Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Folha de S. Paulo

ELEIÇÕES 2006
Marcelo Coelho


Nouvelle cuisine


“COMO EX-PRESIDENTE, Fernando Henrique Cardoso andava tendo nos últimos anos
um desempenho entre regular e razoável, embora isso não passe de impressão
puramente subjetiva. Os institutos de pesquisa estão atarefados demais para
fazer esse tipo de levantamento.


Mas FHC está deixando de ser ex-presidente para se tornar uma espécie de
vice-candidato, e vão de mal a pior as suas atitudes nesse papel. À medida que a
candidatura Alckmin foi-se encolhendo, Fernando Henrique entra em cena, com
veemências constrangedoras.


Começou lamentando a falta de um ‘Carlos Lacerda’ na atual conjuntura. Para
alguém com o passado de esquerda de Fernando Henrique, a frase é um verdadeiro
escândalo; um passo a mais, e ele estaria manifestando saudades de Castelo
Branco e do regime militar.


Não estamos mais no plano do ‘esqueçam o que escrevi’; é do ‘esqueçam quem eu
fui’ de que se trata. Talvez fosse boa idéia. O problema é que ele próprio não
deixa. Agora, lança uma extensa carta, endereçada aos simpatizantes do PSDB.


Críticas aos presídios de Alckmin, defesa das privatizações, autocríticas no
plano ético… Várias camadas, com ingredientes diversos, compõem esse ‘bolo
chiffon’ retirado às pressas do sofisticado forno de nosso experiente
mestre-cuca. Cerejas vermelhas enfeitam, por exemplo, o final do texto, onde o
recente acesso de lacerdismo de FHC é corrigido com curiosos apelos à
radicalização da democracia e ao diálogo com sindicatos e movimentos populares.


Claro que sem pensar em revolução socialista ou ‘revolução salvadora’, como
diz o texto-, pois isso não está ‘em nosso horizonte histórico’. Nunca é demais
reiterar esse ponto: caso contrário, Bornhausen e ACM encontrariam sem dúvida um
bom pretexto para abandonar o barco do tucanos.


Vai naufragar, provavelmente. O objetivo da carta seria incentivar o voto em
Geraldo Alckmin, mas seu conteúdo é tão disperso, que permite mais de uma
interpretação. Seria uma tentativa de ‘refundar’ o PSDB? Do mesmo modo que os
petistas fiéis, o momento é de reconhecer ‘os erros’. Tivemos o caso Eduardo
Azeredo, diz FHC, e ‘calamos muito tempo’. De modo que, ‘para nos diferenciarmos
da podridão moral reinante, temos a obrigação moral de não calar’. Já não era
sem tempo.


Talvez tenha passado um pouquinho da hora. ‘Somos diferentes deles’, martela
FHC. O Bolsa-Família, por exemplo, seria, nas mãos dos tucanos, um compromisso
com ‘os direitos dos cidadãos’. Nas mãos de Lula, resume-se às ‘benesses de um
papai-presidente’. O ‘vovô ex-presidente’ reclama da podridão dos dias atuais.
Mas estamos todos em família.


MARCELO COELHO é colunista da Folha”




José Alberto Bombig


Desafiado, Alckmin tenta interceptar caravana da Globo


“Correndo contra o tempo para tentar reverter a vantagem do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência, o tucano Geraldo Alckmin
cancelou compromissos de campanha em São Paulo ontem para, ainda na madrugada,
lançar-se em uma empreitada: interceptar a caravana do ‘Jornal Nacional’ (TV
Globo) e gravar um programa eleitoral naquela que é considerada a pior estrada
do país.


Na noite de anteontem, Alckmin e seu marqueteiro, o jornalista Luiz Gonzalez,
viram na TV a caravana do ‘JN’ desafiar os candidatos a percorrerem trechos da
BR-316, no interior do Maranhão. Ontem, o jornal voltou a exibir reportagem
sobre a estrada.


A dupla imediatamente começou a se movimentar para chegar até o local o mais
rapidamente possível e, de preferência, interceptar a caravana, que viaja em um
ônibus adaptado pela emissora e comandado pelo jornalista Pedro Bial.


Por volta das 5h de ontem, Alckmin, de avião, rumou para o Maranhão. Em São
Luís, ele conseguiu que um helicóptero o transportasse até a estrada, que acabou
sendo percorrida pelo tucano e sua comitiva.


