Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Pearson alerta sobre ano difícil à frente

A maior editora de livros e materiais didáticos do mundo, a Pearson, declarou que os tempos difíceis enfrentados nos últimos meses de 2012 provavelmente continuarão em 2013. A empresa, dona também do grupo Financial Times, disse no dia 21/1 que estava prestes a relatar um lucro anual de 935 milhões de libras (em torno de R$ 2,9 bilhões), comparado com 942 milhões de libras (mais de R$ 3 bilhões) de um ano atrás.

A Pearson, que gera 60% de sua renda nos EUA, disse que espera anunciar um lucro ajustado de 0,84 libra (cerca de R$ 2,69) por ação em 2012. No ano anterior, o lucro foi de 0,865 libra (cerca de R$ 2,76).

O grupo atribuiu a queda do lucro em suas ações pela venda de 50% de sua participação no mercado internacional de índices FTSE, que em 2011 contribuiu com um lucro de 20 milhões de libras, equivalente a 0,22 de lucro por ação. “Como esperado, as condições do mercado permaneceram fracas em educação superior, publicações e propaganda corporativa, no quarto trimestre de 2012”, disse a Pearson. “Os negócios da Pearson continuam a enfrentar condições difíceis de mercado e mudanças estruturais na indústria que continuamos a ver em 2013”.

Mudanças estruturais

Os negócios da Pearson no mercado educacional americano foram contidos em 2012 pelas escolas dos EUA sem verbas, que cortaram gastos em livros, softwares educacionais e outros materiais didáticos. No entanto, o grupo disse que sua renda em serviços e materiais didáticos digitais continua a crescer fortemente, que é também beneficiada pelas recentes aquisições e controle de custos.

No mercado internacional de educação, a Pearson espera relatar crescimento em suas vendas, impulsionado pela demanda por materiais didáticos de ensino de Inglês nos países em desenvolvimento. Espera-se que lucro anual do braço editorial da Pearson, a Penguin, esteja similar a 2011, com taxas de câmbio constantes apesar das mudanças na indústria e das condições difíceis no mercado editorial.

Pearson e Bertelsmann, grupo de mídia alemão, assinaram um acordo em 2012 para fundirem suas editoras, respectivamente a Penguin e a Random House. A Pearson reiterou sua decisão feita no começo do mês de fechar a Pearson in Practice, seu negócio em treinamento de adultos, que resultou em um encargo de desvalorização de 120 milhões de libras (em torno de R$ 384 milhões) em 2012.

“A declaração da Pearson reflete as duras condições no quarto trimestre e orientação está ligeiramente abaixo de nossas previsões”, disse Steve Liechti, analista da Investec. “A perspectiva é de difíceis condições e continuas mudanças estruturais, enquanto serviços digitais e mercados emergentes dão um impulso”.

No ano passado, a Pearson pagou cerca de 90 milhões de libras (em torno de R$ 288 milhões) por uma participação de 5% nas ações da Nook Media, empresa feita em um acordo entre Barnes & Noble e Microsoft que administra as vendas do e-reader Nook, sua loja virtual de ebooks e quase 700 lojas universitárias.