Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Calheiros reage e
ataca a revista Veja


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 7 de agosto de 2007


CASO RENAN
Rosa Costa


Renan reage e diz que já abriu seu sigilo fiscal


‘Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que a decisão do procurador da República, Antonio Fernando de Souza, de pedir ao Supremo Tribunal Federal uma investigação das denúncias contra ele atende a um pedido que ele próprio fez. ‘Há 15 dias pedi ao procurador da República que fizesse a investigação, para que eu pudesse demonstrar todas as minhas verdades’, disse ele, acrescentando que, numa carta do dia 10 de julho ele se dispôs a abrir seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.


Também ontem, Renan reagiu às novas denúncias feitas no fim de semana pela revista Veja, garantindo que são ‘inverdades’ as alegações de que seria o dono oculto de duas emissoras de rádio em Alagoas. Ele acusou o Grupo Abril, que edita a revista, de ter feito ‘uma sociedade secreta’ com o ex-deputado João Lyra (PTB-AL) para comprar também um jornal diário em nome de laranjas. Para o presidente do Senado, o Grupo Abril pretende simplesmente usá-lo como ‘cortina de fumaça’ para ocultar a venda de sua emissora de TV a cabo, a TVA, a uma empresa estrangeira, por um R$ 1 bilhão. ‘O que todo mundo quer saber é por que esta revista fica discutindo coisas menores, quando deixa na obscuridade um negócio de R$1 bilhão’, afirmou.


Mais tarde, a assessoria do senador distribuiu cópia de uma carta que ele enviou aos demais senadores, na qual se diz vítima de ‘vilanias’. Em nenhum momento Renan rebate a informação de que uma das emissoras alagoanas está em nome de seu primo Tito Uchoa – que na época da compra receberia salário de R$ 1.390 da Delegacia Regional do Trabalho -, e que a outra está em nome de seu filho, Renan Calheiros Filho, prefeito de Murici.


Segundo o senador, ‘é nítido o propósito da revista de manter aceso, artificialmente, o pseudo-escândalo por ela mesmo criado’. E, ainda, usá-lo ‘como cortina de fumaça para que, por suas sombras, acabe por ser celebrada uma nebulosa transação’ – uma referência à venda da TVA.


‘Ninguém ignora o poder dessa gente’, acrescenta Renan. E complementa: ‘Tanto no plano ético como no plano moral, nada devo.’


Em uma nota a respeito das reações do presidente do Senado, o Grupo Abril afirmou que a ‘Veja investiga, apura e denuncia tudo o que prejudica o Brasil e pretende continuar fazendo isso’.’


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


O foco é moda


‘O Grupo Turner e a Fundação Roberto Marinho renovam sua parceria com um pronunciamento amanhã, na feira da Associação Brasileira de TVs por Assinatura. Ambos os grupos estão em busca de uma série de moda para ser exibida no Canal Futura – da Fundação Roberto Marinho – e também no mais recente canal da Turner, o Fashion TV.


Para escolher o programa que mais se encaixa no perfil dos dois canais, a parceria prevê um pitching (seleção de projetos) para novembro com produtoras independentes do País. A vencedora receberá R$ 1 milhão para a realização da atração, que deverá ter 50 episódios de 26 minutos cada um. A nova atração tem estréia prevista para 2008.


Um dos pré-requisitos para o pitching é que a série aborde a moda como um fenômeno sociocultural e terá de mostrar costumes, estilos e mercado de trabalho, entre outros temas. O pitching vai de 15 de agosto a 10 de outubro. O resutado será anunciado em 30 de novembro.


Esse é o terceiro pitching do Futura. Já a Fashion TV, que entrou no ar na semana passada, já comporta três produções nacionais.


Caetano, 65, no circo


Caetano Veloso faz hoje 65 anos e sopra velinhas no Circo do Edgard. A participação do compositor rendeu dois programas. O primeiro vai ao ar hoje mesmo, às 21h15, no Multishow. A segunda parte será exibida no dia 14, no mesmo horário.


entre- linhas


>A TV Assembléia inaugurou uma espécie de segundo canal para acomodar todas as comissões que se passam na casa. A duplicidade se dá graças à web: o site exibe uma programação complementar, e portanto distinta, daquela apresentada pelo canal visto pelo televisor, via Net e TVA.


