Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Demitido, Giobbi escreve
última coluna no Estadão

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 19 de setembro de 2007


GIOBBI DEMITIDO
Cesar Giobbi


Última notícia


‘Prezados leitores, esta é a última coluna assinada por esta equipe. No meu caso, são 14 anos ininterruptos de coluna diária, nos últimos anos 8 páginas semanais, com as duas de domingo. São também 35 anos de jornalismo, sendo que 32 deles no Grupo Estado. Ou seja, minha carreira foi construída aqui, abrigado pela família Mesquita, por quem sempre nutri sentimentos bem maiores do que a mera cordialidade de um colega de trabalho. E que certamente levarei comigo. A decisão não é minha, lamento dizer, mas foi bem aceita, e chega num momento oportuno, em que já pensava se não estaria faltando algum novo desafio, algum novo tipo de trabalho que pudesse aproveitar tudo o que aprendi em tantos anos de profissão, de observação, de crescimento, de conhecimento. Absolutamente não considero minha carreira encerrada, e estou aberto a sugestões.


Tenho que agradecer antes de tudo à minha equipe, muito fiel. Carlos Hee está comigo praticamente desde o primeiro dia. E só ficou afastado daqui devido a um corte de despesas na redação, mas depois foi trazido de volta. Karla Sarquis fez parte da equipe por cerca de 11 anos. Também saiu e voltou, já que a esta Casa, todos gostam de voltar. Adriana Drigo é a mais nova da equipe de jornalistas, que teve uma dezena de outros nomes, mas não mais que isso. E finalmente, Claudete de Lara, minha assistente pessoal, e de todos da coluna, que com sua delicadeza sempre atendeu quem os outros se recusavam a fazê-lo. E não posso esquecer Fernando Santos e os demais membros da diagramação do Estado, que sempre me ajudaram a compor a página. Fontes, também fiéis, são hoje amigos com os quais quero manter vínculos agora completamente desinteressados.


Me despeço dos meus colegas de redação e também de colegas de todos os departamentos do sexto andar (JT, arquivo, fotografia) e de outros departamentos, com quem tenho trabalhado ou simplesmente cruzado pelos corredores nestes muitos anos.


Finalmente me despeço da atual direção da casa, que, apesar de ter tomado esta decisão, tratou tudo com gentileza, respeito e educação. E que, de certa maneira, está me abrindo outras portas.’


ORIENTE MÉDIO
O Estado de S. Paulo


Jornalista detida em Teerã volta para os EUA


‘A jornalista americana de origem iraniana Parnaz Azima deixou o Irã ontem e viajou para os EUA. Parnaz, que trabalha em uma rádio americana, estava detida no Irã desde janeiro, quando foi visitar sua família. Ela é um dos quatro americanos de origem iraniana que foram detidos e acusados de espionagem e ameaça à segurança do regime iraniano.’


USA TODAY, 25 ANOS
Richard Pérez-Peña


Aos 25, ‘McPaper’ atinge a maturidade


‘No meio do ano, uma série de longas reportagens investigativas procurou elucidar por que os soldados americanos no Iraque, em sua maioria, não têm veículos que poderiam protegê-los de explosivos, embora esses veículos estejam disponíveis há anos e os militares iraquianos os utilizem.


A série foi publicada pelo USA Today – sim, USA Today, o jornal que foi pioneiro das cores vivas e dos artigos minúsculos, preferiu o otimismo à seriedade e encheu suas páginas de gráficos frívolos. Mas nenhum leitor atento ficaria surpreso ao ver reportagens áridas ao lado da ostentação.


O USA Today, que completou 25 anos no sábado, ainda se destaca por oferecer uma leitura mais leve e rápida que a da maioria dos concorrentes. E, como temiam muitos jornalistas, o jornal, já apelidado pejorativamente de ‘McPaper’, deixou uma marca nos jornais americanos em geral, levando muitos diários sisudos a publicar artigos menores, adotar as cores, dedicar mais espaço aos esportes e usar mais fotos e gráficos.


Mas, ao mesmo tempo, o USA Today tornou-se gradualmente mais parecido com outros jornais – mais substancial, mais sério, mais propenso a dar espaço amplo a pelo menos alguns grandes assuntos. O jornal deixou de ser um intruso caricatural e se tornou uma parte respeitável da grande imprensa. ‘Ainda há uma boa distância entre o USA Today e os outros grandes jornais em termos de aparência e leitura, mas não tanto quanto antes’, disse Allen H. Neuharth, ex-presidente da Gannett que criou o jornal.


