Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Projeto obriga jornal e TV a divulgar fotos de desaparecidos


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


 


ESTADOS


Jean-Philip Struck


Projeto de SC obriga jornal e TV a divulgar fotos de desaparecidos


A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou anteontem projeto de lei que obriga tanto jornais como telejornais do Estado a divulgar diariamente fotos de crianças desaparecidas.


Aprovado por unanimidade pelos deputados presentes, o projeto determina que as imagens devem ser acompanhadas dos nomes das crianças e do telefone do disque-denúncia.


A equipe da deputada Ana Paula Lima (PT), autora do projeto, diz que, na prática, os jornais catarinenses terão de reservar espaço para divulgar as fotos das crianças.


O mesmo valeria para telejornais, que teriam de reservar tempo da programação.


Na justificativa do projeto original, consta que a lei faz com que TVs e jornais, ‘além dos interesses econômicos, também exerçam sua função de responsabilidade social’.


O projeto não especifica que espaço deve ser reservado para a divulgação.


‘Decidimos deixar isso em aberto para não entrar em conflito. Esperamos negociar com os veículos como será feito’, diz Luiz Fernando Carvalho, assessor jurídico do PT na Assembleia.


Também não é especificado o critério de divulgação de dados das crianças nem se elas devem ser catarinenses.


‘O site da Secretaria Especial dos Direitos Humanos tem centenas de nomes e fotos em seu cadastro. As empresas podem obter material de lá’, diz Carvalho.


Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), diz que a iniciativa tem espírito meritório, mas é inconstitucional. ‘Jornais não são concessão pública e não podem ser obrigados a publicar o que quer que seja.’


É a opinião de Rodolfo Moura, diretor de assuntos legais da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).


‘O projeto mostra desconhecimento sobre como funcionam TVs e a própria Constituição. Cabe à União legislar sobre a radiodifusão’, afirma o diretor da Abert.


O projeto de lei aguarda sanção do governador, Leonel Pavan, e, se não for vetado em 60 dias, entrará automaticamente em vigor.


 


 


Paola Vasconcelos


Cid Gomes diz que não aprovará projeto para monitorar a mídia


O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse ontem que não vai acatar a sugestão de criar o Conselho de Comunicação Social no Estado, que havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa em 19 de outubro.


‘Projeto de indicação é uma sugestão para o Executivo e eu não vou [acatar]. Reconheço o valor, fizemos aqui o que tinha de ser feito, que foi o congresso estadual, estimulei a fazer os municipais, mandamos delegações para Brasília’, afirmou Cid em entrevista a uma rádio.


Segundo ele, a iniciativa de criar um conselho para monitorar a mídia deve partir do governo federal, discutindo a questão com o país.


‘A União tem competência para legislar sobre matérias relativas à comunicação’, disse. ‘Os Estados podem implantar suas políticas à semelhança do que foi implantado em nível nacional.’


O projeto na Assembleia é de autoria da deputada Rachel Marques (PT).


A proposta prevê que o conselho acompanhe a produção pública e estatal de comunicação, faça monitoramento dos veículos de comunicação e elabore uma política estadual de comunicação.


O Ceará foi o primeiro Estado a tomar a iniciativa de criar esse tipo de conselho.


Alagoas, Piauí e Bahia se preparam para implantar os órgãos e tramita em São Paulo projeto semelhante ao cearense. A criação dos conselhos foi uma recomendação da Conferência Nacional de Comunicação.


Entidades como ANJ (Associação Nacional de Jornais), Acert (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Ceará), Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e de TV ) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) consideram que o projeto de criação do conselho fere a liberdade de imprensa.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Não tem preço


Se o Departamento de Estado dos EUA atacou com Visa e MasterCard, que suspenderam o WikiLeaks, os hackers responderam derrubando os sites das duas maiores operadoras de cartão de crédito.


Depois de ordenado o ataque no início da noite, via perfil da ‘Operation: Payback’ no Twitter, o próprio Twitter tirou a página do ar. Ela voltou em novo perfil -entre ameaças de derrubar o Twitter.


Na paródia que corre pelas redes sociais, com eco em jornais, ‘Liberdade de expressão não tem preço. Para tudo mais, você tem MasterCard’.


Também no início da noite, o ‘Guardian’, jornal mais próximo do WikiLeaks, postou a manchete ‘Controle da Shell sobre Estado nigeriano é revelado’ em documentos do Departamento de Estado.


