Saturday, 04 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Fundações querem atualização do ensino de jornalismo

Um grupo de fundações que têm programas de financiamento para inovação e educação em jornalismo nos EUA argumentou, em carta pública a presidentes de universidades do país, que os cursos de jornalismo atuais deveriam usar o exemplo das faculdades de medicina ao colocar estudantes imersos em experiências da vida real. Assim como as escolas de medicina contratam acadêmicos e médicos como professores, as de jornalismo deveriam ter mais jornalistas experientes ensinando os futuros jornalistas, independente de terem mestrado ou doutorado.

A carta pede que acadêmicos e profissionais de imprensa trabalhem com alunos a fim de desenvolver conhecimento profundo e específico sobre seus campos de atuação para criar novos meios digitais de distribuição de notícias. Algumas faculdades adotaram tais mudanças, mas muitas ainda não atualizaram sua grade. “Faculdades que não atualizarem seus currículos e docentes para refletir a era digital encontrarão dificuldades para arrecadar recursos de fundações interessadas no futuro das notícias”, argumenta a carta, assinada por representantes das fundações Brett Family, Knight, McCormick, Scripps Howard, Wyncote e Ethics and Excellence in Journalism.

Um dos programas citados pelo grupo como inovador e que usa o modelo das universidades de medicina é o da Universidade do Estado do Arizona. O programa News21, com suporte financeiro da parceria Carnegie-Knight para o futuro do jornalismo, da Escola de Jornalismo Walter Cronkite, convida estudantes de jornalismo de universidades americanas a produzir reportagens aprofundadas. O tema deste ano de eleição presidencial é “direitos dos eleitores”.

Tecnologia e empreendedorismo

As fundações também pedem ao Conselho para Educação em Jornalismo e Comunicação de Massa, que está revisando seus padrões, para dar mais importância à tecnologia e oferecer aos alunos mais flexibilidade para fazer cursos em áreas como tecnologia e empreendedorismo.

Mais de 13.400 cargos foram cortados de redações de todo o país entre 2007 e 2011, segundo relatório da Comissão Federal de Comunicações. Ao mesmo tempo, foram abertas oportunidades para estudantes de jornalismo empreendedores para divulgar notícias para comunidades locais, diz Eric Newton, conselheiro da Fundação Knight e um dos autores da carta. Organizações sem fins lucrativos também estão contratando mais estudantes de jornalismo para escrever artigos e manter atualizados os seus sites. Aqueles que combinaram o estudo do jornalismo com cursos como empreendedorismo e tecnologia encontraram, ainda, empregos em start ups de tecnologia. “Acreditamos que escolas de comunicação devem se recriar se quiserem ter sucesso em desempenhar seus papeis vitais como produtores de notícias inovadores”, dizia a carta. Informações de Katherine Mangan [The Chronicle of Higher Education, 3/8/12].