O USA Today, que causou prejuízos de cerca de US$ 1 bilhão nos primeiros dez anos, é hoje uma fonte de lucro, com circulação de 2,3 milhões de exemplares em dias úteis – a maior dos EUA. No entanto, como em todo o setor, ele enfrenta o desafio da fuga de leitores e anunciantes para a internet em busca de notícias e informação.


Em alguns aspectos, o USA Today parece estar à altura do desafio. O jornal foi criado para aproveitar um fato novo – o de que a sociedade americana se tornava mais móvel – muito antes do surgimento da internet, dos telefones celulares e das conexões Wi-Fi. Foi projetado para atrair quem viaja a negócios – metade dos exemplares é distribuída em hotéis – e quem se mudou de uma região para outra dos EUA. O jornal oferece, a ambos os grupos, um produto sólido, fácil de ler, com algumas notícias da terra natal do leitor e uma perspectiva nacional das notícias não encontrada na maioria dos diários locais.


O jornal também apresentou recursos voltados especialmente a esses grupos, como o mapa do tempo, colorido e ocupando uma página – imitado quase imediatamente pelos concorrentes -, a cobertura esportiva abrangente e a reportagem agressiva sobre o setor aéreo.


O estilo gráfico do jornal, seu público relativamente jovem e seu costume de encorajar a participação do leitor anteciparam alguns aspectos da internet, embora ainda não saibamos se seu status de inovador popular continuará no futuro online.


APOSTA


Há 25 anos, Neuharth apostou a carreira – e possivelmente o futuro da Gannett – em sua visão de um jornal nacional, criado a partir do zero, apesar do ceticismo generalizado e da necessidade de sangrar recursos de outros jornais da rede a fim de lançá-lo. Durante anos, os funcionários foram na maioria jovens ‘emprestados’ de outros jornais do grupo – que continuaram pagando seus salários. Eles eram inexperientes, mas estavam dispostos a aceitar as limitações do USA Today e o menosprezo de colegas e fontes.


‘Nenhum de nós tinha o pedigree de Washington. Só tivemos sorte de estar lá’, contou Bill Nichols, um dos ‘emprestados’ originais. Ele começou a trabalhar no USA Today aos 25 anos e cobriu a Casa Branca e o Departamento de Estado. Saiu neste ano para virar editor do Politico, website e jornal dedicado à política.


A diferença entre o USA Today e o resto do setor foi evidente desde o primeiro dia, 15 de setembro de 1982. Naquela data, a maioria dos grandes jornais trouxe reportagens de primeira página sobre o assassinato de Bashir Gemayel, presidente eleito do Líbano. No USA Today, o assassinato recebeu uma breve menção num quadro de resumo de notícias na capa e um pequeno artigo na parte interna. Na metade superior da página estava a foto de um acidente aéreo na Espanha. Obedecendo à ordem de Neuharth de que o jornal se concentrasse nas boas notícias, a manchete dizia: ‘Milagre: 327 sobrevivem, 55 morrem.’ Outra morte dominava a página – a da princesa Grace, de Mônaco, num acidente de carro. Ela apareceu em várias outras capas naquele dia, mas com menos destaque.


‘Meu Deus, como os jornalistas e críticos da grande mídia atacaram aquela página. Parecia que tínhamos matado alguém’, disse Anne Goodfriend, editora e mais tarde colunista do USA Today desde a fundação até 2001. ‘Mas isso realmente ajudou a criar um clima de ‘nós contra o mundo’.’ Quinze anos depois, quando outra princesa morreu num acidente de automóvel, estava subentendido que quase todos os jornais abririam suas edições com Diana.


A primeira reação dos profissionais da área foi dura. Ben Bradlee, o reverenciado editor do Washington Post, foi citado afirmando: ‘Se o USA Today é um bom jornal, estou na profissão errada.’ Neuharth e sua equipe aceitaram a zombaria. O fundador respondeu que ele e Bradlee concordavam em pelo menos um ponto – ‘que ele está na profissão errada’. Na redação, funcionários adotaram o rótulo de ‘McPaper’.


O USA Today logo conquistou um grande público – mais de 800 mil leitores em um ano. Mas o jornal precisava oferecer um público ainda maior aos anunciantes para ser lucrativo.


