Monday, 06 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Conferência e workshop no Rio

JORNALISMO INVESTIGATIVO

Jornalismo investigativo ? Ética, técnicas e perigos é o tema da conferência e do seminário que o recém-criado Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas em Austin, realizará no Rio nos dias 30 e 31 (sexta e sábado próximos), em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.

Especialistas dos Estados Unidos e da América Latina estarão ao lado de colegas brasileiros, discutindo temas como os limites éticos da investigaç&aatilde;o jornalística e as medidas de proteção que devem ser adotadas em áreas de perigo para os repórteres.

A conferência, destinada a jornalistas, professores e estudantes de Jornalismo, será na sexta-feira, dia 30 de agosto, às 15h, no auditório do BNDES (Avenida Chile, 100), com entrada franca. O seminário será no sábado, dia 31, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, 16, 17? andar), para repórteres e editores das redações do Rio que lidam diretamente com reportagens de investigação e coberturas em áreas perigosas, com número limitado de inscritos por empresa.

O Sindicato e a Fenaj estão em contato com as redações do Rio para a inscrição dos profissionais que passarão todo o sábado (das 9h às 18h) no treinamento sobre jornalismo investigativo.

O jornalista americano Frank Smyth, coordenador de programas de segurança para repórteres do Comitê de Proteção a Jornalistas (ONG com sede em Nova York), será um dos participantes da conferência e do seminário. Ex-correspondente de guerra e repórter investigativo com vasta experiência em áreas perigosas, Smyth falará sobre a recente tendência mundial de adoção de programas de treinamento de repórteres em medidas de segurança e sobre ações concretas que devem ser tomadas nesses casos.

Os outros participantes estrangeiros são: David Kaplan, subeditor para investigações da revista U.S. News & World Report, veterano dirigente de organizações americanas dedicadas ao jornalismo de investigação; Gerardo Reyes, jornalista colombiano que emigrou para os Estados Unidos e se transformou num dos principais repórteres investigativos do Miami Herald, o que já lhe rendeu um Prêmio Pulitzer (1999) como integrante de uma equipe de investigação; e Gustavo Gorriti, premiado jornalista peruano que se destacou por trabalhos de jornalismo investigativo em seu país e no Panamá.

"Ainda estamos chocados com o assassinato de nosso amigo e colega Tim Lopes, quando trabalhava em reportagem investigativa", disse o jornalista Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. "E não foi difícil chegar à conclusão de que esta conferência e este workshop sobre jornalismo investigativo são o melhor caminho para iniciar nossa contribuição para o jornalismo brasileiro." Ex-correspondente internacional e ex-editor-executivo do Jornal do Brasil, Rosental Alves é professor de Jornalismo na Universidade do Texas.

Para a presidente da Fenaj, Beth Costa, a iniciativa terá efeitos práticos para o jornalismo carioca. "Não se trata apenas de abordar temas que estão em pauta nas redações, mas também de levar aos companheiros do Rio treinamento específico e a experiência de outros países e cidades que já passaram por situações de violência contra jornalistas."

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, Nacif Elias, assinalou que tanto a conferência quanto o seminário se somam às várias iniciativas que a entidade vem realizando desde a morte de Tim Lopes. "Continuamos protestando e exigindo justiça das autoridades, mas agora os jornalistas terão a oportunidade de realizar uma discussão prática sobre o que fazer para continuar no jornalismo investigativo, incluindo o tema segurança, ponto de discussão que nunca tinha entrado em debate", disse Nacif.

No seminário de sábado, no Sindicato, o painel sobre os perigos do jornalismo investigativo em áreas de risco terá também a participação do jornalista Leão Serva, ex-correspondente de guerra da Folha de S.Paulo, atual editor do jornal Último Segundo, do portal iG.com. Leão Serva acaba de retornar da Inglaterra, onde fez curso de segurança para repórteres, organizado pela empresa Centurion. O especialista americano Frank Smyth também fez o curso da mesma empresa, em sua versão dos Estados Unidos.

A questão da ética no jornalismo investigativo será abordada no seminário e na conferência pelo professor Francisco Karam, da Universidade Federal de Santa Catarina, autor do livro Jornalismo, ética e liberdade. No workshop do sábado, Karam estará num painel com Luis Garcia, editor de opinião de O Globo, e Mauro Malin, consultor editorial do Observatório da Imprensa.

Outros participantes do seminário serão: Ali Kamel, diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo; Marcelo Beraba, diretor da sucursal da Folha de S.Paulo no Rio; Albeniza Garcia, repórter de O Dia; Percival de Souza, veterano repórter policial de São Paulo; Suely Caldas, diretora da sucursal de O Estado de S. Paulo no Rio; e Octavio Costa, do Jornal do Brasil.

O Centro Knight Para o Jornalismo nas Américas foi criado na Universidade do Texas em Austin no dia 7 deste mês, graças a uma doação da Fundação James L. e John S. Knight. Nos próximos quatro anos, o centro estará promovendo cursos e seminários de aperfeiçoamento profissional para jornalistas das Américas, em parceria com organizações e entidades locais.

Programação do Seminário (31/8)

8h-9h ? Inscrições e café da manhã

9h-9h15 ? Abertura: Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas; Beth Costa, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas; Nacif Elias, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro,

9h15-10h45 ? As técnicas: David Kaplan, subeditor de investigações da revista US News & World Report, representante da associação Repórteres e Editores de Investigação (IRE); Gerardo Reyes, jornalista colombiano, repórter investigativo do Miami Herald e do El Nuevo Herald (ganhador do Pulitzer 1999); Percival de Souza, veterano repórter investigativo de São Paulo, especialista em cobertura policial; Nacif Elias, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (moderador).

10h45-11h ? Intervalo

11h-12h30 ? A ética: Francisco Karam, professor de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, autor de Jornalismo, Ética e liberdade; Luis Garcia, editor de Opinião de O Globo; Mauro Malin, consultor editorial do Observatório da Imprensa; Octavio Costa, Jornal do Brasil (moderador).

12h30-14:30 ? Intervalo para almoço (em restaurante próximo)

14h30-16h ? Os perigos: Frank Smyth, coordenador do programa de segurança para repórteres do Comitê de Proteção de Jornalistas (New York); Leão Serva, diretor do jornal Último Segundo, do portal iG.com (ex-correspondente de guerra da Folha de S. Paulo); Gustavo Gorriti, repórter investigativo peruano; Albeniza Garcia, repórter de O Dia; Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight e professor da Universidade do Texas em Austin (moderador).

16h-16h15 ? Intervalo

16h15-17h45 ? As conclusões: Ali Kamel, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo; Sueli Caldas, diretora da sucursal de O Estado de S. Paulo no Rio; Marcelo Beraba, diretor da sucursal da Folha de S. Paulo no Rio; Beth Costa, presidente da Fenaj (moderadora).

Informações

Telefone: (21) 2544-2100 (Sindicato dos Jornalistas RJ)