As imagens deverão ir ao ar no programa eleitoral de hoje à noite, junto com
as propostas do tucano para o setor.


O presidenciável, no entanto, não conseguiu interceptar a caravana
jornalística.


A ‘epopéia’ de Alckmin foi mantida em sigilo pela assessoria de comunicação
da campanha durante todo o dia de ontem. Segundo os assessores do candidato, ele
estava gravando cenas do programa, mas em um estúdio de São Paulo.”




Malu Delgado


‘O primeiro mensalão foi este? Sabemos que não’


“Em duas horas e meia de conversa, Fafá soltou 66 das suas longas e típicas
risadas. ‘Sem Anos de Solidão’ é o nome de batismo do livro -escolhido por
Millôr Fernandes- em que ela contará sua trajetória.


Um caminho onde a política é a protagonista. Personagem ímpar da campanha das
Diretas, Fafá cresceu ouvindo o pai falar de política. ‘Penso a vida como uma
ação política’, define. Com a autoridade de quem conviveu na intimidade com
‘políticos de A a Z’, ela afirma que o atual momento é ‘fantástico’ porque todos
os cacoetes da política foram revelados, e o PT não pode mais sustentar a imagem
de ‘santa no bordel’.


Antecipando alguns trechos do livro, ela fala das desavenças com a esquerda
na época das Diretas, conta mágoas com o PMDB e critica a ditadura da estética.
Votou em Lula na eleição passada, mas agora está indecisa. ‘O Brasil cada vez
mais amadurece politicamente. São tirados todos os véus. Ou será que o primeiro
mensalão foi esse? Fala sério, né!’ Veja os principais trechos:


Folha – Você está escrevendo um livro sobre política?


FAFÁ DE BELÉM – Quando comemoramos 20 anos das Diretas, alguém perguntou se
eu não ia escrever um livro. Vivi isso com todos os seus percalços, de dentro.
Depois o Aecinho [Aécio Neves, governador de Minas Gerais] fez aquele evento em
Minas, com os personagens das Diretas, e me pediram para cantar o hino nacional.
Isso foi mexendo com a minha memória. Aí eu fui almoçar com o Millôr [Fernandes]
e ele disse: ‘Eu acho que você devia escrever, com esse seu jeitão’. Conheço
gente de todas as esferas, níveis, facções e opções. O nome [do livro] é idéia
do Millôr: Sem Anos de Solidão. Maravilhoso!


FOLHA – Já começou a escrever?


FAFÁ – Tem muita coisa escrita. Minha história, que eu me lembro, começa em
São Paulo. Peguei [19]64 aqui. Começo a contar a minha vida a partir de um fato
político. Eu sempre penso a vida como uma ação política.


FOLHA – Há famas que te incomodaram, como a de oportunista na época das
Diretas. E a de brega?


FAFÁ – A coisa mais violenta que eu sofri foi uma campanha sórdida,
alimentada pela imprensa e por setores de esquerda e de direita, depois que fiz
a campanha das Diretas e apoiei Tancredo. Me chamavam de pé-frio. Passei dois
anos sem trabalhar. Nunca fiz campanha ganhando dinheiro. Nas Diretas, nem um
tostão no bolso!


FOLHA – Qual a importância da eleição do Lula?


FAFÁ – A coisa mais importante da eleição do Lula é o Brasil ter apostado num
brasileiro, num igual. A partir daí, temos os cacoetes e as manobras da política
desnudados. Uma elite muito incomodada. Uma realidade sórdida, porque não
esperávamos que o PT fizesse a mesma trajetória dos outros. E o momento agora é
de uma interrogação muito grande. O Brasil cada vez mais amadurece
politicamente. São tirados todos os véus. Ou será que o primeiro mensalão foi
este? Fala sério, né! Nós sabemos que não. Só espero que isso, pela última vez,
seja lavado. Apostou-se no PT, numa postura que o PT foi incorporando de vestal,
da santa no bordel: ‘Estamos aqui, mas isso jamais nos contaminará’. E o que se
provou é que não.


FOLHA – Já definiu seu voto?


FAFÁ – Não. Estou olhando. Não voto nulo nem faço voto útil. Tem uma situação
que vou contar no livro, naquele célebre debate do Lula com o Collor em 89. Eu
estava enlouquecida. Foi uma noite de telefonemas. Liguei para o Chico
[Buarque], para o [Mario] Covas, para o Fernando Henrique. Eu acredito nisso. E
vou acreditar a vida toda que é possível trazer gente honesta para esse país.


