Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

FIM DE CASO

MONITOR DA IMPRENSA


FIM DE CASO
Fofocas da Casa Branca

Após quatro anos do arquivamento de um processo de difamação milionário contra o fofoqueiro da internet Matt Drudge, o antigo assessor da Casa Branca Sidney Blumenthal resolveu o caso na semana passada por uma quantia bem menor do que a que havia pedido. Segundo Howard Kurtz [The Washington Post, 2/5/01], Blumenthal concordou em pagar US$ 2.500 pela viagem do advogado de Drudge a Washington para que o acordo fosse acertado.

Drudge pediu perdão pela falsa matéria, publicada em 1997, que sugeria que Blumenthal havia batido na mulher, também ex-assessora do governo. O processo quase acabou por inércia. Depois de ser pressionado pelo juiz para demonstrar algum progresso, o lado acusador tentou recentemente intimar várias pessoas, sem sucesso. No dia 19 de abril, o advogado de Blumenthal, William McDaniel, enviou e-mail ao advogado de defesa Manny Klausner: "Apenas dê um ponto final a tudo isso".

O processo levantou debate sobre o jornalismo online, porque Blumenthal e a mulher também processaram a America Online por publicar a coluna de Drudge. A AOL argumentou que não estava agindo como editora, já que simplesmente reproduzia os artigos, sem supervisão ou editoração do trabalho. O júri decidiu a seu favor. O erro de Drudge ocorreu cinco meses antes de seu furo de reportagem revelando detalhes sobre o caso Monica Lewynski.

GREVE DE FOME
Mártir da ética

A líder do Partido Radical italiano Emma Bonino pode estar prestes a se tornar mártir do jornalismo honesto, disse John Phillips [The Times, 3/5/01] Em protesto contra o que acredita ser uma cobertura preconceituosa e corrupta da mídia nas eleições do país, no dia 1? de maio a feminista de 52 anos já estava sem comer ou beber por 75 horas, e os médicos alertavam que suas condições poderiam estar a caminho de um quadro irreversível.

O primeiro-ministro italiano Giuliano Amato e o presidente Carlo Azeglio apelaram aos diretores de várias emissoras para que acabassem com o que Emma Bonnino chamou de blackout de informações sobre a plataforma eleitoral dos Radicais. O partido defende os direitos das mulheres, dos homossexuais e dos dependentes de drogas. Ela disse que não aceitaria convites de âncoras ricos e serviçais, cujos programas dominam a cobertura da TV italiana na campanha das eleições de 13 de maio.

Em 1979 Emma Bonino foi eleita para o Parlamento Europeu com campanha pelo desarmamento nuclear. Nos anos 90, os italianos de esquerda passaram a olhá-la com suspeita, depois que seu partido apoiou o de extrema-direita de Silvio Berlusconi, magnata da mídia e atual candidato. Em 1998 passou vários dias e noites sentada em frente ao escritório do primeiro-ministro, depois de o governo abandonar o financiamento da rádio dos Radicais. No ano seguinte, fracassou ao tentar ser a primeira mulher a concorrer à Presidência.

"Tudo que ela faz é excessivo, provocativo e contra as leis, mas nos obriga não só a levar em consideração seus pedidos, como também, talvez, a rever muitas regras que são consideradas normais na vida política e na administração de uma campanha eleitoral", disse Miriam Mafai, líder do jornal de esquerda La Republica.

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