A maioria dos jornais depende intensamente dos anúncios de domingo, mas o USA Today nunca saiu nos fins de semana. O jornal não tem um mercado local para apelar a anunciantes locais. Para estar presente em quase todo o país, ele é impresso em 35 localidades, muito mais que os outros jornais nacionais, The Wall Street Journal e The New York Times. Muitos anunciantes dão mais valor aos leitores com assinaturas individuais, que respondem por mais de 60% da circulação no Journal e no Times, mas por menos de 14% no USA Today.


A Gannett não divulga números separados sobre cada jornal, mas revelou que o primeiro ano do USA Today no azul foi 1993, quando a circulação alcançou 1,6 milhão. Executivos da companhia dizem que o jornal continua a gerar lucros sólidos, embora não tenha as margens de 20% de muitos de seus jornais menores.


Ao longo dos anos 80 e 90, à medida que sua equipe ganhou experiência e aumentou, o jornal ficou mais sério. Washington e as grandes corporações começaram a vê-lo como uma força a ser enfrentada.


Em muitos aspectos, no entanto, o USA Today continua diferente dos concorrentes. ‘A maioria de nossos leitores não nos lê todo dia. Assim, não há expectativa de cobertura em série’, disse Ken Paulson, editor desde 2004. ‘Podemos escolher nossos pontos e não temos de cobrir uma notícia em todos os seus estágios.’ De fato, Paulson determinou explicitamente que sua equipe abandone um dos hábitos que, segundo ele, invadiram a redação na última década – o de também cobrir os grandes assuntos que saem na concorrência.


‘Queremos publicar histórias que ninguém mais tem e que dominamos’, afirmou ele. Mas o ressentimento coletivo ainda está presente. ‘Nunca ganhamos um Prêmio Pulitzer, o que na verdade não importa’, disse Paulson. ‘Mas seria bom nos livrarmos desse porém.’’


TELEVISÃO
Leila Reis


‘Antônia foi inspirada em minha vida’


‘Qual foi a isca que puxou a audiência na Globo?


O estouro de 30 pontos de média no ibope se deu, acho, pelo fato de se retratar a periferia de São Paulo de forma humanizada. Nas noites em que era exibida não se via um gato nas ruas de bairros como Brasilândia, Parque Bristol, etc. E também por mostrar a história de pessoas de talento artístico, que trabalham em outros setores: as personagens são cobradoras de ônibus. As quatro garotas negras querem se impor pela música, mas só vão fazer sucesso agora nesta temporada e também não é aquele sucesso…


O que você foi buscar na periferia?


O cotidiano de pessoas comuns que batalham a vida. Ao falar de música, do rap, quero falar de pessoas que querem transformar o lugar onde moram, que lidam com a música e com o tanque de roupa ao mesmo tempo.


Uma história que não falasse da aspiração ao show biz funcionaria?


Não há show biz na série nem no Brasil. No Primeiro Mundo, a vida dessas meninas e a minha estariam feitas, eu não estaria com escritório dentro da minha casa.


Como o filme surgiu?


Quando comecei a escrever Antônia, havia ganho um prêmio em Santo André para fazer um documentário sobre hip-hop: Vinte e Dez. Esse trabalho me mostrou a função organizadora da música, porque os jovens nada mais fazem do que reconstruir a representação do negro na periferia por meio do rap. Escrevi o primeiro argumento de Lila Raper que mudei depois para Antônia (homenagem ao bisavô dela, contador de histórias). Ao pesquisar na periferia, encontrei meninas que tinham um sonho a realizar. Vi que a inspiração de Antônia era a minha própria vida: eu queria fazer cinema, mas tive minha filha com 18 anos e três meses depois estava viúva. Como elas, tive de fazer as duas coisas: cuidar de filho e batalhar o cinema.


Por que você escolheu o bairro da Brasilândia?


É o bairro mais cinematográfico de São Paulo, tem uma vista estonteante de 360 graus, porque é mais alto do que a Avenida Paulista. Não é à toa que todo mundo faz filme lá: Eles não Usam Black-Tie, O Invasor… Eu queria marcar o bairro em Antônia, da mesma maneira que marquei a Moóca com Céu de Estrelas.


Regina Casé reclama muito de preconceito. Você também teve restrições à TV?


