Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Massacre deixa 18 jornalistas mortos

Pelo menos 18 jornalistas estão entre as 57 pessoas assassinadas na segunda-feira [23/11] em um massacre nas Filipinas. As vítimas viajavam em um comboio pela província de Maguindanao para oficializar a candidatura do político Ismael Mangudadatu a governador nas eleições de maio de 2010. Ao chegar ao vilarejo de Masalay, o grupo sofreu uma emboscada. Cerca de 100 homens fortemente armados sequestraram o comboio e passaram a assassinar brutalmente as pessoas. Suspeita-se que o bando teria agido a mando de um clã político contrário à candidatura de Mangudadatu – que não estava presente.


Diversas pessoas foram decapitadas e mutiladas, e muitas das mulheres foram estupradas antes de serem mortas. Além de jornalistas, participavam da viagem advogados e parentes de Mangudadatu, entre eles a sua mulher. O político teria incluído mulheres e jornalistas no comboio na esperança de que isto diminuísse a chance de ataques. A presidente Gloria Macapagal-Arroyo declarou estado de emergência em Maguindanao e prometeu justiça às vítimas.


Os cadáveres e os veículos foram enterrados pelos criminosos. Nem todos os corpos foram identificados, mas sabe-se que 33 vítimas eram homens, e 24, mulheres. O número de jornalistas mortos torna o massacre desta semana o ataque mais letal a profissionais de imprensa em qualquer lugar do mundo. ‘Este é um massacre estúpido… Faz parte da função dos jornalistas reportar campanhas políticas para o público. Agindo desta maneira, estes indivíduos mostraram que não apenas se colocam fora da democracia, como também fora da humanidade’, declarou David Dadge, diretor do Instituto Internacional de Imprensa. Com informações de Roy Greenslade e Mark Tran [Guardian.co.uk, 24 e 25/11/09].