Tuesday, 30 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Dois pesos, duas medidas

YAHOO

Três meses após anunciar que baniria todo o material pornográfico de sua rede, a Yahoo continua permitindo anúncios e vendas destes produtos em seus sítios internacionais.

Segundo Troy Wolverton [Cnet News.com, 3/8/01], muitas empresas instituem padrões diferentes para suas unidades estrangeiras ? a Blockbuster dos EUA, por exemplo, não aluga filmes pornô, mas suas lojas em outros países são livres para definir suas próprias regras. No entanto, críticos apontam uma diferença fundamental quanto a sítios online. Embora a Yahoo americana realmente tenha limitado vendas e propaganda de material pornográfico, seu sítio alemão exibe anúncios de mulheres nuas. E na internet, alegam os críticos, as imagens "estão a apenas um clique de distância".

A Yahoo enfrentou problema semelhante quando a Justiça francesa ordenou o bloqueio do acesso de cidadãos franceses ao leilão online de peças nazistas, disponíveis no sítio americano. Em resposta, a Yahoo removeu os objetos de todo o seu sistema, mas pediu a um tribunal federal da Califórnia que declarasse as leis da França ineficazes nos EUA.

A iniciativa de recorrer a anúncios pornô é uma maneira de reforçar o faturamento durante um período de declínio no mercado publicitário. Mas a decisão comporta um risco: tais anúncios podem espantar anunciantes mais tradicionais.

A polêmica ilustra as dificuldades enfrentadas por companhias internacionais. Para o analista da Forrester Research, Jim Nail, estas empresas têm que equilibrar o desejo de atender a gostos e costumes locais com o risco de ofender clientes de seu país de origem. Neste caso, a Yahoo parece estar tomando um "risco calculado", diz Nail.

    
    
                 
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