Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Laura Mattos

‘A Jovem Pan FM montou uma ‘operação caça-talentos’ em grupos de teatro. Em décimo lugar no ranking do Ibope, a emissora pretende descobrir novos comediantes a fim de criar um ou mais programas de humor.

A razão dessa aposta é o bom desempenho dos quadros originários da peça ‘Cócegas’ -o da adolescente Thati (Heloísa Périssé) e o das Cachorras (ela e Ingrid Guimarães). No ar desde setembro, agradam a 90% dos ouvintes, segundo pesquisa interna.

‘Cócegas’ ficou em cartaz por três anos no teatro-até antes deste Carnaval- e foi vista por mais de 350 mil pessoas. Thati, uma de suas personagens, migrou para o ‘Fantástico’ (Globo).

Na Pan, são sete edições diárias, com dois minutos cada uma. ‘Nós só não transformamos em um programa maior porque as duas (Périssé e Guimarães) estão em vários projetos e não têm tempo’, afirma Luiz Augusto Alper, 43, diretor artístico da Pan.

Sua intenção é ampliar o humor na programação, já que as maiores audiências são registradas pelos cômicos ‘Paulo Jalaska’ e ‘Pânico’ -que ganhou versão televisiva aos domingos na Rede TV!.

Alper era o diretor artístico da 89 FM quando estourou o fenômeno humorístico ‘Os Sobrinhos do Athaíde’ (1995-1999), com seu surfista Peterson Foca. Também nessa época, a rádio absorveu da televisão o caricato repórter Ernesto Varela (Marcelo Tas).

‘Precisamos de novos comediantes e não estamos vendo nada nascendo no próprio rádio. Por isso vamos procurá-los no teatro. Queremos encontrar pequenos grupos capazes de criar, produzir e atuar. Já temos alguns na mira, que gravaram pilotos [testes]’, diz o diretor artístico da Pan. ‘Mas nem tudo que funciona no palco ou na TV dá certo no rádio. A busca deve ser cuidadosa.’

A relação entre dial e teatro já foi intensa, principalmente na chamada ‘era de ouro’ do rádio (décadas de 40 e 50). ‘Havia a radionovela, embrião da novela da TV, e o radioteatro, comparável às minisséries televisivas’, diz Mario Fanucchi, 79, que já atuou como professor da USP, locutor da Tupi e da Difusora, e diretor artístico da Jovem Pan e TV Cultura.

Segundo ele, as radionovelas tinham histórias simples, para agradar a maioria do público. Já os radioteatros contavam com produções mais sofisticadas e adaptavam textos clássicos, a fim de atingir o ouvinte mais intelectual. ‘Nos anos 40, Walter George Durst [1922-1997, pioneiro da TV] comandava na rádio Tupi o famoso ‘Cinema em Casa’, clássico do radioteatro. Adaptava para o rádio até filmes do Hitchcock.’’



INTERNET
Robson Pereira

‘Na internet, jogatina continua’, copyright O Estado de S. Paulo, 4/03/04

‘A jogatina corre solta na internet brasileira: pelo menos 30 bingos continuam operando normalmente, apesar da MP168, que proibiu os bingos e caça-níqueis no País. Sem regulamentação e no vácuo provocado pela ausência de uma legislação específica para o mundo virtual, empresas que foram fechadas no mundo real continuam faturando alto no ambiente virtual.

Embora seja grande o número de endereços de bingos na internet, o leque de pessoas ou empresas que controlam o jogo no ambiente virtual é bem menor. Na maioria dos casos, mudam-se apenas os endereços dos responsáveis e a participação direta de cada um na empresa.

A maior rede de bingos na internet brasileira é controlada pela WJM Entretenimento e Participações Ltda., com sede em Vitória (ES), responsável pela administração do Bingonet, BingoBrasil, Bingonetbrasil, Bingo13.com.br e BananaBingo, entre outros. WJM são as iniciais de Walter Junqueira Maia, residente em Santos. A licença de funcionamento para todos os bingos administrados por ele foi concedida pela Loteria do Espírito Santo.