Não sei o que é trabalhar na TV porque Antônia é feito de forma independente pela O2. Gostei de aprender o ritmo, porque na TV não há espaço para planos gerais e silêncios. Nunca tive uma formação de TV, ela entrou na minha casa quando eu tinha 9 anos e minha mãe só deixava ver um programa e nada mais. Caru, a minha filha, só ganhou uma TV quando estava com 8 anos. Só vejo noticiário e séries, mas não tenho preconceito. É um grande desafio fazer TV. Jorge Furtado me ensinou uma coisa: o telespectador é desatento e desinteressado. Se no cinema é preciso renovar o pacto com o espectador a cada dez minutos, na TV é a cada minuto. A história não pode parar, o telespectador não contempla, quer som e imagem o tempo todo.


Dá para ser autoral na TV?


A série Antônia é mais autoral do que o filme e mais do que Cidade de Deus. A obra não se descaracteriza porque foi para a TV. Vejo muitas coisas autorais: Boca de Cena, A Pedra do Reino, Cidade dos Homens.


O que a nova temporada de Antônia promete?


As meninas ficarão mais conhecidas. O foco será nos bastidores do show biz do grupo, elas farão turnê pelo interior de São Paulo, com mil trapalhadas. No episódio Pobres e Famosas, são convidadas para uma festa chique e não têm roupa. Em outro, vão decidir o que fazer com R$ 10 mil que cada uma ganhou. Quando estiverem bem famosas, vão se incomodar e buscar privacidade.


Por que nem o filme nem a série melhoraram a carreira de cada cantora?


Como não? São contratadas da Globo. Fazem shows em lugares melhores, mudaram de casa.’


Keila Jimenez


Record News x Net


‘Há menos de dez dias de sua estréia – marcada para o dia 27-, o Record News, novo canal de notícias da Record, pode ficar de fora da grade da Net.


O canal, que ocupará a vaga da Rede Mulher em UHF (canal 42 em São Paulo) e no canal 20 da TVA, ainda não é certeza no canal 93 da Net Digital, espaço ocupado até então pela Rede Mulher.


‘Eles não são obrigados a exibir o Record News, mas eu, como assinante, deixaria a operadora caso não tivesse um canal com a importância do nosso’, decreta o presidente da Record, Alexandre Raposo.


Uma das alegações da Net (ligada às Organizações Globo) para não colocar a Record News no ar é que o contrato acertado entre as duas partes foi com a Rede Mulher.


‘O canal continua sendo da Rede Mulher, só locamos a programação’, argumenta Raposo. ‘Mas, com certeza estaremos na TVA. E, mais importante: nas parabólicas. Somos o primeiro canal de notícias gratuito. A Net vai acabar querendo nosso produto. Estamos negociando ainda.’


O Record News teve um investimento de US$ 7 milhões em infra-estrutura e promete ficar 24 horas no ar.


Série em produção


Da linha Fernanda Young e Alexandre Machado (Os Normais e Minha Nada Mole Vida), o novo seriado da Globo, O Sistema, promove a estréia de Selton Mello na criação, sob direção de José Lavigne. No elenco: Selton, Maíra Dvorek, Gregório Duvivier e Lucia Bronstein.


entre-linhas


Mano Brown quebra o silêncio para participar do Roda Viva, na TV Cultura. No ar segunda-feira, às 22h40, ao vivo.


Solange Castro Neves, autora que trabalhou com Cassiano Gabus Mendes e Ivani Ribeiro, desenvolve duas sinopses de novela para o SBT.


Vê-se que a TV de Silvio Santos mantém nos planos a pretensão de voltar a produzir novelas criadas no Brasil, e não apenas adaptar textos da mexicana Televisa, com quem tem contrato até 2008.


A Record anuncia para 23 de outubro, bem na vaga de Simple Life, a estréia da 2ª temporada de Troca de Família.


É o terceiro reality show seguido que a Record joga nas noites de terça – vide O Aprendiz e Vida Simples.


Ricardo Linhares, co-autor de Paraíso Tropical, confirmou no chat da Globo.com que Lúcia irá engravidar de Antenor. E adiantou que ela poderá não avisá-lo e fugir, assim como fez quando engravidou de Cássio.


Na conversa, Linhares também disse que um de seus próximos projetos com Gilberto Braga será uma série sobre Tom Jobim, que deve ter Fábio Assunção no papel principal.


