Pior do que reação contrária é a ausência absoluta de reação. Cair no vazio é pecado mortal. O manifesto das cinco entidades empresariais de comunicação simplesmente não aconteceu. Ninguém deu bola, inclusive os próprios jornais que o veicularam.
Divulgada na terça-feira (15/8) à noite por todas as tevês, e publicada na manhã seguinte na capa dos principais jornais do país, a nota não foi lida e se foi lida não foi entendida. E caso tenha sido entendida foi descartada pelos leitores como irrelevante.
A novidade era a convocação de um pacto político contra o terror, mas o título, além de errado, lembrava os dizeres das faixas de passeata em Ipanema. Alguma coisa está errada com uma imprensa que mesmo em uníssono e aos berros não consegue ser ouvida.
Este foi o problema mais grave desvendado pela nota conjunta divulgada há dois dias. Estava tudo pronto para que nossos meios de comunicação se apresentassem à sociedade brasileira como uma força moral capaz de impor-se à classe política, aos governantes e numa hora de emergência estabelecer as prioridades nacionais. Simplesmente não colou.
Resta perguntar: e o que é que cola? Qual o ingrediente capaz de emocionar uma sociedade que a própria mídia tornou passiva?