Os bingos administrados pela WJM representam um bom exemplo do emaranhado de empresas ou nomes de fachada que operam por trás do lucrativo ambiente dos jogos online. A ficha cadastral da Bingonet no Registro.br, órgão responsável pela distribuição e administração de endereços de internet no Brasil, apresenta como responsável pelo site a Cybercyte Comércio e Serviços Ltda., com endereço em Santana do Parnaíba, no interior paulista.

O próprio WJM e a Zycomp Serviços de Consultoria, com sede na capital paulista, também aparecem no cadastro. O e-mail para contato da Zycomp é info@lagconsultants.com, o mesmo endereço eletrônico oferecido pela Latin America Consultants (site de consultores de jogos online) a interessados na compra de equipamentos para jogos eletrônicos.

A LAG Consultants é uma empresa americana de lobby e venda de equipamentos para jogos online que opera a partir de escritórios em Miami e em São Paulo.

Seu principal executivo é o americano Peter Nolte, representante do Brasil da International Game Technology, maior fabricante mundial de máquinas e sistemas para jogos.

Na capital paulista, o escritório de Nolte funciona no mesmo endereço da Zycomp. Na sala ao lado, está instalada a Cybercyte Comércio e Serviços, a mesma que, de acordo com a ficha cadastral do Registro.br, deveria estar localizada em Santana do Parnaíba.

Outra grande rede de bingos na internet é administrada pela BC Entretenimento e Comunicação, a partir de Santa Catarina. Da carteira do BC Games fazem parte, entre outros, Rei do Bingo, Bingo Roma, Bella Games, Bingo Antares e o Bingo Clube – todos com com sede em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

A ligação entre os bingos operados pela BC Entretenimento e a WJM – e conseqüentemente, com a Latin American Consultants – aparece na ficha cadastral do Bingo Clube no Registro.br. O responsável pelo domínio é a Cybercyte Comércio e Serviços, com o apoio da Zycomp Serviços de Consultoria e da própria Lag Consultants (www.lagconsultants.com).’



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‘Achados e perdidos na internet’, copyright O Estado de S. Paulo, 3/03/04

‘Tente localizar o seu programa preferido em mais de uma centena de canais disponíveis na televisão por assinatura. Agora tente encontrar a informação que você precisa em dezenas de bilhões de endereços existentes na internet. No primeiro caso, um pouco de paciência ajuda e até resolve o problema. No segundo, só mesmo com o auxílio de um eficiente serviço de busca.

O que pouca gente sabe é que existem pelo menos mil dessas ferramentas que tentam dar um mínimo de organização à internet. A grande maioria dos usuários opta pelos serviços mais tradicionais – ou mais conhecidos – como Google, Yahoo, MSN, Lycos e Altavista, os cinco endereços de pesquisas mais utilizados na internet mundial.

Num bloco intermediário, aparecem nomes como Teoma, Excite, AllTheWeb, Hotbot, LookSmart e Ask Jeeves, entre centenas de outros serviços não tão populares, mas que proporcionam resultados parecidos ou até mais eficientes que os concorrentes mais famosos. Passe uma semana navegando por alguns deles e tire suas próprias conclusões. O resultado pode ser uma agradável surpresa.

Mas existe uma categoria de buscadores que está alguns níveis acima de qualquer um desses sites citados até aqui, o que não significa, necessariamente, dizer que são melhores. São apenas diferentes, pelo simples fato de que foram projetados com objetivos distintos. São os chamados multibuscadores ou metabuscadores, como prefere o pessoal mais técnico.

Um metabuscador usa a habilidade e a inteligência de vários outros buscadores de forma simultânea. Numa analogia com o que ocorre em nossas casas, seria uma espécie de supercontrole remoto, projetado para comandar com um único toque todos os demais existentes no mercado, extraindo de cada um toda a sua capacidade e poderio.

Em vez de procurar a informação em um ou outro site de forma isolada, o metabuscador realiza esta tarefa de maneira mais rápida e eficiente, já que sua especialidade é vascular e organizar tudo o que já foi vasculhado e organizado pelos buscadores ‘comuns’. A página procurada pode até ter escapado do Google ou do Lycos, mas dificilmente conseguirá escapar dos engenhosos robôs que atuam por por trás dessas ferramentas.