FOLHA – Você já foi próxima do PT.


FAFÁ – Não, desde 1985 eu saí fora. Eu cheguei ao comício de 25 de janeiro
junto com o PT. O PMDB e pessoas ligadas ao Montoro me brecaram porque diziam
que eu não tinha uma ligação histórica com a esquerda. E o Lula disse: ela vem
com a gente. Quando eu apóio o Tancredo no Colégio Eleitoral, determinadas alas
do PT, das esquerdas, ficaram muito chateadas comigo. A minha relação com o Lula
nunca foi abalada.


FOLHA – Você conheceu na intimidade vários políticos, inclusive do PT. Como
reagiu quando veio à tona o mensalão, a crise toda? FAFÁ – Eu fiquei muito
triste quando todas as insinuações chegaram ao Genoino. Eu gosto muito do
Genoino. Me lembro de que eu chorei.


FOLHA – Genoino merece seu voto a deputado federal? FAFÁ – Não conversamos.
Eu terei que dar uma olhada nessa história toda. Se ele tiver alguma
responsabilidade, não. Acho muito difícil crer que Genoino tenha parte naquilo.


FOLHA – O envolvimento do PT em corrupção te chocou?


FAFÁ – Chocado é um termo muito forte quando se fala de política [longa
risada]. Chocada eu fico com o bombardeio no Líbano.


FOLHA – Em 84 você disse, em entrevista a Ruy Castro, o que achava de vários
políticos. Chamou Ulysses Guimarães de demagogo,Tancredo de adorável. Queria que
falasse com a mesma abertura sobre alguns políticos hoje.


FAFÁ – OK, manda bala.


FOLHA – Começamos com o óbvio.


FAFÁ – O Lula! Ai, meu Deus! Deixa ele por último! [risadas]


FOLHA – OK. Geraldo Alckmin.


FAFÁ – Eu tinha a idéia de picolé de chuchu total, e o conheci no ano
passado, numa solenidade em Minas. Fiquei impressionada. Há muito tempo, desde a
época áurea dos grandes políticos, Diretas, PMDB autêntico, PDT e tal, que não
via alguém com tanta firmeza.


FOLHA – Heloísa Helena.


FAFÁ – A Heloísa é adorável, mas uma menina. Ainda tem muito chão pela
frente. O papel dela nessa eleição é bacana, pode levar ao segundo turno, que é
uma reflexão melhor.


FOLHA – Cristovam Buarque.


FAFÁ – Um professor de dignidade rara. Vejo como uma chance de quem pensará
na hora do voto.


FOLHA – Aécio Neves.


FAFÁ – [risadas] Aecinho aprendeu todas as lições com Tancredo. Mas é
completamente diferente. Tancredo era uma águia política. Foi o homem que
participou de todos os grandes momentos da história e não chegou ao poder. O
Aecinho, naquela altura, era um playboy, um ‘bon vivant’. Conseguiu construir no
governo de Minas uma equipe que toca o Estado com competência. Tem tido uma ação
mineira aos moldes do avô, de costura e discrição. A grande estratégia do
Aecinho é fazer com que quem esteja na festa esteja trabalhando, e quem esteja
trabalhando esteja na festa. [risadas] Mais mineiro impossível! Posso falar do
Fernando Henrique? [risada]


FOLHA – Claro.


FAFÁ – Fernando está melhor agora que na Presidência [risadas]. Esse tempo
fora da Presidência cria uma liberdade onde está a plenitude dele. É um
intelectual, um homem interessante, engraçado, bem-humorado. E no papel de
atirador de pé está ótimo [risadas].


FOLHA – Vamos então para o Lula?


FAFÁ – Eu me lembro do Lula, o ‘Lula Lula’. O grande mérito dele foi ser
eleito sendo o Lula. Enquanto ele teve medo e foi controlado pelos intelectuais
do PT não chegou a lugar nenhum. Eu não consigo não gostar do Lula. Embora tenha
muitas restrições a determinadas posturas dele. Restrições que tenho em relação
à atitude de muitos políticos.


FOLHA – Em 1997, quando cantou para o papa no Vaticano, você evitou falar de
aborto. É a favor?


FAFÁ – Eu sou pela descriminalização. Não adianta legalizar se você não
consegue preparar uma cabeça para entender como se prevenir.


FOLHA – E no caso das drogas?