>Aguardado com grande expectativa no programa de Márcia Goldschmidt de ontem, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, cancelou na véspera sua visita à atração. À Band, ele justificou que está afônico e ainda não reagendou nova data.


>O Warner Channel comprou um pacote de séries da CBS Paramount para colocá-las no ar ao longo deste ano e de 2008. Entre os títulos adquiridos estão Californication, com David Duchovny, de Arquivo X; Cane; Swingtown, do mesmo criador de Roma e Big Love; Life is Wild; e Eight Days a Week.


>Além de estrear a aclamada série Jericho em 3 de setembro, às 21 h, o canal AXN também colocará no ar, no dia 4, às 20 h, a minissérie Runaway, com Donnie Walhberg e Leslie Hope.


>Novidade na 13ª edição da premiação Video Music Brasil da MTV, o VMB: qualquer um poderá participar do Clipes que Você Fez. Você produz uma versão de clipe a partir das opções concorrentes na categoria Hit do Ano. Vale enviá-la até 20 de setembro via mtv.overdrive.com.br. Os indicados estão no site mtv.com.br. A festa será no dia 27 de setembro.’


MEMÓRIA / MICHELANGELO ANTONIONI
Arnaldo Jabor


Antonioni desapareceu do cinema


‘Doze anos atrás, Antonioni veio ao Brasil, já atacado pelo derrame que o fez sofrer durante 20 anos. Andava com dificuldade e fui conhecê-lo (trêmulo eu mais que ele) com Walter Khouri. Esse almoço com o mestre me fez escrever um artigo na Folha que até hoje me emociona. Repito-o como uma homenagem ao ‘maestro’.


Nada mais parecido com um filme de Antonioni do que sair com Antonioni. Eu saí. Foi uma tarde mágica, que começou com meus pés no hall de mármore rosa do luxuoso L’Hotel – gobelins entre marfim e metais dourados. Cheguei até a mesa onde estava Antonioni. Sua mulher, Enrica, bela e tenaz, lhe segredou meu nome. Antonioni não conseguia falar, por causa do derrame que sofrera em 85, mas me sorriu com um pequeno esgar na boca muda.


Quando fui olhado por ele, senti um calafrio: eu entrava no campo de visão daqueles olhos que, desde 1960, desconstruíram o cinema careta. Finalmente eu virava um objeto do seu mundo, como as árvores que se moviam no vento de Blow up ou as pedras na ilha de A Aventura.


Na mesa, os restos de um almoço (eu chegara atrasado e estava com fome). Fiquei calado. ‘Almoçou?’ ‘Claro…’ – respondi. Fiquei com uma fome orgulhosa, pois não ousaria me empapuçar ali na frente do mestre. Comi disfarçadamente uns restinhos dos biscoitos que acompanhavam o café.


Aí, a realidade passou a se mover no ritmo de um filme de Antonioni. Sob seu olhar, as coisas começaram a perder o ritmo falso, incessante de Hollywood e as pausas típicas de seus filmes foram se infiltrando.


De repente, eu estava vendo o silêncio dos circunstantes diante do drama do mestre, via o desamparo das garçonetes, a pálida solidão do barman, os restos de biscoito jogados na mesa, minha mão sorrateira pegando mais um, xícaras vazias. Aumentava o vácuo na mesa, que eu tentava preencher com frases animadas, para encobrir a dor de sua trágica doença.


E ele me olhava. Eu não podia mentir: tinha de situar meus sentimentos. O que sentia eu por ele? Pena? Sim; sentia pena, mas havia mais. Ao folhearem à minha frente um colorido livro de suas glórias, com fotos das mulheres lindas que ele teve, vi que sentia também inveja dele.


Isso. Rachado ao meio, eu sentia pena e inveja. Seus olhos esperavam uma definição minha, para me desprezar ou aceitar. Tentei convocar sentimentos mais sutis como ‘respeito’, ‘solidariedade’, etc. Mas não; essa subliteratura não colava. Aí, vi-me por instantes através dos olhos de Antonioni. De certo, ele me invejava também, por eu não estar paralítico. Mas, de dentro dele, eu me via como um desconhecido cineasta da América do Sul que pouco fez para mudar a linguagem do cinema. Teria Antonioni vindo ao Brasil na força da juventude? Falaria comigo, então? Vi, então, que eu sentia uma espécie de raiva também. Talvez ficasse tão mudo quanto agora, e minha humilhação teria sido pior. Ao menos, agora, eu podia atribuir seu silêncio ao derrame. E assim, hesitando entre pena, inveja e raiva, fiz um ‘mix’ gelado dessas emoções e ostentei uma frivolidade crua, uma impiedade desatenta, como se tudo estivesse normal ali e o ritmo da vida fosse ‘americano’. Mas, a máquina continuava no ritmo de Antonioni.


