Wednesday, 01 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Paulo Rogério

‘‘Hoje, quando a verdade é violentada, a primeira vítima pode ser a paz…’ Eugênio Bucci, jornalista

Tortura, desrespeito à soberania de um país e assassinato. A morte de Osama bin Laden mostrou uma face opressora já conhecida dos EUA. Uma face que passou ao largo da imprensa. Nas milhares de matérias publicadas quase nada foi comentado sobre a atitude dos norte-americanos de violação dos direitos humanos. Não que Bin Laden mostrasse preocupação com isso, nem estou defendendo-o. O que preocupa é o silêncio jornalístico diante da sequência de mentiras oficiais.

A confirmação da morte do terrorista, na madrugada de segunda-feira, 2, pegou de surpresa muitos jornais. O POVO também. Mesmo assim, de forma ágil, a informação chegou ao leitor em uma nova capa de segundo clichê e que acabou provocando considerável atraso. O enfoque foi com a festa do povo norte-americano nas ruas. Risos e alegrias pela morte de pessoas. Uma festa deplorável e, pior, pouco questionada.

E A INDIGNAÇÃO?

O POVO restringiu-se a reproduzir o noticiário das agências. De diferente só o visual especial nas páginas. Podia ter ido além e criado pautas próprias ouvindo muçulmanos no Ceará – sim, existe um Centro Islâmico aqui – questionado especialistas em direito internacional ou sociólogos para discutir a reação sádica do povo norte-americano. Houve relances de originalidade em quadros mostrando contradições e ações semelhantes dos EUA.

Mas e a reação do povo muçulmano? O outro lado? Apareceu em raros momentos. Embora o editorial de terça-feira, 3, tenha comentado as violações, o noticiário nem tocou no assunto. Quem não lembra que foi defendendo mentiras – existência de armas químicas – que os EUA invadiram o Iraque? Muito depois é que a imprensa se deu ao trabalho de cair em campo e mostrar a verdade. Só com ela é possível ter a esperança de paz.

SANTIFICADOS

‘Que beleza de publicação. Parabéns’. A afirmação do leitor Vanderlúcio foi apenas uma das varias elogiando a primeira parte da trilogia ‘Santificados’ iniciada dia 30 de abril. A reportagem conta a história de pessoas comuns, santificados pelo povo cearense. Além dos bons textos, a concepção gráfica – a capa tem a forma de um oratório – é de uma criatividade excepcional. ‘Surpreendeu-me em tudo. Da forma gráfica ao excelente artigo do Gilmar de Carvalho’ ressaltou Ireleno Benevides. Os elogios são justos e premiam o talento dos autores e o investimento na pauta. Tudo baseado na velha fórmula: boas histórias estão nas ruas, basta ir atrás.

MAIS DE CEM

A boa receptividade do novo canal de comunicação do ombudsman foi rapidamente confirmada. Em uma semana já temos mais de 100 seguidores. As mensagens mostraram expectativa, parabenizaram a iniciativa e o principal, avaliaram o jornal. Eis alguns exemplos: @prof_kamillo: ‘Esperamos que não seja apenas um canal que recebe’; de @cafnogueira: ‘A ideia do ombudsman aproxima leitor e imprensa’ ou de @KarlusoLima: ‘Também gostaria de checar sobre a matéria do carro da cherry, achei que poderia ser melhor…’ Siga-nos também.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

A coluna publica hoje o primeiro balanço de atividades em 2011. No total foram 241 atendimentos, sendo 139 por telefone, 98 por e-mail, três visitas e uma carta. Vale lembrar que durante o período houve as férias do ombudsman, em março.

Esquecido pela mídia: Venda de CDs e DVDs piratas em Fortaleza

FOMOS BEM

CENSO 2010

Caderno soube analisar os dados da pesquisa indo além da frieza dos números

FOMOS MAL

VIOLÊNCIA

Jovem foi assassinado dentro de escola e jornal disse que foi na calçada.’