Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Tiago Dória

RECOMENDAÇÃO
Tiago Dória

Newsmatch do LATimes

‘Tecnologias de recomendação de conteúdo estão se tornando bem comuns.

O Genius, por exemplo, recomenda novos aplicativos de acordo com o nosso histórico de uso de aplicativos no iPhone. E o YouTube, por sua vez, inaugurou recentemente a seção ‘Recomendado para você’ que sugere vídeos de acordo com o nosso histórico de visualização.

Se a gente for pensar, é normal surgir esse tipo de ‘tecnologia inteligente’ quando temos tantas opções de escolhas (na área de aplicativos para iPhone nem se fala então).

O detalhe é que esse tipo de tecnologia ainda é pouco utilizado no jornalismo, área que também nos fornece todos os dias uma miríade de conteúdo.

Na tentativa de aplicar esse tipo de tecnologia ao jornalismo, o site do Los Angeles Times está testando uma ferramenta de sugestão de conteúdo – o Newsmatch.

Você é convidado a responder um ‘quiz visual’ e, a partir de suas respostas, o sistema retorna uma home do LATimes personalizada e indica que tipo de leitor você é. As perguntas são bem pessoais, com base em sua personalidade, do tipo ‘com o que você mais se preocupa?’, ‘o que você gostaria de ser daqui a 5 anos?’

Diferente de outros sistemas de recomendação, você não precisa fazer nenhum cadastro e o site do LATimes gera um RSS personalizado.

Para criar o Newsmatch, o LATimes recorreu à startup MyVisualDNA.

Há claro controvérsias conceituais em relação ao uso deste tipo de tecnologia no jornalismo, que toma como base a nossa personalidade para sugerir conteúdo, pois acredita-se que as ‘notícias que lemos não devem espelhar quem você é, mas o mundo em que vivemos’.’

 

NOVA MÍDIA
Tiago Dória

Perfil da startup do NYTimes

‘O Nieman Journalism Lab, ligado à Universidade de Harvard, deu destaque a um estudo sobre o perfil dos profissionais que trabalham no laboratório de ‘tecnologias interativas’ do NYTimes, que, desde 2007, funciona como uma startup dentro da publicação.

Para surpresa de alguns, a maioria dos profissionais não tem formação original na área de programação. Na realidade, a ‘unidade de inovação’ do NYTimes é formada por profissionais de diversas áreas – antropologia, artes, história, arquitetura e, claro, jornalismo e TI. Perfil que não é muito diferente da unidade de ‘novas mídias’ de outras publicações e organizações de mídia, como a NPR e o Chicago Tribune.

A intenção é juntar pessoas de diversas áreas (com visões diferentes sobre compartilhamento de informação, credibilidade, objetividade) para criar novos produtos na área de jornalismo. Aliás, se a gente olhar de forma atenta a história do NYTimes, não é nenhuma novidade a publicação adotar essa postura, de juntar pessoas de diversas áreas em torno de um objetivo comum.’

 

TELEVISÃO
Tiago Dória

Google quer marcar presença na sala de estar

‘A Google já está presente nos computadores, nos celulares, nas empresas, nas escolas, faltava marcar presença na sala de estar, antigo desejo da empresa de busca.

Nesta quinta-feira, a Google anunciou o Google TV, plataforma que integra a web à TV. De TV tem muito pouco, é mais sobre web.

Com o Google TV, será possível navegar por sites, ver vídeos, ouvir músicas e visualizar fotos na tela de um aparelho de TV. Ou seja, será possível consumir o conteúdo que está na web na tela de uma TV. Não difere muito do Apple TV ou, se você quiser ser mais prático, da atitude de utilizar um cabo HDMI, capaz de conectar um computador a uma TV.

O principal diferencial está no que a Google sabe fazer melhor – busca. Grande parte da experiência do Google TV terá como base a busca. Será possível pesquisar por programas na própria TV. Basta digitar algo que deseja assistir na TV que o sistema indica para você.

Com o anúncio do Google TV nesta quinta-feira, a empresa de busca deixou evidente duas coisas: a sua ‘estratégia de 3 telas’ (TV, computador, celular) e de que pretende concorrer com a Apple por meio de uma postura mais aberta (diferente do Apple TV, o Google TV terá uma política para que desenvolvedores externos possam criar aplicativos em torno dele).

Caso seja bem sucedido, o Google TV poderá colocar a empresa de busca em um lugar privilegiado no mercado de publicidade, pois poderá oferecer anúncios não somente com base em nossa navegação na web, mas também no que assistimos na TV.

No final das contas, abrirá caminho para que a Google saia dos computadores e entre na nossa sala de estar, tornando a empresa de busca (mais) onipresente.’

 

PRIVACIDADE
Tiago Dória

Facebook e o jeitinho de ganhar dinheiro com a internet

‘Dia 31 de maio é o ‘Dia de sair do Facebook’, o QuitFacebookDay. As recentes mudanças na política de privacidade do Facebook, que, uma vez mais, minimizam a autonomia dos usuários, seriam o principal motivo do protesto. Elas seriam um ‘atentado contra a privacidade’.

O QuitFacebookDay parece ser mais um daqueles movimentos online que, no final das contas, resultam em pouca coisa e servem mais para autopromover quem os cria.

Sempre quando uma plataforma de rede social coloca os seus usuários em segundo plano, surge um movimento deste tipo. Lembra do ‘Delete Your MySpace Day’?

Principal motivadora do protesto, as recentes mudanças na política de privacidade do Facebook estariam relacionadas ao projeto de monetizar a rede social (assunto que comentei com mais detalhes aqui, no blog, há duas semanas). Ou seja, em troca de sacrificar a privacidade dos usuários, o Facebook estaria atrás de um caminho curto e rápido de gerar receita ou de, pelo menos, mostrar-se como um negócio sustentável.

Lembra daqueles autores de blogs que, há 3 anos, prometiam uma forma mágica de ‘ficar rico com a internet’ entupindo o blog de banners e links patrocinados, sacrificando, desse modo, a ‘experiência do usuário’? A mentalidade seria parecida.

Portanto, se existe algo para protestar, é contra essa mentalidade de que existe um caminho curto, simples e rápido de ‘ganhar dinheiro com a internet’ sacrificando os usuários, colocando-os em segundo plano.

Enquanto existir esse tipo de pensamento, sempre acontecerão ‘atentados contra a privacidade’.’

 

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