Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Agora ou nunca

THE WASHINGTON POST

A guerra dos Estados Unidos com o Iraque pode estar próxima. Certamente será depois do Super Bowl (a final nacional do futebol americano), ironiza o ombudsman do Washington Post, Michael Getler, em coluna de 12/1/03. Getler observa que as forças militares estão prontas de ambos os lados, mas que, como cidadão e consumidor de notícias, ele não se sente preparado.

O problema não é que a imprensa não tenha noticiado os preparativos para o conflito. A questão é que, numa época de ameaça terrorista, uma guerra como essa traz outros desafios. Getler pergunta, por exemplo, qual a chance de acontecer um atentado em retaliação à invasão do Iraque. Ninguém sabe ao certo, mas esta preocupação tem de existir. Se o governo Bush tem certeza de que Saddam Hussein possui armas de destruição em massa, quem garante que ele não poderá tentar utilizá-las dentro dos EUA, até mesmo com ajuda da al-Qaeda? Neste caso, por que não se fez uma campanha instruindo a população para que saiba se proteger? O que se deve fazer num ataque com armas radioativas? Qual é a condição dos serviços de saúde e defesa civil das cidades americanas? E Osama bin Laden? Guerreando no Iraque, os Estados Unidos poderão manter os esforços para destruir a rede terrorista que atacou o país?

Ninguém sabe se a guerra será o começo de um tempo melhor ou pior. "Em um ou dois meses, será tarde para repensar ou para descobrir coisas que o governo deveria ter considerado antes, que a imprensa deveria ter perguntado antes, e que deveriam ter sido ditas ao público", reflete o ombudsman.