A notícia de que a American Journalism Review (AJR) passa por problemas financeiros tem preocupado o meio jornalístico nos EUA. Howard Kurtz, colunista de mídia do Washington Post [22/8/07], afirmou que a revista de crítica de mídia pode ser fechada no fim do ano, embora seu presidente, Tom Kunkel, tenha deixado claro que a publicação tem se esforçado ao máximo para evitar que isto aconteça. Até a rival Columbia Journalism Review (CJR) escreveu um artigo de apoio à recuperação da AJR.
Segundo Kurtz, a revista tem dívidas no valor de US$ 200 mil – o equivalente a ¼ de seu orçamento anual. A situação se agravou depois que Wendy McCaw, proprietária do jornal Santa Barbara News-Press, abriu uma ação contra a AJR. Wendy processa a revista por causa de um artigo publicado em dezembro sobre a saída de jornalistas do diário californiano logo depois que ela o comprou. A empresária classificou o artigo de ‘tendencioso, falso e virulento’.
A AJR comprou a briga em defesa da autora da matéria, a freelancer Susan Paterno. O seguro contra calúnia da revista não cobre, no entanto, jornalistas não contratados. Em artigo na Columbia Journal Review [22/8/07], Mike Hoyt defende a publicação rival. ‘A acusação [de Wendy] é estranha, porque vai contra o tipo de crítica jornalística sólida pela qual a AJR é conhecida. Algumas pessoas podem pensar que a CJR fica feliz em ver a concorrente longe do páreo. Mas as duas revistas têm abordagens diferentes e há espaço suficiente para ambas’.
Importância da crítica
Hoyt vai além e relembra a época em que a prática da crítica jornalística era mais reconhecida e relevante. ‘Estamos aqui para ajudar o jornalismo e aqueles que se importam em pensar, mesmo com desafios políticos, sociais, técnicos e financeiros, que ameaçam a própria existência deste tipo de reportagem e análise que uma democracia precisa para se manter saudável’.
A revista bimensal, lançada em 1977 como Washington Journalism Review, vem cortando custos há alguns anos. Rem Rieder, que já foi editor do Post, tornou-se o único funcionário fixo com cargo editorial, depois que a chefe de redação, Rachel Smolkin, deixou o posto. Todos os outros funcionários são terceirizados. A publicação é financiada pela Universidade de Maryland.