço praticado pelo setor privado cada vez mais especulativo, jurista. O lucro seria assegurado, sim, mas em doses menores, de modo a sustentar o desenvolvimento regional. É o mesmo papel desempenhado pelo BNDES.

Tais instituições financeiras nascem da consciência social compensatória do capitalismo em momentos históricos decisivos. Representam decisão fundamentalmente política, para buscar equilibrar situação criada pela crescente acumulação de capital que se dá na esfera do livre mercado, destruindo o próprio mercado, dando força aos oligopólios.

Na prática, o que Sardemberg e o editorial do Estadão/Rui Mesquita mais condenam é essa perseverança dos povos economicamente dependentes do capital externo em buscar se livrar da canga financeira que tal capital, historicamente, impõe.

Diz o jornal que tal aventura coloca o Brasil subordinado aos países sul-americanos, Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Equador, que fecham com a Venezuela, onde ficará a sede do Banco do Sul. Até parece, aos olhos do jornalão, que o Brasil não faz parte da América do Sul. Se dependesse dele, faria fronteira com os Estados Unidos, para ficar melhor protegido da presença dos cucarachas. Argumenta que o país governado por Hugo Chávez, que lançou a idéia de criação do banco, teria esses países ‘cucarachentos’ no bolso porque tem colocado os petrodólares venezuelanos na compra de títulos públicos latino-americanos – argentinos, equatorianos etc. Ficar na dependência de Washington é positivo. Na dos capitais venezuelanos, negativo. O capital teria duas caras? Ou eventual solidariedade financeira latino-americana é assunto que incomoda demasiadamente os editoriais da grande mídia a serviço do mecaniscimo neoliberal-washingtoniano?

Hegemonia da homogeneidade

Além disso, tanto o Estadão/Rui Mesquita como Sardemberg se irritam com o critério – democrático-bolivariano, ironiza o jornalista – segundo o qual cada sócio terá participação igualitária nas deliberações do Banco do Sul. Certamente, gostariam que o dinheiro ditasse as diferenças individuais em detrimento do espírito coletivo. Gostariam, nostalgicamente, que predominasse o contexto no qual foi criado, tanto o FMI como o Bird, no ambiente de Bretton Woods, em 1944, tornando-se operacionais em 1946, no pós-guerra, em que o dólar super-poderoso impôs o desejo norte-americano de fixar suas próprias regras na nova divisão internacional do trabalho, vigente o poder soberano de veto de Washington.

O uso do cachimbo – obediência canina à Casa Branca – fez a boca torta. Conclui, apressadamente, o editorial ‘A aventura do Banco do Sul’, que dá para ver o resultado: todos se uniriam contra o Brasil, que colocaria mais dinheiro no banco do que os demais. Mentalizar antecipadamente uma situação inconveniente para seus interesses é sempre uma jogada de mestre dos editoriais da imprensa conservadora, ao mesmo tempo que lhe convém afirmar o capitalismo como algo historicamente dado, e não fruto do processo histórico-social sujeito às permanentes mudanças dialéticas.

Por essa razão, melhor seria, na avaliação editorialística-washingtoniana, evitar o Banco do Sul e manter, conservadoramente, o que já está em prática: a supremacia norte-americana expressa no Bird-BID-FMI, mesmo em um novo contexto histórico, no qual o dólar já não é mais aquela potência, necessitado que está de crescentes doses de Viagra. Eis a vocação da zelite latino-americana: renunciar à política em favor do economicamente dado, de forma mecanicista, pelas grandes potências. Aceita-se a hegemonia da homogeneidade, renunciando-se à realidade, essencialmente dual em sua interatividade, em que os opostos se unem e se repelem, buscando, dialeticamente, a superação da contradição.