Nesta categoria aparecem nomes poucos conhecidos da imensa maioria dos usuários e que jamais serão encontrados na relação dos mais populares da internet. Quem já ouviu falar de Debriefing, Digisearch, Dogpile, Highway61, Ixquick, Isleuth, Mamma, Metacrawler, MetaSearch, NetTaxi ou ZapMeta?

DogPile, Ixquick e Metacrawler (talvez o melhor em toda a internet) vasculham 14 sites diferentes de buscas – incluindo, é claro, Google, Yahoo e MSN – antes de oferecer respostas às nossas dúvidas. O NetTaxi e o MetaSearcher esmiúçam 12 endereços diferentes. Everyone.Net e All4one são ‘mais fraquinhos’, mas mesmo assim reúnem, de maneira organizada, resultados que somente seriam encontrados se utilizássemos um a um os seis maiores serviços de busca da internet.

O último supercontrole remoto a chegar ao mercado é o ZapMeta. Ainda não completou quatro meses de vida, mas já trabalha como gente grande.

Impressiona pelo que faz e pelo que deixa antever o que virá a fazer. Talvez jamais chegue a ser o Google dos multibuscadores. E nem precisa do título para ser reconhecido como uma dessas ferramentas sem as quais a internet não teria chegado onde chegou.

Busca bilionária O que já era bom ficará melhor ainda. O mês de março começou com uma disputa que tem tudo para tornar mais fácil a vida dos usuários da internet. Google, MSN e Yahoo preparam o lançamento de novas ferramentas e serviços de modo a fazer frente a um crescimento vertiginoso no número de endereços e informações disponíveis na web. Em outras palavras, vão ficar mais fortes e mais poderosos ainda.

O objetivo é um só: atrair cada vez mais usuários e conquistar uma fatia maior do bilionário bolo publicitário, principalmente no segmento dos chamados links patrocinados, hoje uma das principais fontes de receitas do sites de buscas. A estimativa para 2004 é que esse segmento movimente a bagatela de US$ 2,5 bilhões. A festa, como se vê, está apenas começando.’



Daniel Castro

‘Internet já tira audiência da televisão’, copyright Folha de S. Paulo, 5/03/04

‘Estudo inédito do instituto Datanexus revela que a internet está tirando audiência da TV. Quanta audiência ela tira o Datanexus não tem condições de informar, porque não fazia medição antes do advento da internet, mas seus dados mostram que o novo veículo ‘já é concorrente direto’ da TV.

De acordo com o instituto, a população da Grande São Paulo que não tem internet em casa gasta 12% de seu tempo vendo televisão. Já as pessoas que têm internet dedicam 9,4% do seu tempo à TV.

Segundo o Datanexus, 17,7% da população da região metropolitana têm internet em casa, o que dá cerca de 3,2 milhões de pessoas.

Os dados mostram que as pessoas que têm internet vêem menos televisão justamente no horário nobre. Os percentuais da audiência da TV entre os que têm internet e os que não tem começam a se distanciar a partir das 13h. O pico ocorre às 21h20. Nesse momento, 23,5% da população sem internet está vendo TV, contra apenas 15,8% dos que têm internet. Os dados são de novembro e dezembro.

Segundo o Datanexus, a diferença também ocorre entre os mais ricos. Às 21h20, por exemplo, 18,9% dos sem internet das classes A e B estão vendo TV, contra 13,8% dos indivíduos do mesmo nível que têm internet. Isso indica que as pessoas mais ricas não apenas saem mais de casa, mas também vêem menos TV porque têm a opção da internet.

OUTRO CANAL

Polvorosa

Os corredores do SBT estão fervendo. Ex-influente executivo da mexicana Televisa, o brasileiro Eugênio Lopes esteve terça-feira na emissora com Silvio Santos. Há quem aposte que ele será o novo vice-presidente da rede. Outros dizem que Lopes ocupará a superintendência artística.

Drama

Silvio Santos bateu o martelo anteontem. A próxima novela a ser produzida pelo SBT tem o título provisório de ‘Deus Por Testemunha’, original mexicano de 1968, inicialmente como radionovela. A trama de Ines Rodena, com 130 capítulos, será adaptada para os dias de hoje e terá temas brasileiros. A produção de cenários começa na semana que vem.

