Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

A voz conservadora dos editoriais do Journal

ROBERT BARTLEY (1937-2003)

Morreu de câncer aos 66 anos, em Nova York, o ex-editorialista do Wall Street Journal Robert L. Bartley, um dos responsáveis pelo tom conservador da página de opinião de um dos mais influentes jornais americanos. Em seus editoriais sem assinatura, e em alguns artigos assinados, ele defendia sistematicamente a redução dos impostos para estimular a economia. Também agitava bandeiras como a manutenção de um poderoso sistema de defesa para os EUA e a proteção do Estado de Israel.

No dia 2/12, quando seu estado terminal já estava evidente, recebeu um telefonema do presidente George W. Bush, que o condecorou com a Medalha Presidencial da Liberdade por sua atuação na defesa "do livre mercado, da liberdade individual e dos valores necessários para uma sociedade livre". Bush acrescentou ainda que Bartley "ajudou a dar forma aos tempos em que vivemos". Ele trabalhava no diário desde 1962 e chegou a editor da página editorial após 10 anos. Depois foi nomeado editor do jornal, supervisionando a página editorial, os artigos opinativos e a crítica de arte. Estava aposentado desde 2002, segundo The New York Times [11/12/03].

Durante o mandato do democrata Bill Clinton, Bartley apontou as metralhadoras da página editorial do Journal contra o governo, criticando o caso Whitewater, o escândalo envolvendo a estagiária Monica Lewinski e a indicação de conterrâneos do mandatário para trabalharem na Casa Branca. Em 1993, um desses assessores de Arkansas, o conselheiro Vincent Foster, apareceu morto em um parque ? em aparente suicídio ? um mês depois que o jornal publicou texto intitulado "Quem é Vince Foster?" Um bilhete encontrado em sua pasta após o incidente dizia, entre outras coisas, que "os editores do Wall Street Journal mentem inconseqüentemente".