Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Biografia não-autorizada

MONITOR DA IMPRENSA

MARTHA GELLHORN

Nos últimos anos de sua vida, a repórter americana Martha Gelhorn, ex-mulher de Ernest Hemingway, consagrada por sua cobertura de guerras, soube que Carl Rollyson, dono de publicações recheadas de fofocas, estava investigando sua vida pessoal para publicar um livro sobre ela. De acordo com The Guardian [24/4/01], este mês ele concluiu seu produto, e Beautiful exile, The life of Martha Gelhorn, foi publicado, três anos após a morte da jornalista.

Em 1990 saiu uma edição prévia do livro nos EUA, mas o autor foi forçado a retirar certas partes depois de um processo aberto por Martha. Na obra, a jornalista é retratada como uma mulher que usava os homens, e que teria abandonado seu filho adotivo ? o que ele mesmo nega. "Ela sabia como sexo era importante para os homens, e usou isso não só para lhes dar prazer, mas para obter boas histórias", diz um trecho da introdução. Antes de morrer, Martha escreveu 25 páginas de anotações sobre os erros de Rollyson.

Jornalistas amigos se indignaram com o livro, e lembraram que a excelência profissional da repórter sempre causou muita inveja, inclusive em Hemingway. Ela cobriu as maiores guerras, e desejava ser lembrada por isso, e não por seu conturbado relacionamento com o escritor, que se suicidou em 1961. Em Beautiful exile, Rollyson publicou ferozes cartas de Hemingway, que ela queimou pouco antes de morrer.

Os dois se conheceram em 1936, quando cobriam a Guerra Civil Espanhola, e seguiram juntos por um tempo como correspondentes de outras guerras. Ela escreveu sobre a libertação da Itália, sobre Israel, Polônia, Vietnã e presenciou a abertura dos portões do campo de concentração de Dachau depois da rendição nazista.

CHINA

O grupo Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que luta pela liberdade de expressão da imprensa, enviou carta em 20 de abril ao ministro chinês de Segurança Pública pedindo a libertação de um engenheiro de computação, informou a Reuters [21/4/01]. Yang Zili foi preso no dia 13 de março, por desenvolver um site <www.lib.126.com> de defesa da democracia e da reforma política na China. Sua mulher foi interrogada durante 48 horas e forçada a assinar documento afirmando que não divulgaria a prisão.

Chineses que usam a internet para troca de informações sobre direitos humanos no país têm sido reprimidos, disse RSF, em seu site <www.rsf.fr>. No dia 17, a China ? com o apoio de países em desenvolvimento e da Rússia ? bloqueou resolução dos EUA que condenava suas violações dos direitos humanos, em reunião da ONU em Genebra.

O Centro de Informações de Direitos Humanos e Democracia informou que, além de Yang, outros três universitários foram detidos, porque pretendiam promover seminários semanais em sua "Nova Sociedade Jovem" para discutir as reformas políticas. Pelo menos 24 acadêmicos e intelectuais foram presos em Pequim desde julho. Outro dissidente da web, Huang Qi, foi condenado por subversão por colocar informações sobre o Massacre da Praça da Paz Celestial, de 1989, em seu site <www.6-4tianwang.com>, que agora opera fora da China.

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