//O DILEMA DE DILMA


No ‘Wall Street Journal’, ‘Cresce o dilema da inflação para Dilma Rousseff no Brasil’. Abrindo o texto do correspondente John Lyons, ‘a presidente eleita tem um problema. Conforme se prepara para tomar posse, os preços dos alimentos, aluguéis e serviços básicos estão crescendo além do previsto’.


Na campanha eleitoral, prometeu baixar os juros, mas agora pode ter de aumentar para enfrentar o risco de inflação. ‘Até aqui, o Banco Central tenta outros meios, mas cedo ou tarde deve elevar a taxa.’


Na manchete do ‘Le Monde’ de hoje, ‘Venda dos aviões Rafale ao Brasil está comprometida’


//’C’EST FINI!’


Pelos jornais e revistas da França, do ‘Le Monde’ ao econômico ‘Les Echos’, ecoou amplamente a entrevista de Lula à TV Brasil, em que confirmou que não vai fechar a compra dos jatos franceses Rafale, deixando a decisão para o próximo governo. No enunciado do ‘Libération’, ‘A venda do Rafale não foi mais do que uma miragem’, um trocadilho com um caça francês anterior, o Mirage.


No título da ‘Le Point’, que não acredita mais, ‘Rafale no Brasil, acabou!’. A revista sublinha que a França não consegue mais achar comprador para seus aviões militares no mundo.


//NA RETA FINAL


UOL e BBC Brasil entrevistaram e destacaram que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, está ‘otimista na reta final da reunião do clima’, em Cancún, e relata ‘avanços nas negociações com Japão e Rússia sobre o Protocolo de Kyoto’. Nas suas palavras, ‘sinto que todos querem alcançar um compromisso político sobre um segundo período de Kyoto’.


Em longa entrevista ao francês ‘Le Monde’, o embaixador brasileiro para as mudanças no clima, Sérgio Serra, foi pela mesma linha, ressaltando que ‘a negociação não está bloqueada’. Insistiu na segunda prioridade de Brasil, África do Sul, Índia e China, o grupo Basic: a confirmação dos US$ 30 milhões prometidos pelos países desenvolvidos em Copenhague.


EM QUARTO Germanwatch e Climate Action Network Europe divulgaram via agências seu índex para o desempenho global contra a mudança no clima. No enunciado da UPI, ‘Brasil é o melhor’. Na verdade, os primeiros três lugares ficaram vagos. O Brasil foi o melhor do mundo, mas em quarto. O pior foi a Arábia Saudita, seguida pelo Canadá


//CALCANHAR DE AQUILES


‘Christian Science Monitor’, ‘Le Monde’ e outros analisaram o desempenho do Brasil em educação, com os dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No jornal americano, o resultado ‘sublinha um dos poucos borrões no boletim do presidente Lula’. Abrindo o texto, ‘Brasil ganhou B por esforço, mas um D pelo resultado’.


O jornal francês também destacou ser o ‘calcanhar de aquiles do Brasil’. Abrindo o texto, ‘Parabenizado pelos muitos progressos econômicos e sociais, o Brasil estagnou num campo crucial: a educação’.


//ERRAMOS


Saiu a lista anual dos maiores erros do jornalismo americano e europeu, ‘Regret the Error’. O primeiro lugar é da revista de culinária ‘Cooks Source’, que republicou um texto da internet e depois enviou, à autora original, um e-mail dizendo ser ‘domínio público’ -e reclamando que estava mal escrito.


A ‘Correção do Ano’ foi do ‘Times’ de Londres, que anunciou como ‘Amazongate’ um suposto erro no cálculo da agência da ONU para o desmatamento da Amazônia -e só foi retificar após ordem judicial.


 


 


WIKILEAKS


Hackers reagem ao cerco a site e atacam empresas


Um grupo de hackers reagiu ontem ao cerco ao WikiLeaks e a seu fundador, Julian Assange, e atacou os sites de empresas que aderiram à pressão contra o site.


Saíram do ar durante o dia de ontem, entre outras, páginas das empresas de cartões de crédito Mastercard e Visa.


Entre os alvos estiveram ainda a promotoria da Suécia, que pediu a prisão de Assange, um banco suíço que bloqueou as suas contas e, segundo a ABC, a página da ex-candidata à Vice-Presidência dos EUA Sarah Palin, crítica de Assange.


