Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Fotógrafos absolvidos no caso Diana

Um tribunal de apelação francês absolveu três fotógrafos acusados de quebrar leis de privacidade ao fotografar a princesa Diana logo após o acidente que a matou, em 1997. O veredito sustentou o mesmo resultado do julgamento realizado em 2003, e representou uma derrota para o milionário egípcio Mohamed Al-Fayed, pai do namorado de Diana, Dodi Al-Fayed, que também morreu no acidente em Paris.

A acusação contra Fabrice Chassery, Jacques Langevin e Christian Martinez baseava-se no princípio de que o carro em que estava a princesa constituía um espaço privado, protegido assim das câmeras dos fotógrafos. Fabrice Dubest, advogado de Al-Fayed, afirmou à AFP [14/9/04] que irá levar o caso à Cour de Cassation, mais alto tribunal de apelação da França.

Perseguição em alta velocidade

Diana e Dodi morreram na noite de 31 de agosto de 1997 logo após deixarem o hotel Ritz. O carro onde estavam foi perseguido por fotógrafos. Seu motorista, Henri Paul, que também morreu na ocasião, foi acusado de ser o responsável pelo acidente, pois estaria dirigindo bêbado e em alta velocidade. As investigações terminaram em abril de 2002, pondo fim aos inquéritos por homicídio culposo contra nove fotógrafos envolvidos na perseguição.

Al-Fayed, porém, decidiu tentar incriminar Chassery, Langevin e Martinez por eles terem fotografado o casal saindo do hotel e depois do acidente, ainda no carro. Langevin, que na época trabalhava para a agência Sygma/Corbis, tirou duas fotos no Ritz; Chassery era freelancer e tirou uma no hotel e uma depois do acidente; e Martinez, da agência Angeli, fotografou duas vezes o carro após a batida em um túnel próximo ao rio Sena.

Na semana passada, o tribunal de apelação concluiu que os três fotógrafos não capturaram em filme imagens ou gestos que revelassem aspectos da vida íntima de Dodi e Diana. Quanto às fotos dos corpos, ficou decidido que o carro não poderia ser considerado um espaço privado após o acidente.