Da cor do sucesso

Novela de estréia de João Emanuel Carneiro, ‘Da Cor do Pecado’ está bombando no Ibope. Anteontem, a trama das 19h da Globo deu média de 48 pontos na Grande São Paulo. Foi mais do que ‘Celebridade’ _45_ e a melhor média dos primeiros 33 capítulos de uma novela das sete desde 1994.

Desperdício

A Record colocou nas ruas da Grande São Paulo cerca de mil outdoors para anunciar a estréia da novela ‘Metamorphoses’, dia 14. Mas boa parte dos cartazes tem erro de informação. Dizem que a novela será exibida de segunda a sábado. Mas será de domingo a sexta, uma inovação.’



Renato Cruz

‘Anatel quer Linux na internet das escolas’, copyright O Estado de S. Paulo, 3/03/04

‘O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Pedro Jaime Ziller, reforçou ontem a posição do governo a favor do software livre, na abertura do evento Telexpo, que acontece até sexta-feira em São Paulo. Segundo Ziller, o dinheiro do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que levará internet rápida para as escolas públicas, não poderá ser usado para o pagamento de licenças de software proprietário.

‘Apenas em licenças de uso, o País sangra divisas superiores a US$ 1 bilhão de dólares ao ano’, afirmou Ziller. ‘Continuar insistindo em treinar usuários nesses sistemas só levará ao crescimento do rombo nas contas do país. Da mesma forma, aceitar a gratuidade eventual oferecida pelos softwares proprietários acarretará a perpetuação e o aprofundamento do problema.’

O software livre, como o sistema operacional Linux, não exige pagamento licenças. Além disso, o usuário pode modificar seu código-fonte (conjunto de comandos de programação que formam o software). O software proprietário, como o sistema operacional Microsoft Windows, é pago e tem o código-fonte fechado. Ou seja, as pessoas não podem modificá-lo.

O Fust acumula cerca de R$ 2,8 bilhões em recursos e nunca foi utilizado. A primeira licitação para levar computadores às escolas com o dinheiro do Fust, ainda no governo passada, foi paralisada na Justiça. Um dos questionamentos era a exigência de adoção do Windows na maioria dos computadores. Empresas que comercializam software proprietário chegaram a oferecer programas de graça para projetos de inclusão digital do governo, o que Ziller não considera uma boa solução: ‘Não existe almoço grátis’.

Na segunda-feira, a Anatel terminou a consulta pública sobre as regras do Serviço de Comunicação Digital (SCD), nova modalidade de concessão que terá direito aos recursos do Fust. A idéia é que o novo serviço esteja em funcionamento a partir de outubro deste ano. O plano prevê levar internet rápida para 185 mil escolas públicas, 63 mil instituições da área de saúde e 5 mil bibliotecas públicas, além de pequenas localidades e pontos de fronteira.

Apesar do montante acumulado pelo Fust, o orçamento prevê usar somente R$ 40 milhões este ano. O presidente da Anatel considera suficiente: ‘Não há como desembolsar quase R$ 3 bilhões de uma vez só’.’



Cidade Biz

‘Cidade americana está à venda na web por US$ 600.000’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 5/03/04

‘Aviso aos interessados: está aberto na Internet o leilão para a venda de uma cidade da Califórnia, com lance inicial de US$ 600 mil. A cidade de Minckler, 360 km ao norte de Los Angeles e com 30 habitantes, foi posta à venda no site de leilões eBay. Sua dona é uma mulher de 83 anos que decidiu se aposentar.

Sylvia Ashcraft pôs à venda toda a cidade, que tem quatro casas e uma loja de comestíveis de 1920, onde ela trabalhava. ‘Ela teve problemas de saúde no ano passado e a convencemos de que já não era possível continuar trabalhando sete dias por semana’, disse a filha, Mary Novack.

A idosa está surpresa com o interesse despertado pela venda da cidade, onde ela começou a trabalhar no começo dos anos 70 e que comprou em 1977 do neto do fundador. O anúncio na Internet foi colocado pelo neto de Sylvia, que mora em Hollywood, e mais de 20 mil pessoas já o acessaram, embora nenhuma oferta definitiva tenha sido apresentada.