Segundo o ‘New York Times’, a Amazon.com, que deixou de fornecer o servidor do site também foi atacada.


Após sair do ar, a Mastercard, que anteontem havia cancelado os pagamentos ao WikiLeaks, confirmou ao ‘New York Times’ que sua página havia sido derrubada, mas que transações com cartões de crédito não teriam sido prejudicadas.


Mas, a ‘BBC’ divulgou a existência de falhas em sistemas de pagamentos.


No final do dia, depois de uma série de ameaças feitas pelos hackers, a página da Visa também foi tirada do ar.


A Operação Payback (‘dar o troco’) é liderada pelo grupo de hackers Anonymous, que se autodefine como ‘pessoas que compartilham ideais’ e querem ser uma força ao ‘bem caótico’.


O fundador do WikiLeaks está preso em Londres desde anteontem, quando se entregou à polícia. Ele enfrenta processo de extradição para a Suécia, onde é acusado de ter cometido crimes sexuais.


Para a defesa de Assange, ele sofre represália pelo vazamento de 250 mil documentos diplomáticos dos EUA.


Para fazer os ataques virtuais, os hackers recorreram ao chamado DDoS (ou negação de serviço). A ação consiste na inundação de acessos aos sites das empresas.


Desde a semana passada, quando os despachos começaram a vazar, o WikiLeaks é alvo de um crescente cerco.


A primeira ação foi da Amazon, depois o site teve o domínio .org supenso.


ATAQUE AO VISA


A empresa PayPal cancelou a conta do WikiLeaks para arrecadar doações. O Swiss Post congelou a conta pessoal de Assange. Todas as retaliações ao WikiLeaks, contudo, foram contornadas.


Os ataques virtuais foram antecedidos de ameaças a todas as empresas que se alinharam aos EUA na disputa com o WikiLeaks. No caso da Visa, contou até mesmo com uma contagem regressiva.


Às 18h (horário de Brasília) de ontem, o perfil do grupo Anonymous no Twitter disse que, em uma hora, o site da empresa seria derrubado.


Às 19h, foi postada a mensagem: ‘Fire Fire Fire!!! Weapons’. (Dispare Dispare Dispare!!! Armas), convocando o ataque. Depois de cinco minutos, o site foi derrubado.


Mastercard e Visa afirmam que o cancelamento de pagamentos ao WikiLeaks não tiveram motivação política.


Mas um dos despachos vazados pelo WikiLeaks ontem mostra o governo dos EUA intercedendo pelas duas empresas na Rússia.


Durante o dia, foram feitas ameaças também ao próprio Twitter, acusado de impedir o WikiLeaks de chegar à lista de temas mais comentados.


‘A grande tempestade de merda está somente começando’, afirmou o grupo.


À noite, o perfil do Anonymous no Twitter foi suspenso. O seu perfil no Facebook foi tirado do ar.


Um site usado pelos hackers para obter o software do tipo DDoS usado nos ataques aos sites das empresas também foi derrubado.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Canais Sony viram grupo independente no Brasil


De olho no crescimento da TV por assinatura no Brasil e da produção nacional no setor, os canais Sony se tornam hoje um braço totalmente independente no país, separando-se de todo o pacotão da América Latina.


A novidade, que será anunciada hoje ao mercado, implica significativas mudanças de direcionamento e conteúdo dos canais Sony: Sony, Animax e AXN.


Ao apostar na regionalização, os canais da programadora ganharão novas vinhetas, novo layout, vão retomar a produção nacional e terão suas grades totalmente reestruturadas.


A Folha apurou que pesquisas de público serão feitas para adaptar horários e conteúdos da programação ao gosto brasileiro.


Com a independência, as séries e filmes desses canais devem ir ao ar no Brasil em horários diferentes dos da grade latino-americana.


A mudança também tem em vista um crescimento comercial do grupo, uma vez que a Sony terá uma unidade mais forte no Brasil e conteúdo direcionado.


A regionalização conta ainda com mudanças estruturais. Alberto Niccoli Júnior, ex-vice-presidente Comercial, agora é o vice-presidente geral do grupo no Brasil.


Os canais Sony também devem ganhar em breve um diretor de programação.


REPRISE


Mateus Solano será um ex-diplomata em ‘A Novela das Oito’, filme inspirado na novela ‘Dancin’ Days’ (Globo), que está sendo rodado no Rio


Agrado A Record promove hoje em Belém (PA) dois festões: um para o mercado publicitário e um show para 30 mil pessoas no Angar. Leva a nata de seu elenco, como Gugu e Rodrigo Faro, para comemorar os índices de audiência do canal por lá.