Ele era implacável, ele, uma espécie de Albert Camus do cinema. Antonioni nos libertou de um mecanismo de defesa contra a verdade e a finitude, com o ritmo que os americanos inventaram. Nossas vidas são descontínuas, velozes, lentas, sem final feliz. A morte ficou nua em Antonioni.


De repente, Enrica me diz que Antonioni queria ver o Lobo, filme com o Jack Nicholson, ali no Cine Gazeta, ao lado. Eu disse que já tinha visto. Antonioni me olhou, como perguntando: ‘E que tal o filme?’ Eu tremo e digo: ‘Tem uma cena linda, com lobos negros num campo de neve.’ Antonioni fez uma careta de aprovação e pareceu dizer: ‘Lobos sobre a neve? Então, vamos!’


Eu tremia de orgulho, enquanto andava com ele pela Avenida Paulista, com Enrica e Andreas Boni, seu secretário. Entramos no Gazeta e rolou o filmão. Na saída, Antonioni, me deu um olhar combalido: ‘O cinema acabou mesmo…’, parecia dizer. Repliquei com um sorriso, feliz da cumplicidade que ele me concedeu.


Aí, começou o meu delírio. Ao sair do Gazeta (que é no meio de um imenso prédio), Antonioni desceu de elevador com o secretário e eu e Enrica fomos de escada. Esperamos Antonioni chegar, mas o elevador veio vazio. ‘A senhora não trouxe um senhor assim, assim?’, pergunto à velhinha cabineira. ‘Não vi não.’ ‘Vai olhar embaixo, minha tia…’ Subo no outro elevador. Ninguém nos andares de cima. Fico entre o pânico e o riso. ‘Cacete, Antonioni sumiu no predião da Gazeta, como Lea Massari sumiu em A Aventura, como o homem morto sumiu em Blow up?’


Passam-se os minutos e nada do Antonioni. Enrica, nervosa, foi correndo até o hotel. Nada. Eu já imaginava manchetes: ‘Antonioni desaparece no Brasil’ ou, pior, ‘Antonioni assaltado e morto no cinema’. Volta o elevador: ‘A senhora olhou na garagem?’ ‘Vim de lá, não tem velhinho nenhum!’ ‘Minha senhora, a senhora procure por todos os andares’, berro nervoso. ‘Não procuro nada… O senhor fale com o zelador!’, responde a velhinha antipática. ‘Pronto, Antonioni sumiu, cacete, foi seqüestrado por algum cineclubista e, claro, vão dizer que a culpa foi minha!’


Já me vejo interrogado pela polícia italiana, Massimo Girotti no papel de delegado. A velhinha ligou um radinho de pilha. Um rap. Comecei a suar frio. Antonioni não vinha. O tempo passando, morto. Subo de novo as escadas, sem ar. Nada. Até que, súbito, um grito. O rosto pálido de Enrica se acende. Antonioni surge lá longe, já na esquina, num corte direto, sem continuidade, num ‘plano geral’ vazio, como no Eclipse. Não perguntei nada. Seu mistério foi respeitado.


E aí, chegou a hora da despedida. Ao apertar-lhe a mão, penso: ‘Que estou sentindo? Beijo ele?’ Não; seria muito derramado. ‘Serei discreto.’ Continuava sem saber o que sentia por ele.


Mas, aí, Antonioni me olhou dentro do olho, sorriu calidamente e eu vi que ele me aceitava. Abracei com delicadeza seu corpo magro. Com um travo na garganta, pensei: ‘Se eu chegar à idade dele, daqui a 30 anos, lembrarei deste dia e terei sido mais feliz porque vi seus filmes e o conheci.’


E, aí, finalmente, localizei meu sentimento: era gratidão.’