No ano passado, o site eBay vendeu um povoado na Califórnia e outro no Arizona.’



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‘Ataques de vírus bateram recorde no mês passado’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 2/03/04

‘Fevereiro foi um mês terrível no que diz respeito a ataques de códigos maliciosos. Em toda a história da informática não houve um período com tantos ataques como este, segundo o serviço online e gratuito da Panda Software, empresa de software antivírus. Durante o período, um grande número de vírus causaram estragos no mundo todo. Mydoom, Nachi, Doomjuice, Netsky, Bagle – e suas variantes – foram os grandes vilões.

Quem lidera o Top Ten de fevereiro é o vírus Mydoom.A, que provocou uma verdadeira epidemia. Este foi o vírus que causou mais danos no mundo todo, alcançando a freqüência de 14,04%. Em segundo lugar aparece um verme que está em circulação há vários meses. Trata-se do trojan Downloader.L, que tem 5,99% das infecções.

Na terceira posição figura um dos vírus mais freqüentes em fevereiro: o Netsky.B (5,98%). Este dado demonstra sua grande capacidade de propagação, já que ele foi detectado no início do mês. Em quarto aparece o Nachi.B (4,53%), desenhado para eliminar o Mydoom dos equipamentos infectados, porém, ao mesmo tempo, ele se aproveita de uma vulnerabilidade do Windows para se propagar rapidamente.

A partir da quinta posição aparecem os códigos maliciosos menos recentes, mas que seguem provocando danos aos usuários. O polifórmico Parite.B (3,52%), os veteranos Bugbear.B (3,93%), o Klez.I (2,65%), Blaster.E (2,07%), Sober.C (1,96%) e Blaster (1,94%) completam a lista dos dez vírus mais atuantes de fevereiro.

Segundo a B2B Magazine, o Mydoom.A continua demonstrando porque foi capaz de causar, sozinho, a maior epidemia de ataques da história da informática. O aparecimento de novos vírus não descarta mais danos causados por este código malicioso. Mais da metade dos vírus apareceu nos últimos meses e anos, como é o caso do Klez.I. Isso indica a existência de usuários que ainda não têm antivírus, ou que não mantêm seu produto atualizado.

A análise conclui também que alguns dos vírus desta lista, como o Blaster, Blaster.E e o Nachi, aproveitam vulnerabilidades de softwares que seus respectivos fabricantes corrigiram há alguns meses. A constante incidência destes códigos maliciosos significa que muitos usuários não têm corrigido tais erros e, dessa forma, não estão seguros.’



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‘Sete variantes do vírus Bagle surgiram em cinco dias’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 2/03/04

‘De sexta-feira até terça nada menos do que sete variantes do vírus Bagle foram descobertas pelas empresas antivírus. As versões C, D, E, F, G, H e I, juntamente com as variantes A e B que já existiam, formam uma família de códigos maléficos capazes de se alastrar rapidamente por e-mail e instalar uma porta de comunicação secreta (backdoor) nas máquinas atingidas, através da qual um atacante poderia executar comandos a distância no sistema.

As cinco primeiras variantes, descobertas no final de semana, apontam para um mesmo autor dos programas, de acordo com a empresa F-Secure. ‘Aparentemente ele (o autor) tem monitorado de perto quão rapidamente os fabricantes de antivírus lançam vacinas, então faz as alterações necessárias para evitar a detecção e lança novas versões imediatamente’, opina Mikko Hypponen, diretor de pesquisa antivírus da empresa.

A favor desta opinião existe o fato de que estas cinco primeiras versões foram lançadas num prazo de apenas 48 horas e que houve uma evolução nos métodos de envio dos anexos contaminados. A partir da variante F, os arquivos com o vírus passaram a ser compactados em formato .ZIP e protegidos por uma senha criada aleatoriamente. No corpo das mensagens contaminadas era informada esta senha. Isto garantia que os usuários pudessem abrir manualmente os anexos, mas impedia que os filtros e sistemas antivírus automatizados fizessem o mesmo para analisar os arquivos.