Vivendo de cabeça para baixo

O Banco do Sul, que se propõe, no espaço sul-americano, ser semelhante a um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desde sua criação, por Getúlio Vargas, em 20/06/1952, fomentador de grupos econômicos nacionais e, agora, também internacionais, teria condições de ser uma espécie de Bird ou BID, com viés continental, naturalmente? Certamente, dependendo da correlação de forças políticas que se organizarem para alcançar esse objetivo. O resto é mecanicismo congenitamente pessimista, abraçado pela grande mídia conservadora.

A proposta do Banco do Sul é, essencialmente, política. Economia política é o nome do jogo e não meramente política econômica. O Estadão e Sardemberg não gostam que os países devedores façam política no campo econômico porque vêem a economia separada da política, uma se dando no exterior da outra, e não como extensões uma da outra. Preferem a afirmação da política econômica, que, no contexto da financeirização econômica global, é ditada pelos credores internacionais, por cima dos interesses dos Estados nacionais.

A economia política, que, como destaca Adam Smith, em A riqueza das nações, impõe ritmo ao desenvolvimento, deixa apavoradas as elites, sócias do capital externo, e seus serviçais. Esquecem que foi a economia política que levou os Estados Unidos a criarem o Banco Mundial e o FMI, para direcionar os rumos da economia global no pós-guerra, dentro das conveniências do poder monetário ditado pelo dólar, ou seja, de acordo com as políticas econômicas recomendadas por Washington. É a economia política que determina a política econômica, e não o contrário. O Estadão e Sardemberg gostariam, pelas posições que defendem, que todos vivessem de cabeça para baixo, vendo como doidos os que vêem a realidade com os pés firmes no chão.

As fronteiras dos EUA

Keynes pregou a criação do Bancor, moeda internacional que seria gerenciada tanto pelos ricos como pelos pobres, em termos relativos, para dar sustentabilidade aos balanços de pagamentos dos países capitalistas ocidentais, visto que considerava os desequilíbrios cambiais sempre favoráveis aos emprestadores relativamente aos tomadores. Como demonstra em bela reportagem o jornalista e economista Santiago Fernandes, do JB, cobrindo Bretton Woods em 1944, a disposição de Keynes visava à superação de distorções monetárias globais. Temia a subordinação geral aos interesses dominados por uma moeda poderosa, como o dólar, cujos efeitos eram sempre rompimentos dos próprios equilíbrios em nome dos quais ocorriam intervenções (‘A ilegitimidade da dívida externa do Brasil e do III Mundo’, Nordica). A pregação keynesiana, no fundo, também era política, pois o grande lorde inglês estava de olho na sua amada Inglaterra, que havia perdido a corrida do poder para os Estados Unidos. Estes, fortalecidos, no comando do fortalecido dólar, não caíram no conto de Keynes e ditaram, no porrete, as suas regras.

Os Estados Unidos ampliaram suas fronteiras avançando sobre as fronteiras dos seus vizinhos ao longo da segunda metade do século 19 e primeira do século 20, de forma sistemática. Ou foi proselitismo, como quer fazer crer Sardemberg quanto ao Banco do Sul?

Complexo de inferioridade?

Da mesma forma, a criação do Mercado Único Europeu, em 1952, chancelado pelo Tratado de Maastricht em 1992, representou ação política da Europa, que consolidou a União Européia, lastreada no euro, destinado a dar força aos países do velho continente. Essa força ganhou dimensão com o fortalecimento do banco europeu de fomento em que se transformou a união monetária européia para alavancar o desenvolvimento, tanto no espaço aduaneiro, como na praça globalizada. Espanha, Portugal e Grécia, entre outros, antes recusados dentro da União Européia pelos países ricos, passaram a ser por estes fortalecidos, a fim de ganharem dimensão global, buscando lucros fora da Europa, para não depender excessivamente das riquezas européias, acumuladas pelos ricos.

