Wednesday, 09 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Da clandestinidade para as grandes redações

Com apenas 17 anos, em pleno Estado Novo, o alagoano Luiz Mario Gazzaneo filiou-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro). Anos depois, dava os primeiros passos no jornalismo como crítico de cinema do jornal Notícias de Hoje, editado pelo partido em São Paulo.

De lá, seguiu para o Rio, onde em 1959 assumiu a chefia de redação de outra publicação do PCB, o Novos Rumos.

Permaneceu no cargo até o jornal ser empastelado pela ditadura militar, em 1º de abril de 1964, um dia depois do golpe.

Após anos na clandestinidade, foi, em 1971, para a revista Domingo Ilustrado, da editora Bloch. Passou também por Fatos e Fotos e Cartaz.

Dois anos depois, Gazzaneo entrou no Jornal do Brasil, onde chegou a editor-executivo. Em 1983, foi para O Globo, onde trabalhou até 1987. Foi ainda diretor da agência Nova Press, especializada em notícias do Leste Europeu.

Em 1991, deixou a agência para atuar em campanhas eleitorais. Quando já pensava em se aposentar, foi chamado para o departamento de comunicação social do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que coordenou de 2000 a 2010.

“Ele contribuiu de forma exemplar para tornar mais relevante a expressão 'segundo o IBGE'“, diz a atual presidente do instituto, Wasmalia Bivar.

Gazzaneo morreu na manhã de ontem, aos 84 anos, no Rio. Vítima de um infarto, ele estava internado no Instituto Nacional de Cardiologia desde segunda. Deixa mulher, cinco filhos e sete netos.

O velório ocorrerá hoje, às 10h, na capela A do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, centro do Rio. O corpo será cremado à tarde.