Na noite de segunda-feira, o site do SBT foi invadido por um hacker que postou um protesto contra a corrupção. A assessoria de imprensa do SBT informou que o problema já foi resolvido.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 19 de setembro de 2007


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Aqui, dispara e despenca


‘Foi manchete de sites e TV. ‘Bovespa dispara’, dizia o Terra, ‘dólar cai fortemente’, acrescentava o UOL. Na Reuters Brasil, ‘Bovespa tem a maior alta desde março’, e Reuters pelo mundo, ‘real salta’. Enquanto a Dow Jones destacava o ‘salto’ dos emergentes, com Vale e Petrobras em foco, a Bloomberg dava o Brasil como ‘o maior movimento no mundo’ e ouvia, de um gerente de investimentos em Nova York, que caíram ‘largamente os temores sobre o crescimento global’.


‘ACERTOS DE LULA’


Ecoou dos sites daqui à agência mexicana Notimex o editorial do espanhol ‘ABC’, ‘Aciertos de Lula da Silva’.


Diz que ‘ninguém discute que o Brasil é o principal fator de estabilidade na Ibero-América’ e ‘sua musculatura estratégica evitou o pior’, o populismo na região. Que ‘o balanço que a gestão de Lula oferece resulta notável’ etc.


ETANOL TÃO DISTANTE


O site do ‘WSJ’ ouviu da Associação Internacional de Comércio de Etanol, entidade de Cosan, Shell e outras, que o sonho maior de Lula, hoje, tornar o álcool ‘commodity’ global, estaria ‘anos longe’.


COM A CHINA


O ‘JN’ destacou o satélite brasileiro a ser lançado hoje na China, ‘para monitorar a destruição do ambiente’.


Já a agência Ansa deu que é para ‘vigiar a Amazônia’ e que ‘os acordos com a China buscam dar maior autonomia ao Brasil’, hoje dependente do ‘estadunidense Landsat’.


DE VOLTA ÀS ARMAS


Dias após Lula dizer ao ‘El País’ , com eco nas agências do Google, que ‘quer voltar a fabricar armas’ como ‘nos anos 70’, o ex-blog de Cesar Maia festejou que a ‘indústria bélica brasileira prospera!’. Do Rio, estaria para sair um submarino para a Indonésia.


A CLASSE MÉDIA DAS FAVELAS


Sob o título ‘A classe média das favelas’, o correspondente da BBC, Gary Duff, falou desde Paraisópolis, em São Paulo, sobre ‘uma sensação de otimismo, de que esta comunidade avança no sentido de uma vida melhor’. Cita ‘Economist’ e Lula, que apontaram a emergente ‘nova classe média’ do país.


Ouve morador, ‘eu não tinha nada, agora tenho DVD, minha casa e estou pensando em comprar meu pequeno carro’. Ouve economistas da USP e da Tendências -este dizendo, ‘está começando e é provavelmente uma das maiores mudanças sociais desde o fim da escravidão’.


SEM EDUCAÇÃO


No título da BBC Brasil, com reprodução em diversos sites, ‘Em lista de 34 países, Brasil é o que menos gasta em educação’. É levantamento da OCDE, em que ‘o Brasil mostra o menor investimento por estudante’, em valores reais. E gasta 3,9% do PIB, ‘acima só de Rússia e Grécia’. Na ponta, EUA gastam 7,4%.


LÍNGUAS À MORTE


Das agências do Google ao ‘New York Times’, ecoou o levantamento da National Geographic apontando os cinco pontos de maior risco para a extinção de línguas.


Um deles é o ‘centro da América do Sul’, inclusive Brasil, com 113 línguas sob risco. Diz o estudo que morre uma por semana no mundo.


Políticos mineiros na mira do procurador-geral da República: ele vai decidir quem será denunciado por usar o valerioduto do PSDB.


Da escalada de manchetes do ‘JORNAL NACIONAL’, ontem.


‘NYT’ GRÁTIS


Como noticiou o ‘New York Post’ de Rupert Murdoch há semanas, o ‘New York Times’ anunciou que vai deixar de cobrar pelo acesso à parte que faltava de seu site. ‘O que mudou foi a explosão de tráfego gerado por Google e outros’, explicou o jornal.


E Murdoch já indicou ontem, em Nova York, que o ‘Wall Street Journal’ também se abre, no final do ano.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


‘New York Times’ libera acesso on-line


‘O jornal americano ‘The New York Times’ permitirá a partir de hoje o acesso gratuito pela internet a parte do seu arquivo e a artigos de colunistas que antes integravam o serviço ‘TimesSelect’.