FAFÁ – Acho que tem que ser uma legalização cuidada. A vontade tamanha de
transgressão você não vai tirar do jovem nunca. A droga era usada nos anos 70
para percepção, para as pessoas se conhecerem. Agora, a comercialização do
barato é que fez com que esse bando de caretas achem que consumir droga,
qualquer que seja a porcaria que vendam, é bacana. Já usei de tudo, como
qualquer pessoa da minha geração [risadas]. Quem tem 50 anos e não experimentou,
começou cheirar aos 40, o que é muito pior!


FOLHA – Mas houve um momento em que você se obrigou a parar?


FAFÁ – Ué, quem não tem essa consciência, bicho, ou está maluco ou ficou no
meio do caminho ou não foi para lugar nenhum. Eu já nasci aditivada!


FOLHA – E o tema estética? Sempre foi algo polêmico na sua vida.


FAFÁ – Eu cheguei com os meus peitos, e não tinha que ter peito [risadas].
Agora tá todo mundo com um maior que o meu [risadas]. Eu cheguei gordinha. Meu
peso sempre foi, a vida toda, entre 70 a 75 quilos. O ideal é 70 kg. Agora estou
com 72 kg, ralando para chegar nos 70. Hoje tenho qualidade de vida muito maior.
Com a morte do meu pai repensei minha vida toda.


FOLHA – O que você acha da ditadura da estética?


FAFÁ – Um horror! Acho maravilhoso que se fale em bulimia, porque não está
distante da gente. Já fiz umas duas lipos, todo mundo já sabe disso. Nunca sei o
que eu faria hoje ou amanhã. Acho que a pessoa tem que estar bem consigo. A
plástica não soluciona nada. Não vai te dar um namorado novo. Quando a gente
chega aos 50, entende com mais tranqüilidade ainda que não adianta usar cinta
porque todo mundo sabe que está apertada. [risadas] Um dia eu botei botox e
queria morrer. Cara, primeiro eu tive uma dor horrorosa. Depois fiquei sem mexer
a testa um seis meses, com uma febre horrível. Eu disse: meu Deus, para que
isso? Aonde isso vai me levar?


FOLHA – E redução de mama, já fez?


FAFÁ – Não, olha só para o tamanho deles [olha, aponta e dá risada].


FOLHA – A sua vontade de entrar na política tem retorno? FAFÁ – Não sei. Digo
que hoje não. Em determinado momento quase fui candidata. Hoje não. Ainda
continuo gostando de política. Sempre vou gostar.


Leia versão ampliada www.folha.com.br/062512




JORNALISMO &
ESPIONAGEM
Folha de S. Paulo


Detetives contratados pela HP espionaram jornalistas


“A investigação do procurador-geral da Califórnia sobre a espionagem
encomendada pela HP a detetives revelou que nove jornalistas foram monitorados,
além dos próprios diretores da empresa.


Repórteres do ‘New York Times’, do ‘Wall Street Journal’ e do site CNET que
fizeram reportagens sobre a HP tiveram seus registros telefônicos acessados
pelos detetives, que se fizeram passar por outras pessoas para obter dados, o
que é ilegal na Califórnia.


A HP revelou nesta semana que contratou investigadores particulares para
descobrir a fonte de vazamentos de informações a jornalistas. A investigação
interna foi encomendada depois que reportagens do ‘Wall Street Journal’
revelaram detalhes sobre reclamações do conselho sobre a então presidente da
empresa, Carly Fiorina.


A presidente do conselho da HP, Patricia Dunn, disse ontem que não sabia que
os detetives contratados tinham usado técnicas ilegais. Ela afirmou que não tem
planos de renunciar à sua posição, mas que o faria se o conselho da empresa
pedisse.”




TELEVISÃO /
EUA
Folha de S. Paulo


Após queixa de Clinton, série de TV terá ‘ajustes’


“A rede de TV americana ABC fará ‘ajustes’ no programa sobre o 11 de Setembro
que irá ao ar amanhã e segunda-feira, informou o jornal ‘Washington Post’. A
decisão foi motivada pelos protestos do ex-presidente Bill Clinton contra as
supostas insinuações contidas na minissérie de que seu governo foi negligente no
combate à rede terrorista Al Qaeda.


A emissora defendeu a produção e afirmou que os protestos foram prematuros.
‘Ninguém ainda viu a versão final do filme, porque o processo de edição não foi
concluído. Portanto, as críticas são prematuras e irresponsáveis’, afirmou a
ABC, em um comunicado.


