Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Comunique-se

VALOR vs. GAZETA

“GZM: Inescrupulosos querem nos controlar”, copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 4/12/2002

“A direção da Gazeta emitiu comunicado, assinado pelo seu presidente, Luiz Fernando Levy, em que diz repudiar matéria publicada pelo Valor Econômico nesta terça-feira (03/12), intitulada ?Justiça determina penhora da Gazeta Mercantil e arresto de call center?. Além de definir a notícia como ?tendenciosa?, a nota diz que o ?aludido arresto do call center? é ?descabido?, ?pois o que ocorreu foi uma simples operação de terceirização do serviço de comercialização de assinaturas do jornal?. A Gazeta vai recorrer da decisão, determinada pela juíza Neusa Regina Larsen de Alvarenga Leite, da 21? Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. A ação foi movida pela JB Comercial, do empresário Nelson Tanure, controlador do Jornal do Brasil e da Forbes Brasil.

Segundo o comunicado, a notícia é mais uma tentativa, ?movida por inescrupulosos, que visam a aquisição hostil do controle acionário do jornal, patrimônio da sociedade brasileira. Jamais permitiremos que isto ocorra.?

A juíza nomeou o perito judiciário Roberto Epelbaum para ser o depositário da empresa. Ele atuará como administrador e vai garantir o pagamento da dívida de R$ 2,5 milhões que a GZM tem com a JB Comercial – o dinheiro foi emprestado por Tanure à Gazeta no final do ano passado, quando a JB Comercial assumiu a gestão do jornal durante um mês. Epelbaum vai compor uma equipe de técnicos para ajudá-lo a administrar a Gazeta. Eles farão relatórios e definirão de que forma as dívidas da empresa poderão ser pagas.

Leia o comunicado na íntegra:

?A GAZETA MERCANTIL S.A, por seu presidente, Luiz Fernando Levy, repudia a tendenciosa notícia veiculada no jornal Valor Econômico, edição de ontem, 3 de dezembro, na página B-3, e vem, a bem de restaurar a verdade dos fatos, esclarecer aos seus leitores, clientes, agências, anunciantes, agentes financeiros, fornecedores, funcionários e amigos:

1 ? A notícia faz menção à penhora da empresa GAZETA MERCANTIL e arresto do seu call center, determinados pela juíza substituta da 21? Vara Cível do Rio de Janeiro.

2 ? A medida noticiada estaria na esteira de uma ação judicial tendo como credora a JB Comercial no valor de R$ 2,5 milhões,

3 ? A notícia refere-se, ainda, a crédito do Bank Of America, supostamente cedido a terceiros,

Em resposta, a GAZETA MERCANTIL esclarece:

A) A pretensa dívida de R$ 2,5 milhões é objeto de discussão judicial perante a 21? Vara Cível do Rio de Janeiro. Da decisão noticiada, de primeira instância, da qual este jornal não foi intimado, cabe recurso legal.

B) Quanto ao aludido arresto do call center, este é descabido, pois o que ocorreu foi uma simples operação de terceirização do serviço de comercialização de assinaturas do jornal, não se constituindo em alienação patrimonial.

C) Quanto à alegação de que a propriedade rural oferecida em garantia seria de terceiros, não procede. A mesma pertence à Charonel Agropecuária, empresa coligada ao grupo, estando apta a garantir as alegadas dívidas.

D) Quanto ao pretenso crédito do Bank Of America, a realidade nos conduz a ação judicial intentada pela GAZETA MERCANTIL na 24? Vara Cível da Capital de São Paulo, tendo como réu o Bank of America, na qual se demonstra o seu já integral pagamento, e onde este banco irá responder, mais uma vez, por perdas e danos.

A notícia se insere em mais uma sórdida tentativa, movida por inescrupulosos, que visam a aquisição hostil do controle acionário do jornal, patrimônio da sociedade brasileira. Jamais permitiremos que isto ocorra.

A GAZETA MERCANTIL está atenta e aguarda a superior decisão, advertindo aos autores desta aventura judiciária que suas intenções serão respondidas no âmbito da Justiça, onde couber.?”

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“Para Valor, nota da Gazeta é agressão gratuita”, copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 4/12/2002

“A direção do Valor Econômico considerou o comunicado da Gazeta Mercantil, enviado à imprensa, uma ?agressão gratuita e sem fundamento?. A GZM disse que matéria publicada no Valor nesta terça-feira (03/12) foi ?tendenciosa?. ?Nos limitamos a reproduzir uma decisão judicial em primeira instância?, rebateu o diretor de redação, Celso Pinto.

?O comunicado da Gazeta é distorcido. O Valor repudia este comunicado e não aceita ser considerado tendencioso ao relatar fatos plenamente esclarecidos por decisão judicial?, completou a direção, lembrando que procurou a Gazeta insistentemente ao decidir escrever a matéria.”

 

“Justiça determina penhora da Gazeta Mercantil e arresto de call center”, copyright Valor Econômico, 3/12/2002

“A Justiça do Rio determinou a penhora da Gazeta Mercantil e o arresto do call center que a empresa conseguiu arrendar a uma companhia de móveis de escritório, já que não poderia vendê-lo por estar impossibilitada. O pedido foi feito pela JB Comercial, do empresário Nelson Tanure, hoje o maior credor da GZM, desde que comprou as dívidas que a Gazeta tinha com o Bank of America, no valor US$ 30 milhões – a Gazeta deve também mais R$ 2,2 milhões a Tanure por um empréstimo feito no final de 2001, quando sua empresa assumiu a gestão da GZM por um mês. Procurada por Comunique-se, a direção disse que só irá se pronunciar através de nota enviada à imprensa no final da tarde desta terça-feira (03/12).

A decisão da juíza substituta Neusa de Alvarenga Leite, da 21? Vara Cível do Rio, faz com que o administrador da Gazeta passe a ser o seu depositário, responsável pelo pagamento de tributos e salários e com a liberdade de penhorar receitas. A GZM deve recorrer da decisão.

Matéria do Valor desta terça diz que o arrendamento do call center foi o que tornou possível o pagamento dos salários atrasados, mas fontes dão conta de que o dinheiro foi resultado de venda de cota de patrocínio de um livro que a Gazeta vai lançar em breve sobre investimento no Brasil.

E por falar em pagamento de atrasados, a parcela que deveria sair na última sexta-feira (29/11) não foi depositada. O dinheiro é referente a 20/11, que é o adiantamento do mês de novembro.

Outro problema que a Gazeta enfrenta é com o fundo de pensão Sistel, proprietário do prédio onde a empresa funciona, em São Paulo. A Sistel está pedindo ordem de despejo e também conseguiu a penhora de parte da receita da GZM.”