A medida, segundo texto do próprio jornal, reflete a percepção crescente na indústria do entretenimento e da informação de que o pagamento pelo acesso não supera o aumento de faturamento publicitário gerado por um fluxo maior de visitantes.


A cobrança pelo acesso eletrônico ao arquivo e aos colunistas, entre eles Thomas Friedman e David Brooks, foi instituída há dois anos para os não-assinantes da edição impressa do ‘New York Times’.


O pagamento era de US$ 49,95 anuais ou de US$ 7,95 mensais.


Os arquivos que estarão disponíveis sem nenhum custo incluem toda a coleção do ‘Times’ de 1987 até o presente e os exemplares de 1851 a 1922, que são de domínio público. A consulta a uma parcela do material publicado entre 1923 e 1986 continuará sendo cobrada.


Segundo o jornal, nos dois últimos anos o ‘TimesSelect’ correspondeu às expectativas, atraindo 227 mil assinantes e gerando uma receita anual de US$ 10 milhões. ‘Mas nossa projeção para o crescimento dessa base era baixa, comparada ao crescimento da publicidade on-line’, disse Vivian L. Schiller, vice-presidente e gerente-geral do site NYTimes.com.


O que mudou, segundo ela, é que muitos leitores novos começaram a chegar ao site por meio de links e mecanismos de busca. Esses leitores indiretos, impossibilitados de ter acesso ao material do ‘TimesSelect’ e menos inclinados a pagar do que os leitores fiéis do jornal, passaram a ser vistos como oportunidade para o aumento dos acessos e conseqüentemente da receita publicitária.


‘O que não antecipamos foi a explosão do tráfego gerada pelo Google, o Yahoo e outros [mecanismos de busca]’, disse Schiller. O site do ‘Times’ é o mais visitado dos EUA, com 13 milhões de acessos por mês, de acordo com a empresa de consultoria Nielsen/NetRatings.


‘Wall Street’


O empresário Rupert Murdoch, que recentemente comprou o ‘Wall Street Journal’, também disse ontem que pretende liberar o acesso via internet a todo o conteúdo do jornal. Murdoch disse que o fim da cobrança implicará uma perda de receita de US$ 30 milhões no curto prazo. Mas afirmou que esperar ganhar mais do que isso oferecendo serviços de busca e publicidade para um número maior de leitores.’


TELECOMUNICAÇÕES
Elvira Lobato


Disputa entre teles e TVs cria ‘saia justa’, afirma Anatel


‘O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Ronaldo Sardenberg, admitiu ontem que o conflito de interesse entre telecomunicações e radiodifusão cria uma ‘saia justa’ para a regulamentação da convergência dos serviços de telefonia, televisão por assinatura e internet.


A Anatel vê urgente necessidade de unificar a regulamentação sobre as tecnologias de televisão por assinatura, o que eliminaria as barreiras legais para as teles oferecerem os chamados ‘triple play’ -pacotes conjugados de serviços de voz, dados e vídeo.


Além disso, considera que a legislação sobre radiodifusão, de 1962, está defasada e também emperra a convergência dos serviços no país.


‘Teremos de ajudar o processo de formulação de novas leis ou de uma nova lei. Isso não quer dizer que não se reconheça que há uma ‘saia justa’. Reconheço que um campo das telecomunicações engloba a radiodifusão’, declarou Sardenberg, durante a Conferência Nacional Preparatória de Comunicações, que se realiza na Câmara dos Deputados.


O encontro é organizado pela Câmara, Senado, Ministério das Comunicações e Anatel. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que a discussão deve se estender a todos os Estados.


A regulamentação atual dá tratamento diferenciado às TVs a cabo e às outras formas de distribuição de TV por assinatura. A lei da TV a cabo exige controle nacional no capital da concessionária e impede que as teles distribuam o serviço dentro de suas áreas de concessão de telefonia fixa local.


Já os sistemas via satélite (Sky e outros) e os distribuídos por rádio são disciplinados por normas da Anatel e não fazem restrição ao capital estrangeiro nem às teles. Há, ainda, o serviço de IPTV, que não está regulamentado.


A resistência dos radiodifusores à entrada das companhias telefônicas na distribuição de conteúdos tem sido justificada pela necessidade de proteção à produção de conteúdo nacional.