Um executivo da emissora disse ao ‘Post’ que os ‘ajustes’ são destinados a
tornar clara ‘a indecisão do governo federal, que deixou o país vulnerável a
atentados terroristas’.”




***


Televisão: David Letterman Renova Contrato


“O apresentador do ‘Late Show’, exibido no Brasil pelo canal pago GNT,
renovou seu contrato com a emissora americana CBS por mais quatro anos. O acordo
coloca Letterman no ar por mais tempo que seu rival, Jay Leno, cujo programa
fica na programação da NBC até 2009.”




TELEVISÃO
Valmir Santos


Cultura abre o baú de Antunes Filho


“O diretor de teatro Antunes Filhos também foi um homem de televisão, veículo
contra o qual hoje pragueja ao ver atores com quem trabalhou atuando em novelas
(caso de Luís Melo).


A face televisiva do diretor poderá ser vista na série ‘Antunes em Preto e
Branco’, que a TV Cultura promete levar ao ar até o final do ano -dia e horário
de exibição a definir.


Serão apresentados 13 dos cerca de 30 teleteatros que Antunes dirigiu e
adaptou para a emissora, na década de 70.


Todos os programas serão apresentados na íntegra. Entremeando os três blocos,
haverá depoimentos de artistas que participaram dos projetos ou de críticos e
pesquisadores.


Os teleteatros foram produzidos originalmente em preto e branco. A Folha teve
acesso a um deles, ‘A Casa Fechada’ (1975), adaptado da peça de Roberto Gomes
(1882-1922).


No trabalho, é possível entrever também o olhar cinematográfico de Antunes. A
fotografia explora a atmosfera de Paranapiacaba (SP), a locação escolhida, com a
neblina nas ruas, a arquitetura inglesa nos casarões e a estação de trem.


A séria é rara oportunidade para assistir, por exemplo, às atuações de Jofre
Soares, Karin Rodrigues, Jairo Arco e Flexa.


Numa cidade interiorana, os moradores estão em polvorosa com o caso de uma
mulher que trai o marido e é obrigada a fugir. Tempos depois, o casal, os três
filhos e um delegado estão de volta à casa desabitada. Enquanto decidem o rumo
de suas vidas, trancafiados, do lado de fora a vizinhança maldiz a adúltera.


Entre os títulos selecionados pelo núcleo de dramaturgia da TV Cultura,
constam ainda ‘Vestido de Noiva’, de Nelson Rodrigues, com Lilian Lemmertz e
Edwin Luisi no elenco, e ‘A Escada’, de Jorge Andrade, com Rodolfo Mayer,
Antônio Fagundes e outros.”




Thiago Ney


Em especial, MTV repassa os 25 anos


“No último 1º de agosto, a MTV norte-americana completou 25 anos de vida. A
data foi bastante comentada pela imprensa, mas, curiosamente, não pela própria
MTV. Uma das poucas ‘celebrações’ feitas pela emissora é ‘Breaking the Rules’,
produzido nos Estados Unidos e que ganha exibição por aqui amanhã.


A MTV não fez tanta questão de comemorar seus 25 anos porque é uma emissora
que, na teoria, fala com o adolescente -e 25 anos já é muita coisa em tempos de
MySpace, YouTube, videoblogs etc.


Velha ou não, é inegável a influência que a MTV exerceu sobre a música pop
desde que foi ao ar, em 1981. O especial, apresentado pela família Osbourne,
repassa os principais momentos dessa trajetória, com a ajuda de entrevistados
como Boy George, Moby, Futureheads, Wayne Coyne, Tom Jones, além de
apresentadores da emissora.


Fala-se das boas vinhetas exibidas, de ‘Real World’, que inaugurou a febre
dos ‘reality shows’, e de animações como os ótimos Beavis e Butt-Head.


Madonna é vendida como a artista que tem a cara da MTV -Madonna está em alta;
Michael Jackson, não. Há espaço, claro, para lembrar de edições passadas do
Video Music Awards, muito melhores do que a ocorrida em 2006.


BREAKING THE RULES: MTV TOP 25 MOMENTS


Quando: amanhã, às 18h30


Onde: MTV”


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Folha
de S. Paulo – 1


Folha
de S. Paulo – 2


O
Estado de S. Paulo – 1


O
Estado de S. Paulo – 2


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