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 7 de agosto de 2007


CASO RENAN
Folha de S. Paulo


Senador minimiza pedido ao STF e ataca revista


‘O senador Renan Calheiros minimizou ontem o pedido de abertura de inquérito para investigá-lo feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo e atacou a revista ‘Veja’, que publicou reportagem dizendo que ele usou ‘laranjas’ em um negócio.


‘Há mais de 15 dias que eu pedi ao procurador-geral que fizesse uma investigação. Eu abri o meu sigilo [bancário e fiscal]. Vocês não divulgaram porque não quiseram, mas eu mandei uma carta ao procurador-geral pedindo que ele abrisse uma investigação para que eu pudesse demonstrar todas as minhas verdades’, disse.


Ele distribuiu ontem à imprensa essa carta, datada de 10 de julho. Nela, diz que o Conselho de Ética estava sendo pressionado pela imprensa, que ‘distorce a verdade dos fatos’ e levaria senadores a cometer ‘ilícitos procedimentais’.


No documento ele também se queixa da Polícia Federal estar fazendo perícia em documentos apresentados por ele sem autorização do STF. ‘Espero, com essa atitude, contribuir para a descoberta da verdade real, afastando assim as sombras que os inimigos da verdadeira Justiça tentam lançar sobre a minha conduta.’


Ontem o senador se concentrou nos ataques à revista ‘Veja’. ‘O que todo mundo quer saber é por que essa revista está me pegando como cortina de fumaça. Fica discutindo coisas menores, que não interessam à sociedade, quando deixa na obscuridade um negócio de R$ 1 bilhão que é a venda da TVA, da editora Abril, que é proprietária da revista Veja, a uma empresa internacional.’


A compra da TVA pela empresa espanhola Telefônica foi anunciada em outubro, mas só no último dia 18 a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deliberou sobre o assunto, impondo restrições a uma parte da operação e liberando o restante.


Na edição desta semana, ‘Veja’ afirma que o senador seria o dono oculto de duas rádios em Alagoas que teriam sido pagas em dinheiro vivo. Renan também enviou carta aos senadores: ‘Como é notório, uma revista semanal, sem limites éticos e qualquer critério jornalístico, travestida de tribunal político, vem difundindo inverdades, tentando desonrar o mandato que me foi legitimamente outorgado pelo povo de Alagoas, e dificultar a minha permanência na direção da Casa’.’


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GRUPO ABRIL: EMPRESA DIZ QUE REVISTA INVESTIGA ‘O QUE PREJUDICA O BRASIL’


‘Em comunicado sobre as críticas e acusações feitas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o Grupo Abril afirmou que a revista ‘Veja’ investiga, apura e denuncia tudo o que prejudica o Brasil e os brasileiros e pretende continuar fazendo isso’. Já a Telefônica, que está se associando ao Grupo Abril para obter participação acionária na TVA, canal de TV por assinatura, não quis se manifestar.’


MEMÓRIA / OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA
Folha de S. Paulo


Assembléia de SP homenageia Octavio Frias


‘O empresário e publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira, morto em 29 de abril último, aos 94 anos, foi homenageado em sessão solene realizada ontem na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.


Entre as cerca de 200 pessoas que participaram da solenidade estavam presentes o governador José Serra (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e três ex-governadores do Estado -Cláudio Lembo (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Maluf (PP).


Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, representou a família na mesa.


Compareceram os secretários estaduais Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil), Luiz Antonio Marrey (Justiça), Guilherme Afif Domingos (Trabalho), Sidney Beraldo (Gestão Pública), José Aristodemo Pinotti (Ensino Superior) e Hubert Alquéres (Comunicação).


Participaram ainda o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, o procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho, os médicos Raul Cutait e Miguel Srougi e Edevaldo Alves da Silva, da UniFMU.


Entre outros familiares, estavam presentes as filhas Maria Cristina e Maria Helena.


A cerimônia começou com a abertura de uma exposição fotográfica sobre a trajetória do empresário no hall da Assembléia Legislativa.


Há imagens da infância de Frias de Oliveira, de sua participação como soldado na Revolução de 1932 e ao lado de personalidades como os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso. A mostra fica em cartaz até próxima sexta-feira.


Para o governador Serra, Frias de Oliveira foi ‘um homem que fez uma verdadeira revolução na mídia impressa no Brasil e um dos homens mais importantes que construíram [o Estado de] São Paulo moderno. Marcou seu tempo, sua geração e as gerações que o sucederam’.


O presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima (PSDB), que propôs a homenagem depois aprovada por unanimidade, usou uma frase do primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) sobre o político Joseph Chamberlain (1836-1914): ‘Uma das marcas do grande homem é causar impressão duradoura nas pessoas que encontra. Outra é ter, ao longo da vida, agido de tal forma que o curso dos acontecimentos tenha sido permanentemente afetado pelo que ele fez’.


Também discursaram na cerimônia representantes do PSDB (Barros Munhoz e Maria Lúcia Amary), do PT (Donisete Braga e Simão Pedro), do DEM (Rodrigo Garcia), do PSB (Jonas Donizette), do PMDB (Baleia Rossi) e do PV (Luiz Carlos Gondim).


‘Um dos homens que foram capazes de construir um dos maiores jornais latino-americanos sem contar com o apoio de nenhum outro meio de comunicação’, disse Simão Pedro, líder do PT na Assembléia.


Compareceram, entre outros, o publicitário Alex Periscinoto, o presidente da Sabesp, economista Gesner de Oliveira, e funcionários do Grupo Folha. Doutor Farhat (PTB) representou a Câmara Municipal na homenagem prestada a Frias de Oliveira.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


As férias acabaram


‘Luiz Carlos Azenha, no Fazendo Media, Vi o Mundo e YouTube, cobriu o ato sábado e relatou coisas como ‘a faixa do movimento Guararapes, que prega golpe’. Mas no alto da home de ‘O Estado de S. Paulo’, ontem à tarde, ‘OAB nacional nega apoio ao Cansei’. E no blog do editor do site, Marcos Guterman, ‘a pequenez histórica’ da campanha da OAB-SP. No blog de Josias de Souza na Folha Online, sobre a OAB nacional, o registro de que ‘o Cansei, aos poucos, vai cansando’.


Em seu blog no iG, Helena Chagas avisa que o jogo político mudou de cenário e ‘as férias acabaram’ para Renan Calheiros. Enquanto sites, rádios e telejornais voltavam a Renan nas manchetes, Ricardo Noblat já lançava Jarbas Vasconcelos à vaga, no Globo Online.


JOSÉ DIRCEU LÁ


No blog de Fernando Rodrigues no UOL e no Blog dos Blogs, o registro de que José Dirceu estará hoje em Brasília para ‘lançar seu novo site, com mais ferramentas’.


No bar Monumental, do ‘amigo Jorge Ferreira, a presença de políticos vai dar a medida de como anda a campanha por sua anistia’.


LIMPAR A IMAGEM


No site da Reuters Brasil, com eco no blog Blue Bus, o registro de que os EUA já têm empresas como Reputation Defender.com para ‘limpar e criar imagens na internet’.


Elas ‘eliminam referências desfavoráveis, assegurando que os links não apareçam em busca on-line’. Abrange até sites ‘de acesso restrito’.


NOVA VELHA MÍDIA


De volta a Nova York, o blog de Sérgio Dávila no UOL postou sobre o ‘New York Times’ em tamanho menor ‘para cortar custo’ -e sobre a ‘sátira’ que o liberal MoveOn.org fez do ‘Wall Street Journal’ sob Rupert Murdoch. Entre os enunciados sarcásticos, ‘A mídia liberal está ajudando a alimentar o terrorismo?’ e ‘Iraque, menos violento do que a cidade de Washington?’.


ABAIXO DO MURO


Nas buscas de notícias em espanhol, o encontro de Lula com Felipe Calderón, no México, trazia destaques vagos sobre futebol ou a aliança de ambos. Aqui e ali, também o aviso do presidenciável derrotado, AMPLO, como é citado, para que Lula, a quem ‘eu respeito muito’, não se mostre ‘ponto de lança da privatização do petróleo’ mexicano.


Ao fundo, mais significativa, como sublinhou Sérgio Léo no ‘Valor’, a consulta mexicana sobre ‘a Alca sem EUA e Canadá’. Celso Amorim achou ‘perfeitamente razoável’.


APRENDER COM LULA


Em sua coluna de domingo no ‘Washington Post’, David Ignatius alertou democratas em fase protecionista a tomar ‘lições sobre como combinar políticas sociais progressistas e livre comércio na América Latina’. Ou seja, ‘com o novo consenso de centro-esquerda simbolizado por Lula’, aqui.