Sardenberg defendeu que a Anatel e a Ancine (Agência Nacional de Cinema) atuem juntas para o estímulo à produção de vídeos e de filmes nacionais.


Exemplos estrangeiros


Representantes de empresas, de órgãos reguladores e de entidades européias foram convidados pelo Executivo e pelo Legislativo para descreverem suas experiências com a convergência tecnológica entre telecom e radiodifusão.


A British Telecom enviou o executivo David Gribble para falar sobre a experiência de separação da infra-estrutura de telefonia fixa.


Os cabos e os equipamentos da BT pertencem a outra empresa do grupo, criada em 2005 para garantir competição justa entre a BT e os concorrentes que dependem da rede dela.


A Anatel estuda aplicar no país o sistema de desagregação de rede existente no Reino Unido. Segundo Gribble, desde a separação da rede da BT, surgiram 20 concorrentes, que atendem a 2,4 milhões de usuários.


Representantes da Comissão Européia, da União Internacional das Telecomunicações e da Anacom (o equivale português da Anatel) defenderam que a regulamentação dos serviços, independentemente da tecnologia, é fator determinante para a redução dos preços.


‘A tecnologia não é gentil. Não pede por favor. Invade os sistemas existentes e cria novos’, disse o representante da UIT (União Internacional das Telecomunicações), Juan Zavattiero.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Baixo ibope faz Globo encurtar ‘Malhação’


‘A temporada de 2007 de ‘Malhação’ vai acabar mais cedo. A cúpula da Globo decidiu encerrá-la em novembro, e não em janeiro (como tradicionalmente ocorre), devido à baixa audiência da novela-seriado, no ar desde 1995.


Em 15 de novembro, entrará no ar uma nova trama da produção adolescente, que terá boa parte de seu elenco trocado. Os roteiristas, apontados como principais responsáveis pelo desastre deste ano, também vão mudar. A nova equipe será chefiada por Patrícia Moretzsohn, que adaptou a argentina ‘Floribella’ para a Band.


A direção-geral será trocada pela terceira vez em 2007: Mário Márcio Bandarra substituirá Carlo Milani, que em junho assumiu o lugar de Roberto Vaz. Ricardo Waddington continuará como diretor de núcleo.


A Globo admite que está antecipando a temporada da novela porque a atual decepcionou e porque os estudos da nova já estão prontos.


‘Malhação’ registra neste ano um de seus piores resultados nesta década. A média acumulada em 2007 é de 25 pontos no Ibope da Grande São Paulo, com a sintonia de 48% dos televisores ligados no horário. A média mensal, que chegou a 27 pontos em maio, despencou para 22 em agosto. Em setembro, está em 21 pontos.


A novela está em decadência desde 2004, quando marcou 32 pontos. Em 2005, baixou para 31. No ano passado, foram 29.


ELE DISSE NÃO Apesar do assédio da Globo, Marcos Palmeira não aceitou convite para atuar em ‘Beleza Pura’, próxima novela das sete. O ator já assinou contrato para fazer dois filmes. Zezé Polessa e Paola Oliveira são as últimas novidades no elenco da novela.


DESESPERODepois de amargar seu pior resultado (6,8 pontos em agosto), o ‘TV Xuxa’ estreou o novo ‘He-Man’ e o anime ‘Zatchbell’. O programa de anteontem chegou a ficar em terceiro lugar por mais de 15 minutos.


TARDE FRIA Também desesperada por Ibope, a Record mudou o horário do ‘Programa da Tarde’ e de sua grade vespertina pela quarta vez apenas neste mês. Anteontem, a atração entrou às 15h. Fechou com 5,3 pontos.


CORTE 1 A Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura) demitiu anteontem, oficialmente, 68 funcionários, o que irá gerar uma economia de R$ 7,2 milhões por ano. Assim, Paulo Markun cumpriu o que havia combinado com o governador José Serra quando aceitou o convite para ser presidente da instituição, em abril.


CORTE 2 Entre os demitidos, estão vários funcionários com mais de 30 anos de casa, o que chocou colegas. Por exemplo: Rita Okamura, que chefiava o departamento de memória, extinto às vésperas de estrear exposição de cenários e figurinos infantis.


ACABOU A TV JB, que operava precariamente, saiu do ar anteontem, mas promete voltar.’


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