Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Blogueiro detido no Egito, jornalistas presos no Gabão

A polícia egípcia prendeu um blogueiro pró-Palestina, no fim da semana passada, na província de Gharbiyah. O estudante Diaeddin Gad, 22, que escreve o blog Sawt Ghadib (algo como ‘voz zangada’), teria sido detido, segundo uma fonte próxima aos serviços de segurança, por criticar as políticas do governo do Egito, especialmente durante o conflito em Gaza no início de janeiro. Oficialmente, não foi divulgado o motivo da prisão e não é conhecido o paradeiro do jovem.


A Rede Árabe para Informações sobre Direitos Humanos pediu publicamente uma investigação sobre a prisão do blogueiro, que teria sido levado de casa por policiais e espancado na rua. ‘Blogueiros se tornaram grandes alvos das autoridades policiais no Egito, e todas estas agressões são cometidas fora da lei ou sob o pretexto do estado de emergência’, declarou a organização. As leis de emergência egípcias, em vigor desde 1981, costumam ser duramente criticadas por grupos em defesa dos direitos humanos.


O caso de Gad é o segundo em poucos dias. O blogueiro Philip Rizk, de 26 anos e dupla nacionalidade alemã-egípcia, também teria sido preso na semana passada após organizar um protesto em solidariedade à Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pela família de Rizk. A embaixada alemã confirmou que ‘tem conhecimento do assunto’, mas não forneceu mais detalhes.


O governo do Egito foi criticado durante o recente conflito entre Israel e o Hamas por não ter aberto completamente sua fronteira com a Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária e a passagem de feridos. Cerca de 1.300 palestinos foram mortos no conflito.


Falsos turistas


No Gabão, a polícia prendeu dois jornalistas europeus, na terça-feira (10/2), por se passarem por turistas enquanto apuravam uma matéria sobre o ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner. A principal emissora de TV pública do país africano, RTG1, noticiou a detenção do repórter francês Pierre Johan Morel e do cinegrafista suíço Olivier Pronthus – informação confirmada pelo governo. Em discurso no Parlamento francês na semana passada, Kouchner refutou acusações –feitas em um livro – de que teria laços antiéticos com regimes africanos, em especial com o Gabão. Informações da AFP [9 e 10/2/09].