Agrado 2 Belém é onde a Record tem a melhor audiência no país: 27% de share (participação entre TVs ligadas).


Lençóis Sai ‘Hilda Furacão’, entra a minissérie ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, na TV Globo Internacional, no Japão, no dia 14.


Jet Bronze Uma moda estranha pegou entre apresentadores e jornalistas na TV. Buscando um ar mais saudável, estão carregando a mão em maquiagem que simula bronzeado. Parece barro na cara.


Cofre A Globo renovou as cotas de patrocínio para 2011 de suas novelas das 18 horas (P&G), 19h (Sadia) e das 20h (Natura). ‘Fantástico’ também renovou com o Boticário para o próximo ano.


Festa A MTV reúne seus VJs, hoje, para gravar a vinheta especial de fim de ano.


É Pique A Rede Brasil comemora os 80 anos de Silvio Santos no ‘Controle Remoto’ de sábado, às 20h.


Química ‘As Cariocas’ (Globo) de anteontem, com Alessandra Negrini, bateu o recorde do programa: registrou média de 21 pontos de audiência. O programa vinha marcando 19 pontos. (Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Christiane Riera


‘Clandestinos’ faz diversão pura com enredo versátil


Após o sucesso de sua peça homônima, João Falcão se uniu a Guel Arraes e a Jorge Furtado para dirigir e roteirizar ‘Clandestinos’, série da Globo sobre o destino de um clã curioso: atores cujo sonho do estrelato não acabou.


O resultado desta tríade é uma dramaturgia elaborada e inovadora, que culmina em diversão pura e inteligente.


No episódio da semana passada, o diretor de teatro (Fábio Enriquez) e sua produtora (Elisa Pinheiro) vivem o dilema de sair de crise financeira e criativa com o ‘incentivo’ de um mecenas para lá de comprometedor.


Uma trama versátil, com inversões de papéis surpreendentes, costura a ‘ex-criança’ e atriz mirim decadente Luana Martau com Renata Guida, filha de um deputado e afastada de um grupo de teatro experimental paulista, o que garante diálogos ousados contra a cultura de massa.


Deborah Wood, a ‘bonequinha do papai’ cômica, que arrisca monólogo dramático de ‘Romeu e Julieta’, legitima a opção por elenco desconhecido de talento inquestionável.


NA TV


Clandestinos – O Sonho Começou


QUANDO qui., às 22h50, na Globo


CLASSIFICAÇÃO 14 anos


AVALIAÇÃO ótimo


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


 


WIKILEAKS


Hackers lançam ofensiva na rede para vingar cerco financeiro ao WikiLeaks


Hackers solidários ao WikiLeaks lançaram um amplo ciberataque contra entidades que tentam sufocar, financeiramente e judicialmente, a organização de Julian Assange. Os alvos ontem foram um banco suíço e as redes Mastercard e Visa – que haviam suspendido seus serviços ao WikiLeaks -, além da procuradoria da Suécia, que pede a extradição de Assange, preso em Londres.


No Twitter, supostos responsáveis pelos ataques batizaram a ofensiva de ‘Operação Troco’. Também ontem, o número de fãs da página do WikiLeaks no Facebook chegou a 1 milhão.


A Mastercard admitiu que estava sofrendo ‘quedas de serviço’ em seu sistema de verificação de pagamentos. A empresa foi obrigada a garantir publicamente que seus clientes poderiam continuar a usar os cartões com segurança. Além dos três grandes ataques de ontem, hackers partidários de Assange já invadiram páginas e prejudicaram o funcionamento da Amazon, PayPal e EveryDNS – todas cortaram seus serviços ao WikiLeaks, sob pressão dos EUA.


O governo americano, pela primeira vez, falou publicamente sobre os prejuízos que o WikiLeaks provocou em suas ações e procedimentos diários. Segundo P.J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado, grandes reuniões de diplomatas americanos e estrangeiros deram lugar a eventos mais reservados. Não está claro, porém, se a mudança foi provocada pelo temor de novos vazamentos ou pela pressão de aliados envolvidos na divulgação de documentos.


