Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Só a Suprema Corte pode salvar repórteres da cadeia

Na semana passada, os repórteres Judith Miller, do New York Times [19/4/05], e Matthew Cooper, da revista Time, perderam em mais uma instância o recurso contra o promotor Patrick J. Fitzgerald, que quer que eles revelem quem lhes informou a identidade da espiã Valerie Plame, mulher de um ex-diplomata que criticou abertamente os argumentos de George W. Bush para invadir o Iraque.

A identidade de Valerie foi publicada pelo colunista Robert Novak, reproduzido por diversos jornais. Judith e Cooper, apesar de não escreverem a respeito, também foram contatados por alguma fonte que lhes entregou a informação da identidade da agente, algo que, em determinadas circunstâncias, está proibido pela lei americana. O processo visa descobrir se a identidade de Valerie foi entregue em represália à atitude de seu marido contra o presidente republicano.

Sujeitos a uma pena de 18 meses de prisão por não colaborarem com a justiça, Cooper e Judith se negam a dizer quem foi seu informante sob a alegação de que gozam de privilégio de sigilo de fonte. Perderam em primeira instância, em fevereiro, e, agora, em segunda. Só lhes resta recorrer ao Supremo Tribunal americano. Outra saída seria entrar em algum tipo de acordo com Fitzgerald, para não ir para a cadeia. O caso já se estende há meses e tem chamado muita atenção porque pode determinar o futuro do direito ao sigilo de fonte nos EUA.