Qual a solução? Dar crédito barato para os países mais pobres tentarem a vida em outras paradas capitalistas mundo afora. Foi, proporcionalmente, uma espécie de Programa Bolsa Família. O avanço do Banco Santander, comprando, em consórcio, o ABN AMRO (Banco Real), enquanto empresas espanholas avançam sobre as concessões das rodovias federais, demonstram a estratégia da economia política européia no Brasil e na América do Sul, nas asas do crédito barato europeu.

Não é à toa que Antônio Ermírio de Moraes sempre ventila abrir seu banco na Espanha. Captaria barato na União Européia para emprestar caro no Brasil. A estratégia é semelhante à que propõe executar o Banco do Sul, para, por exemplo, concluir a rota do gás, da Venezuela à Argentina, beneficiando, no trajeto, os demais países sul-americanos. Ou não? Não é isso que já vem fazendo o BNDES, uma versão de Banco do Sul, emprestando para grandes capitalistas brasileiros que atuam em território venezuelano, como a Odebrechet, a Mendes Junior, a Camargo Correia etc?

Curiosamente, Sardemberg e o Estadão/Rui Mesquita batem palmas para a fúria capitalista espanhola sobre o mercado de capitais brasileiro e na área de transportes, impulsionada pelo banco europeu de fomento a juro baixo, mas condenam o gesto político idêntico que o Banco do Sul se propõe desempenhar, no plano regional, para dar consistência política ao desenvolvimento continental. Complexo de inferioridade?

Proselitismo e determinação

Para os que, como Carlos Alberto Sardemberg e o Estadão/Rui Mesquita, consideram a aventura do Banco do Sul um fracasso antecipado e apenas uma jogada proselitista, é perda de tempo ir contra a corrente, principalmente porque comungam do histórico e furado argumento de que os países emergentes não conseguem se desenvolver de forma auto-sustentável porque são congenitamente carentes de poupança. Mas, não foi a poupança, extraída por aqui desde 1500, em forma de riquezas em matérias-primas(pau brasil, açúcar, café etc.) e minerais (ouro e prata), que enriqueceu os países ricos europeus?

A inflação mundial, como destaca Marx, nasce do excesso de ouro e prata extraídos de Ouro Preto e Potosí, jogados na praça européia, do séculos 17 em diante, deixando o mercantilismo baleado pelas novas exigências que o metalismo impõe aos governos reinóis, para tentar evitar a expansão monetária, contida pelo padrão ouro que nasce para evitar a explosão inflacionária.

Por que condenar, ou considerar proselitismo, os povos econômica e financeiramente subjugados quando decidem tomar seu destino em suas próprias mãos, de modo a fazer valer, em nome do desenvolvimento sustentável, suas próprias determinações políticas?

Banco Asteca no Nordeste

As cabeças programadas por Washington, que pululam dentro da grande mídia nacional e latino-americana, salvo honrosas exceções, aceitam acriticamente os ensinamentos segundo os quais o capitalismo não é um processo histórico social, em transformação, mas, simplesmente, o fim da história. Não vêem o sistema em movimento de transformação, na linha hegeliana, segundo a qual ‘tudo muda, só não muda a lei do movimento, segundo a qual tudo muda’, mas como se fosse algo estático, mecânico, tendente a eternizar-se.

Batem em Lula – que está, keynesianamente, colocando poder de compra nas mãos dos miseráveis, elevando a taxa média de consumo, mediante aumento da abertura comercial nas próprias fronteiras nacionais-nordestinas, como forma de combater a inflação e, conseqüentemente, equilibrar a taxa de câmbio – enquanto aplaudem Alan Greenspan, que, em A era da turbulência – Aventuras de um novo mundo, destaca que o aumento do consumo se disseminou com a abertura de novos mercados nas regiões emergentes, enfim, nas regiões nordestinas do mundo, onde a fome está sendo combatida com poder de compra estatal nas mãos dos miseráveis.

Por que será que o Banco Asteca, da bilionária família Salinas, investe, nesse momento, em rede de supermercados nos estados nordestinos, para dinamizar as vendas, tendo como garantia os cartões de crédito ao consumo do Programa Bolsa Família?