BARRAR O ETANOL


Em texto no ‘International Herald Tribune’, o diretor de energia do Itamaraty voltou a defender os biocombustíveis.


E em longo texto destacado no site da CNN, mais louvores ao etanol do Brasil e ataques à tarifa de importação pelos EUA, mas registrando que o protecionismo não dá trégua.


MOTORES NOVOS


Em editorial ontem, o ‘WSJ’ relativizou ‘os pânicos de crédito, nunca bonitos’, que atravessam o mundo há dias.


Argumenta que ‘a economia global vive um boom, com todos os países crescendo, fora alguns despotismos’, e que ‘as economias assim chamadas de emergentes de Brasil, China e Índia estão crescendo rápido o bastante’ para não mais limitar aos EUA o papel de ‘único motor do mundo’.’


WALLPAPER
Raul Juste Lores


Criador da ‘Wallpaper’ lança ‘Monocle’


‘Chique no último é pouco para descrevê-lo. Nos seis anos em que dirigiu a revista ‘Wallpaper’, que criou aos 27 anos de idade, o canadense Tyler Brûlé ditou o quem é quem na moda, no estilo de vida, no design e na arquitetura.


No Brasil, suspiros deslumbrados se repetiam cada vez que ele citava um lugar ou uma marca na publicação -um atestado de prestígio global.


Cinco anos depois de deixar sua criação, Brûlé, 38, volta com uma revista ainda mais ambiciosa que a ‘Wallpaper’ -chamada ‘Monocle’ (monóculo). Quase 300 páginas em quatro tipos de papel, capa preta, onde destinos turísticos exóticos convivem com o melhor do design e da arquitetura, cercados por belas e belos modelos por todos os lados.


Só que agora, política e economia também têm espaço -desde que sejam cool, como os negócios imobiliários quentes em Tóquio ou na Toscana.


Se na sua antiga revista Brulé deu farto espaço ao Brasil, a ‘Monocle’ volta a dar destaque ao país com reportagens sobre a rotina de trabalho de João Moreira Salles e fotos exclusivas do hotel Fasano no Rio.


Mas ele acha que ‘pouco ficou’ da badalação sobre o Brasil na esteira do sucesso de Gisele Bündchen. Leia trechos da entrevista que ele deu à Folha.


VIDA NÔMADE


Viajar virou algo fácil e barato, de um ponto de vista europeu ou norte-americano. Novas linhas aéreas te levam para o mundo inteiro por muito pouco. Isso cria estilos de vida que ignoram fronteiras. Esse leitor jovem que viaja muito quer experiências únicas.


MODA BRASIL


Fora a música e as Havaianas, a indústria brasileira não soube aproveitar a curiosidade que o mundo pop teve no país.


E vocês têm a Embraer, força global, que tem design, tecnologia, que transporta milhares de pessoas no mundo todo.


O Brasil tem incríveis talentos e mão-de-obra barata, mas não se tornou uma marca forte. Não sei se tem volta, é como avaliar uma festa. Já passou?


MUNDO FEIO


Sempre fui interessado pelo modernismo dos anos 50, 60, até os 70, que olhavam para o futuro, como tantas obras do Niemeyer.


Mas, no Canadá, onde nasci, constrói-se em estilo falso-mediterrâneo, falso-mexicano, que não tem nada a ver. O mesmo acontece na China ou em Dubai, nos subúrbios da Austrália. Muito mais coisa feia que boa se constrói no mundo.


MUNDO SÉRIO


O Reino Unido é um lugar muito diferente agora do que quando criei a ‘Wallpaper’. Além do fim da bolha de internet, agora o país está em guerra, em dois países. Assuntos geopolíticos e de economia impactam cultura, design e estilo de vida. Não dá mais para separar.


MORTE DO PAPEL


A internet é legal, mas, para ler, você ainda precisa de papel. O melhor lugar para ler um artigo longo ainda é o papel. Acho que jornais e revistas terão que se transformar. Uma banca de jornais em Seul ou em Tóquio é excitante. Temos que pensar na experiência tátil, visual.’


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Editor diz que tragédia da TAM ‘pegou mal’


‘A última edição da ‘Monocle’ tem como tema ‘os melhores lugares do mundo para chamar de casa’. Na lista das melhores cidades, nenhuma brasileira ou latino-americana.


