Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Corintiano, militante e revisor

A invasão corintiana no Rio de Janeiro em 1976 é um dos momentos históricos do clube que sempre ocupou o coração de Marcos Abrão. E o jornalista tinha orgulho de ter participado dela. Quando milhares de corintianos chegaram ao Rio para assistir ao jogo contra o Fluminense, Marcos estava no ônibus que tinha fretado e enchido de jornalistas alvinegros, rumo ao Maracanã.

Essa é uma das histórias que ele gostava de contar sobre sua carreira como jornalista em diversos veículos de São Paulo, como a Folha, o Estado de S. Paulo e o DCI. Neles, trabalhou principalmente como revisor.

Era descendente de uma família de libaneses que se instalou na Freguesia do Ó, na capital paulista, no começo do século passado. O pai, empresário, queria que o filho fosse médico. Mas Marcos gostava era de jornal. Mesmo quando deixou as redações, dedicou-se com mais atenção à Associação Brasileira de Imprensa, sempre envolvido com questões da profissão. Militou também no movimento Diretas-Já e pelo impeachment do presidente Collor. Apreciador da culinária libanesa, fazia quibe, tabule, esfirra e arroz com lentilha para a família. Era fã das bandas britânicas Rolling Stones e Motorhead, conhecida por seu rock pesado.

Segundo a família, sempre que sabia da morte de algum colega da imprensa, ligava para as redações dos jornais solicitando que fossem feitas notas em memória do jornalista.

Morreu na quarta (28/5), aos 61 anos, de aneurisma. Deixa viúva e três filhos.

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Fabrício Lobel, da Folha de S.Paulo