Juro e recessão

Seria mera coincidência a disposição do Banco do Brasil, frente ao movimento do Banco Asteca, de intensificar sua participação no Nordeste, depois que os miseráveis passaram a dispor de maior poder de compra, com distribuição de 12 milhões de cartões de crédito, que mata a fome de 44 milhões de pessoas, movimentando a agricultura, a indústria e os serviços, ao colocar na circulação capitalista cerca de R$ 35 bilhões/ano (44 milhões de pessoas x R$ 2 um prato de comida x 365 dias)?

Por que os bancos privados passaram a atacar o BB, considerando seu movimento rumo ao Nordeste um processo de estatização, já que faria, na região, o papel antes desempenhado pelos bancos estaduais, privatizados na bacia das almas na Era FHC?

Sem dúvida, tem razão Delfim Netto em sua coluna ‘Da aparência à realidade’, Valor, terça, 09/10, quando diz que predomina no Brasil – especialmente na grande mídia – o pensamento comum de que a lei da economia é dada pela natureza, imune à ação política, relativamente, por exemplo, à taxa de câmbio. Fenômeno natural ou político, orientado pelos homens ou à revelia da inteligência humana?

O que fez, agora, o Banco Central norte-americano, senão economia política radical, ao diminuir o juro para evitar a recessão, ao mesmo tempo em que viabiliza, com o dólar desvalorizado, as exportações norte-americanas para diminuir o déficit dos Estados Unidos que, por sua vez, coloca em risco a saúde da moeda brasileira?

Emergências políticas

O governo norte-americano não deixou a natureza especulativa dar livre curso à sua destruição, jogando a classe média na falência generalizada. O que seria do Partido Republicano de G.W. Bush? Adam Smith, que Alan Greenspan, em seu livro, elogia, sob cautela, passa longe do mecanismo pregado pelos livre-cambistas e mercantilistas que fazem a cabeça ideologicamente colonizada da grande mídia brasileira.

Não poderia haver consumo no Nordeste, pela lógica da grande mídia, porque faltaria à região poupança para consumir e desenvolver. A poupança interna, governamental, extraída dos impostos, prova o contrário: está irrigando a praça nordestina e mostrando que esse capital nacional existe para dar o pontapé ao fortalecimento do consumo, à moeda keynesiana, para sustentar a demanda interna equilibrando câmbio e inflação. Do contrário, com a desvalorização acelerada do dólar, sem o mercado interno, o excedente exportável, sem poder ir para o mercado interno, teria que ser queimado, como fez Getúlio Vargas, em 1930, depois do crash de 1929, relativamente ao café, cujas vendas externas despencaram. Ou então, haveria paralisação da produção, para elevar os preços e manter constante a rentabilidade do capital investido, com desemprego e tensões sociais pelas costas.

Os produtores, no tempo de Getúlio, entraram no engavetamento econômico. Vargas teve que salvá-los, para evitar deflação. Agora, a enxurrada de dólares, que favorece os credores, aos quais a grande mídia rende seus princípios, merece o mais absoluto silêncio dessa dama extremamente conveniente aos interesses financeiros especulativos, que faturam na onda do dólar barato e do câmbio volátil, enquanto a produção nacional entra em profunda inquietação.

No fundo, a grande mídia tem medo de Lula cumprir a promessa que fez na sua última viagem à Europa, de não deixar que os efeitos negativos da crise monetária-imobiliária norte-americana se espraiem sobre a economia brasileira. Já estão se espraiando. Se depender dela, ficaria, conservadoramente, tudo como está, para ver como é que fica. Ela tem profundo medo da economia política, que romperia com imobilismos aos quais se subordina, para evitar emergências políticas como as que caracterizam o nascimento do Banco do Sul, para o bem e para o mal.

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Jornalista, Brasília, DF