Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Jornalistas detidos em caso de grampos de tabloide

O ex-editor Ian Edmondson e o atual chefe de reportagem do tabloide britânico News of the World, Neville Thurlbeck, foram detidos na manhã de terça-feira (5/4) por suspeita de escuta ilegal de mensagens de voz de celulares. Os dois apresentaram-se voluntariamente à polícia e permaneceram sob custódia por algumas horas. Soltos sob fiança, devem se apresentar novamente em setembro para depor.


O inquérito que levou à prisão dos jornalistas investiga acusações de que o News of the World teria interceptado ilegalmente telefonemas e mensagens de personalidades britânicas, como a atriz Sienna Miller e o ex-premiê John Prescott, em 2006. No ano seguinte, o editor Clive Goldman e o investigador particular Glenn Mulcaire, que havia sido contratado pelo jornal, foram indiciados por grampear mensagens de voz dos príncipes William e Harry.


Em setembro do ano passado, a Polícia Metropolitana de Londres reabriu o caso depois que uma reportagem do New York Times divulgou relatos de ex-funcionários do tabloide dizendo que os editores teriam ‘fechado os olhos’ para os grampos ilegais e levantou dúvidas sobre a qualidade da investigação.


Cooperação


Edmondson foi demitido do News of the World em janeiro. Thurlbeck foi interrogado pela polícia no ano passado. Todos negam envolvimento em qualquer atividade criminal. As prisões foram feitas no dia em que Keir Starmer, diretor da promotoria pública, apresentou evidências sobre a interceptação não autorizada de telefonemas e mensagens diante do Comitê de Assuntos Nacionais do Parlamento britânico.


Na semana passada, um juiz determinou que o tabloide entregasse as anotações de Mulcaire a todas as pessoas que abriram ações contra o jornal. Em declaração, o News of the World disse que, em janeiro, entrou voluntariamente em contato com a polícia para fornecer informações que levaram à atual investigação. ‘A News International reitera constantemente que não irá tolerar qualquer delito. Continuamos a cooperar completamente com o inquérito’, declarou a companhia proprietária do jornal, unidade britânica do grupo de mídia News Corporation, do magnata Rupert Murdoch. Informações de Amelia Hill [The Guardian, 5/4/11].