Apesar de adorar São Paulo, onde deve instalar o escritório sul-americano da ‘Monocle’, Brûlé aponta seus inúmeros defeitos, além de citar o estrago que a tragédia da TAM fez à imagem do Brasil. (RJL)


CIDADES BOAS


Queremos cidades onde seja fácil se viver. Locomoção é fundamental. Em São Paulo, só é fácil para os poucos que têm helicóptero. Transporte público é fundamental, e não é bom por aí.


Cidade boa precisa ter gente na rua, como Madri ou Barcelona. Onde você conhece seus vizinhos, onde uma pessoa sozinha pode andar a qualquer hora do dia sem ter medo. Que tenha um parque verde maravilhoso, um lago ou um rio de água limpa, que não precise estar cercado de seguranças para um mergulho. Isso você acha em Munique, Zurique, não em São Paulo.


TRAGÉDIA DA TAM


Uma cidade que queira entrar nessa lista precisa ter fortes conexões globais, vôos para todo mundo. Com exceção da Lan Chile, a aviação na América do Sul é uma bagunça. A tragédia em São Paulo só confirma isso. Pelo que tenho lido, um acidente já era esperado. Por que aconteceu? O que vão fazer com Congonhas? Como fazer com que a viagem de Cumbica à cidade seja fácil e agradável? Isso pegou muito mal.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Net lança gravador de TV de alta definição


‘Maior operadora de TV paga do país, a Net lança hoje um equipamento que funcionará como receptor de TV digital, para canais abertos e fechados, e gravará programas transmitidos em alta definição (HDTV).


O aparelho, chamado de DVR (Digital Video Recorder), será apresentado na feira do setor de TV paga, em São Paulo. O equipamento só chegará aos assinantes em dezembro, quando as redes abertas (inicialmente, só em SP) e canais pagos começam a transmitir em HDTV.


O DVR deverá custar cerca de R$ 800. Ele substitui a caixa receptora da operadora e também a de TV digital aberta. Quem adquiri-lo não precisará comprar mais nada para ver canais abertos em alta definição.


Assim como a caixa decodificadora de TV digital, o DVR da Net só dará proveito total do recurso de alta definição se o telespectador possuir os novos televisores ‘full HDTV’. Mas já haverá salto de qualidade com televisores de plasma ou LCD.


O equipamento só estará disponível a assinantes do serviço digital da Net, que são cerca de 300 mil atualmente (do total de 2,3 milhões em todo o país). Terá capacidade de gravar cerca de 100 horas de programas.


Segundo Márcio Carvalho, diretor de produtos e serviços da Net, o DVR, da marca Cisco, também oferecerá interatividade plena (por exemplo, o telespectador poderá votar em enquetes feitas pelas emissoras usando o controle remoto).


EDITORIAL 1O ‘Jornal da Globo’ ganhará um novo comentarista, em comemoração dos seus 25 anos, no final deste mês. O nome do profissional, que ocupará lugar que já foi de Paulo Francis, está sendo mantido em sigilo. Arnaldo Jabor continua no telejornal.


EDITORIAL 2O aniversário do ‘Jornal da Globo’ também será lembrado por uma campanha publicitária e pelo lançamento de um espaço para charges, assinadas por Adriano Sorrentino.


SPOILERO bandidão Jacson (Heitor Martinez) vai morrer no último capítulo de ‘Vidas Opostas’, da Record. A delegada Carmo (Raquel Nunes), que tomará o lugar do delegado Nogueira (Marcelo Serrado), o matará.


BRINQUEDOFabricante do sabão Omo, a Unilever promove amanhã um fórum em São Paulo para apresentar uma pesquisa global sobre o brincar e o desenvolvimento infantil. Os dados são impressionantes: ver televisão (71% no mundo e 82% no Brasil) é a segunda atividade que as crianças mais fazem; só perde para ir à escola (85%).


BRINQUEDO 2 Brincar ao ar livre é rotina para 66% das crianças brasileiras. A média mundial é pior: 60%, segundo a pesquisa.


BAIXARIAAgora sob nova direção, o ‘Viva a Noite’, do SBT, tem apelado à baixaria para dar audiência. Sábado, além de exibir dançarinas seminuas, apresentou ensaios sensuais e um mamilo de Rita Cadilac.’


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