O Bagle também usa um disfarce que foi sendo aprimorado à medida que novas variantes da praga eram lançadas: os ícones que representam os arquivos maléficos são exibidos como símbolos de inocentes pastas do sistema. Tal truque, junto com a grande variedade de assuntos, nomes de anexos e conteúdo das mensagens infectadas, dificulta bastante a identificação do worm pelos usuários menos experientes. A F-Secure chegou a lançar um blog, no qual tem publicado detalhes sobre o Bagle e sobre versões de outros vírus, assim que são descobertas.

A família Bagle, cuja primeira variante surgiu em meados de janeiro de 2004, espalha-se principalmente por e-mail, mas também lança cópias de arquivos contaminados em pastas compartilhadas por redes locais e remotas. O worm possui um mecanismo SMTP próprio para se auto-enviar por e-mail e a capacidade de criar mensagens com endereço do remetente forjado.

Depois de executado, o worm descarrega arquivos nas pastas de sistema do Windows e modifica o registro para ser rodado cada vez que a máquina é iniciada. A praga consegue infectar as versões do Windows 95, 98, ME, NT, 2000 e XP. Entre as ações mais perigosas do Bagle estão sua capacidade de instalar uma backdoor em diferentes portas da rede TCP/IP e finalizar processos associados a programas de segurança, como antivírus.

É cada vez mais plausível a hipótese de que a epidemia de worms recentes, como MyDoom, Netsky e Bagle, está relacionada à ação de criminosos organizados com fins específicos, e não a bandos de adolescentes desocupados querendo impressionar os amigos da escola.

A consultoria britânica mi2g trouxe hoje uma lista de perguntas e respostas relacionadas a estes códigos maléficos. De acordo com a empresa, as evidências levam a crer que os autores dos vírus pretendem criar uma rede de computadores domésticos e corporativos transformados em ‘zumbis’, para serem usados em golpes do tipo ‘phishing scam’ (roubo de identidade), envio de spam e ataques de negação de serviço.

Aparentemente também está havendo uma disputa entre grupos rivais representados pelos autores do Netsky e pelos criadores do MyDoom e do Bagle, já que o primeiro worm tem capacidade de interromper a ação de arquivos relacionados aos dois últimos. Tal fato sugere que os grupos podem ainda estar engajados em uma disputa intelectual no submundo da Internet.

De qualquer forma, os principais beneficiários desta epidemia de vírus é o crime organizado na Internet, que pode utilizar as máquinas comprometidas para uma série de ações clandestinas ou maléficas.’





Folha de S. Paulo

‘Igreja Anglicana cria ‘paróquia virtual’ e busca ‘web-reverendo’’, copyright Folha de S. Paulo / Associetad Press, 5/03/04

‘A Igreja Anglicana anuncia hoje em seu website a criação da ‘i-igreja’, a primeira paróquia virtual do mundo. Para tanto, busca alguém ‘dinâmico, confiante em sua fé’ e ansioso por preencher o posto de ‘web-reverendo’.

A decisão, que coincide com a perda de fiéis pela igreja, visa ‘criar uma comunidade cristã para quem quer explorar a religião, mas não pode ou não quer freqüentar uma congregação local’.

Em um anúncio postado no periódico ‘Church Times’, a diocese de Oxford pede candidatos para construir e supervisionar a nova comunidade. O escolhido -ou escolhida- responderá ao bispo de Oxford, precisará ter familiaridade com a rede mundial de computadores e deverá estar disponível para seus fiéis on-line. ‘Você precisa ter uma capacidade de comunicação excelente e estar apto a trabalhar de forma criativa em um ambiente inédito e nunca experimentado’, diz o anúncio.

Os fiéis que têm a agenda cheia estão na mira. ‘Para quem viaja muito, a i-igreja pode oferecer apoio espiritual em qualquer lugar do mundo.’

‘Como a internet é um braço crescente da comunidade, seria uma falha em nossa missão não oferecer uma comunidade espiritual a quem tem a rede como principal meio de relacionamento social’, disse o reverendo Richard Thomas, diretor de comunicação da diocese de Oxford e dono da idéia.’