Uma fonte de Washington negou que o governo pretenda transferir alguns diplomatas citados em telegramas. ‘Não achamos que será necessário. O vazamento causou danos substanciais e levará algum tempo para resolvermos essa questão.’ Crowley foi mais cauteloso. ‘Obviamente, veremos se algum diplomata em especial é boicotado em países ressentidos com o que foi revelado.’


O secretário da Defesa, Robert Gates, mostrou-se otimista, dizendo que os vazamentos foram lamentáveis e inoportunos, mas não causarão danos graves. Já o coronel Dave Lapan, porta-voz do Pentágono, afirma que há sinais de que potências estrangeiras estão se retirando de negociações com os EUA.


Lobby. O WikiLeaks também retaliou ontem as redes Visa e Mastercard. O site divulgou telegramas que mostram que os EUA fizeram lobby junto ao governo russo para que uma lei local fosse alterada para não prejudicar as duas empresas. Em outro documento, Washington entrou em cena junto ao governo turco para amenizar as críticas à Mastercard depois que a empresa publicou um guia turístico que citava as aspirações curdas e o genocídio armênio. / REUTERS, THE GUARDIAN e AP


 


 


TECNOLOGIA


Steve Jobs é eleito o CEO da década


Conhecido mundialmente por seu carisma e por um modo de gestão centralizador, o presidente e fundador da Apple, Steve Jobs, foi eleito o CEO da década pelo site MarketWatch, referência no mercado financeiro internacional, ligado ao Wall Street Journal e à agência de notícias Dow Jones.


Jobs foi escolhido por representar o presidente-executivo cujos esforços, na última década, mais tiveram resultados significativos para investidores, consumidores e funcionários.


A seleção foi feita pelos leitores do próprio site. Inicialmente, no entanto, coube aos editores listarem as empresas que, nos últimos dez anos, se destacarem em quesitos como desempenho na visão do consumidor, retorno de ações, tratamento dos empregados, iniciativas de governança corporativa e sustentabilidade empresarial.


Os leitores do site escolheram Jobs entre outros quatro finalistas: Jeff Bezos, do site de varejo Amazon; Howard Schultz, da rede de cafeterias Starbucks; Tim Solso, da fabricante de motores Cummins; e Eric Schmidt, do site de pesquisas Google.


‘A ressurreição da Apple é provavelmente a história mais surpreendente que aconteceu no mundo dos negócios em pelo menos uma década – ou talvez em meio século’, disse ao MarketWatch Roger Kay, presidente da Endpoint Technologies. ‘É equivalente a Thomas Edison e Alexandre Grahan Bell em termos de impacto.’


Fundador da Apple em 1976, Steve Jobs foi forçado pelo conselho de administração a deixar a empresa em 1985, quando fundou a NeXT, outra empresa de computadores. Os anos seguintes foram marcados por uma grave crise financeira que quase levou a empresa à falência, e a Apple contratou Jobs novamente como consultor em 1997.


Reviravolta. Foi o início de uma reviravolta que levou a empresa a se tornar referência em inovação, design e funcionalidade. Sempre baseado em um marketing agressivo – e apresentações capitaneadas pelo próprio Steve Jobs -, a empresa lançou, nos últimos anos, produtos que inauguraram ou se tornaram ícones em suas categorias, como o iPod, o iPhone e, mais recentemente, o iPad.


Jobs também foi o responsável por uma grande expansão na empresa, contratando dezenas de milhares de trabalhadores depois de seu retorno. Hoje, a Apple emprega mais de 46 mil funcionários no mundo todo, ante os 8,5 mil do início da década. A empresa tem, atualmente, mais de 320 lojas espalhadas pelo mundo.


A última década foi igualmente positiva em termos de vendas e de retorno para os investidores. As vendas aumentaram cerca de 12 vezes no período, tendo saído de US$ 5,4 bilhões no ano fiscal de 2001 para US$ 65,2 bilhões em 2010. Nesta década, a Apple já acumulou mais de US $ 229 bilhões em vendas totais. Atualmente, o valor de mercado da Apple é de US$ 285 bilhões, superando o valor da rival Microsoft, atualmente estimado em US$ 220 bilhões.


Steve Jobs, que este ano chegou a se afastar da empresa por alguns meses para tratar de problemas de saúde, constantemente figura também na lista dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Com fortuna avaliada em US$ 6,1 bilhões, ele ocupa a posição de número 42 no ranking elaborado pela revista Forbes. O primeiro lugar é ocupado pelo fundador da Microsoft, Bill Gates.


