A agência americana de controle de alimentos e drogas (FDA)considerou a nicotina dos cigarros como droga. O presidente Clinton,antitabagista, ao contrário do seu concorrente Bob Dole,deve sancionar a medida.
Depois de 100 anos de denúncias, a invencibilidade, impunidadee intangibilidade da indústria tabaqueira americana chegaramao fim (*) a despeito da omissão da mídia, fartamentealimentada pelas campanhas publicitárias dos fabricantesde cigarros.
Única exceção: Seleçõesdo Reader's Digest, que desde a sua fundaçãoapresentou-se como baluarte do antitabagismo. Mas os heróisda cruzada foram os observadores da imprensa americana e suaspublicações (EXTRA!, editadapela FAIR, e a CJR, da Escola de Jornalismo da Universidadede Columbia), que municiaram com informações e pesquisascientíficas as ONG's e os grupos de pressão comunitários,permitindo o encurralamento da grande imprensa na desagradávelposição de cúmplice na morte lenta de fumantese não-fumantes.
Na Internet há inúmeros sites e home-pagesdedicados à cruzada antitabagista americana, inclusive a Tobacco BBS (http://www.tobacco.org),com um boletim diário, Tobacco Daily News on theWeb..
Quem se habilita a copiar o que é bom e deflagrar a cruzadano Brasil?
(*) Ashes to Ashes: America's Hundred-Year Cigarette War,the Public Health and the Un-Bashed Triumph of Phillip Morris,de Richard Kluger (Knopf, 1996, 807 pp.); The New York Reviewof Books, 11 de Julho, 1996.