Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

China promete liberdade de imprensa nos Jogos

A ministra da Cultura, Mídia e Esporte britânica, Tessa Jowell, afirmou na terça-feira (5/9) que o comitê organizador das Olimpíadas de 2008, na China, concordou em apoiar a liberdade de imprensa quase total durante a cobertura dos Jogos. Tessa obteve a resposta positiva do presidente do comitê, Liu Qi, durante encontro em Pequim.


‘Eu deixei claro a expectativa do Reino Unido e de outros países de que a China colaborasse com normas internacionais de acesso livre e reciprocidade’, contou a ministra. ‘Eu disse que se a China quisesse maximizar os benefícios potenciais dos Jogos, então a liberdade dos jornalistas seria algo absolutamente fundamental’.


Segundo Tessa, Qi teria garantido que o comitê irá apoiar o ‘movimento desimpedido’ de jornalistas, credenciados ou não, para reportar não só os eventos olímpicos como a China em geral. ‘Ele mencionou exceções [ao acesso livre], como a instalações militares. [Eu acredito que] estas exceções venham a ser justificáveis e em acordo com as normas internacionais’, contemporizou ela.


De acordo com regras atuais, membros da imprensa estrangeira sofrem restrições para entrar e reportar na China. O Clube dos Correspondentes Estrangeiros no país prestou queixas, este ano, sobre repetidas ameaças sofridas por repórteres. Organizações internacionais vêm expressando preocupação com a cobertura das Olimpíadas em um país conhecidamente fechado à liberdade de imprensa.


Normas internacionais


Cerca de 20 mil funcionários de mídia foram credenciados pelo Comitê Olímpico Internacional para cobrir os Jogos de 2008. Estima-se que outros milhares de profissionais sem credencial desembarquem em Pequim para tentar reportar os eventos.


O comitê chinês afirmou que a mídia poderá trabalhar ‘da mesma maneira como o fez em Jogos anteriores’ e que, onde normas chinesas forem diferentes das internacionais, prevalecerão as internacionais. Estas regras serão discutidas e reforçadas a partir do ano que vem, afirmou Qi.


No quesito Olimpíadas, as relações entre China e Reino Unido se estreitaram pelo fato de Londres sediar os Jogos de 2012. Tessa Jowell fez questão de enfatizar ao comitê chinês sua preocupação de continuidade nesta ‘abertura’ à imprensa durante o evento. ‘Com a China tornando-se a maior economia crescente do mundo, eu espero que estas liberdades sejam vistas pelo governo chinês como uma oportunidade a ser seguida, e não como uma ameaça’. Informações de Nick Mulvenney [Reuters, 5/9/06].