Friday, 03 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Assessoria e jornalismo empresarial

MÍDIA INSTITUCIONAL

Aurélio Galvão (*)

Os campos de atuação do jornalismo são bem amplos hoje em dia. Se, há 30 anos, ser jornalista significava necessariamente trabalhar em grande redação, hoje o mundo se expandiu e oferece novas alternativas e oportunidades de trabalho ao profissional.

Uma dessas primeiras alternativas foi a assessoria de imprensa. A sociedade evoluiu e tornou complexo o ato de comunicar os feitos de instituições ou empresas a "grandes massas", que é como são vistos, muitas vezes, leitores, ouvintes ou telespectadores brasileiros. Notadamente num país de grandes proporções geográficas e culturais como o Brasil.

Isso significa que, aos poucos, inicialmente os presidentes e dirigentes das instituições perceberam que poderiam se beneficiar de um melhor entendimento do funcionamento das redações de jornalismo e de como trabalhar, legitimamente, esse mecanismo para o bem da própria instituição.

E como faziam isso? Basicamente de duas formas. Ou freqüentavam um curso com profissionais do ramo para desenvolver técnicas de comunicação específicas (o chamado media training), para aparecer diante das câmeras ou dos microfones, ou então delegavam a um profissional da comunicação a intermediação dos contatos entre a empresa e a grande mídia.

Hoje a sociedade caminha para perceber que existem grandes necessidades internas de comunicação em empresas ou instituições que um grande jornal ou emissora de TV, por exemplo, está longe de poder suprir. E aí é que surge o jornalismo empresarial.

Ética e excelência

Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o principal objetivo do jornalismo empresarial é transformar a rotina de trabalho de empresas e instituições em notícias extraordinárias. Até aí a assessoria de imprensa e o jornalismo empresarial se assemelham. Mas existe uma grande diferença de foco entre ambos. Enquanto a assessoria se volta para um público externo e difuso, o jornalismo empresarial se preocupa em suprir as necessidades de informação de seu público mais importante: seus próprios clientes, acionistas, fornecedores e funcionários.

O jornalismo empresarial não veio para substituir os grandes meios de comunicação. Eles continuarão importantes para a sociedade. E, de fato, o jornalismo empresarial busca ensinar aos dirigentes da empresa a complementaridade do marketing, da publicidade, das relações públicas, além do próprio jornalismo empresarial, para o sucesso da comunicação da empresa.

Dotado de uma visão também comercial, o jornalismo empresarial entende que precisa racionalizar, para a empresa, os custos de manter informado seu público mais importante. Daí o uso privilegiado de instrumentos como informativos impressos de pequena escala, newsletters via e-mail e comunicados e informativos eletrônicos via internet, por exemplo.

Também são características do jornalismo empresarial o reconhecimento da importância do design na construção visual de todos os comunicados direcionados ao público da empresa, a busca constante da inovação, a ética e a excelência.

(*) Jornalista, <www.aureliogalvao.hpg.ig.com.br>