CEO do ano. Além da eleição do CEO da década, o site MarketWatch também promoveu a escolha do CEO do ano. Nesse caso, toda a seleção foi feita pelos editores, sem participação dos leitores. O escolhido foi Alan Mulally, da Ford, reconhecido por seu desempenho em meio à crise financeira internacional.


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Novela de menor ibope do horário, Passione endossa queda da Globo


Com 34,2 pontos de média de audiência na Grande São Paulo até o capítulo 175, exibido na última segunda-feira, Passione deve cerrar cortinas em janeiro como a novela das 9 (ou das 8, como ainda é conhecida) de menor audiência da Globo. Nesse período, o share, termo que mede a participação do programa no universo de TVs ligadas, foi de 53,2%. A trama atual tem todos os votos de pesquisas de grupo. Mas o folhetim acompanha uma queda de ibope verificada em toda a grade do plim-plim, numa situação que pode até ser estancada, mas certamente é irreversível aos padrões de 50 e 60 pontos que a Globo colecionou por três décadas.


Na Grande São Paulo, onde cada ponto equivale a 56 mil lares, segundo o Ibope, o painel de audiência das últimas quatro novelas do horário, tomando como referência sempre os seus 175 capítulos iniciais, é o seguinte:


* Duas Caras (2007/2008): 40,2 pontos de média, com 62% de share;


* A Favorita (2008): 39 pontos de média, com 57,8% de share;


* Caminho das Índias (2009): 37,5 pontos, com 57,9% de share;


* Viver a Vida (2009/2010): 35,3 pontos de média e 56,1% de share.


Há quem defenda na emissora que parte da queda na TV é compensada pelo crescimento da audiência na internet, mas a frequência na web não pode ser tomada como público complementar, até porque muitos vão à rede para rever o que já viram na TV.


Para Boni, o executivo que ajudou a pavimentar a grade agora em desgaste, a novela tende a ser, dentro de 30 anos, um produto on demand, ou seja, pago por encomenda.


Bem na foto


Clicada por Henrique Gendre para a revista RG, Bruna Linzmeyer, vista na série Afinal, o Que Querem as Mulheres, fará par com Lázaro Ramos na próxima novela das 9.


300% é o que o site do Roda Viva cresceu em pageviews, nos cálculos da TV Cultura, entre as 14 semanas seguintes e as 14 semanas anteriores à reforma do título


‘Do jeito que está, meu irmão, se a gente comprar um circo, o anão cresce’, de Wagner Montes, no Balanço Geral da Record carioca, ao ilustrar a má fase por que passa o Rio


A TV ocupa o 5º lugar como passa-tempo na preferência de jovens de 10 a 19 anos, no Reino Unido. Assim contou a editora-chefe de Educação do Channel 4, Jo Twist, anteontem, no PIC sobre Novos Formatos, evento da Associação Brasileira de Produtoras Independentes, em São Paulo. Videogame e internet lideram o ranking.


A pesquisa mencionada por Twist, obra da rede pública britânica, denuncia o que aqui já se prevê: que o público jovem migra cada vez mais da TV para videogames e internet.


Com 21 pontos de média no Ibope, A Desinibida de Copacabana, com Alessandra Negrini, anteontem, na Globo, foi recorde de audiência da série As Cariocas. Até então, o episódio de Adriana Esteves tinha o maior resultado: 19 pontos.


Patrocinadora do BBB desde a 1ª edição, a Fiat já se movimenta na elaboração de provas para a 11.ª temporada, com farta distribuição de exemplares da marca na casa.


A chegada da Record HD à Net, maior operadora de TV paga do País, está próxima de ocorrer.


É apoiada em larga pesquisa, estudo feito em cinco capitais, a mudança de perfil que determina nova programação para o canal GNT a partir de março. E a expansão da classe C na base de assinantes tem muito a ver com o peixe.


Vai ao ar hoje o esperado beijo gay previsto na série Clandestinos, da Globo. Mas convém avisar aos mais animados: trocado entre dois personagens heterossexuais vividos por Hugo Leão e Fábio Henrique, promete ser só mais um selinho.


Bandeira do Fluminense foi vista na vizinhança do prédio de Christiane Torloni em cena da novela Ti-Ti-Ti, em tese passada em São Paulo, mas gravada na Barra da Tijuca. Seria de um fluminense perdido em Sampa?


 


 


 


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