Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

"Fracasso virtual, realidade digital", copyright Valor Econômico, 2/05/01

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MERCADO: ANÁLISE
Pyr Marcondes

"Fracasso virtual, realidade digital", copyright Valor Econômico, 2/05/01

"Enquanto economistas e uma parte da imprensa parecem estranhamente comemorar o fato das ações da Nova Tecnologia estarem enfrentando grave momento de desvalorização – e esse é um processo irreversível – os negócios proporcionados pelas novas tecnologias e pelo seu veículo maior, a Web, continuam crescendo. Aliás, continuarão crescendo sempre – e esse processo é ainda mais irreversível.

Há uma série de indicadores de que o desenvolvimento tecnológico e que a Internet, independentemente do que acontece nas bolsas, segue seu caminho de expansão. Até hoje, escrevi quatro artigos sobre esse assunto neste espaço. E, provavelmente, continuarei voltando a ele com muita freqüência. Porque acredito ser esta minha mais valorosa contribuição aos leitores de valor e do Valor: sinalizar que há uma ingênua e tola torcida contra, ou ainda, uma preocupante carência de informação sobre o que é a inevitabilidade dos negócios na Era Digital.

O que move a Web não é a Nasdaq, é a necessidade das empresas e dos usuários. A Nasdaq reflete hoje o maior erro histórico das bolsas de valores, desde que elas começaram a operar na economia mundial. Os reajustes estão sendo dramáticos e continuarão a ser, até que os valores reais das empresas de Nova Tecnologia cheguem a um patamar que o mercado aceite como razoável e avalie como confortável para seguirmos adiante. Muitas empresas desse dinâmico setor continuarão a fechar, muitas irão se fundir, haverá ainda mais demissões, mas a indústria e a economia digital continuarão a existir indefinidamente.

Trago ao leitor só mais um, dentre tantos, argumentos que ajudam a comprovar a tese.

As companhias tradicionais do maior mercado mundial, o dos Estados Unidos, irão despejar, em 2005, investimentos de cerca de US$ 63 bilhões anuais em marketing digital, revela estudo da Forrester Research Inc. Só a publicidade on-line -que para muitos, praticamente já desapareceu – absorverá US$ 42 bilhões nesse total.

A publicidade on-line vai absorver US$ 42 bilhões

Quem acompanha os relatos mais recentes de queda nos investimentos publicitários na propaganda digital pode imaginar que essa informação é maluca e que a Forrester Research Inc não tem acompanhado de perto o inexorável fracasso do modelo de publicidade on-line. O problema talvez seja esse: institutos como a Forrester, ao contrário, acompanham cada movimento do setor, com acurada precisão. Vêm deles, inclusive, os mesmos números que apontam para um refluxo enorme nos investimentos no marketing on-line.

Essa queda, no entanto, é apenas reflexo inevitável na queda do desempenho das companhias digitais, até hoje responsáveis pela grande massa de investimentos on-line.

Agora, chegou a vez das grandes empresas mundiais – que não são as da Web – entrarem no jogo. E será esse movimento que vai fazer com que o investimento global em marketing digital exploda (no bom sentido, por favor), antes mesmo de 2005.

Em 2000, 69% dos investimentos desse setor foram feitos pelas pontocom. Em 2005, elas (as pontocom que sobrarem) serão responsáveis por apenas 14% do total, aponta a mesma Forrester. É um câmbio estrutural de peso e o futuro real desse negócio.

O marketing on-line, por outro lado, está no seu estágio ainda embrionário. Estamos vivendo a pré-história, a Era do Reclame, como durante muitos anos nossos avós chamavam os comerciais de TV, nas décadas de 50 e 60.

O marketing on-line começa seu desenvolvimento no mesmo sentido que se desenvolveu, aliás, cá fora, no mundo real. Começa a incorporar promoções, merchandising, técnicas de data base e marketing direto, conceitos de segmentação, além de um sem número de inovações exclusivas da Web, como o e-mail marketing e o eCRM, por exemplo, que começam a turbinar a atividade e sua eficácia.

Tudo isso vai fazer com que, projeta a Forrester, cerca de 12% de todos os investimentos feitos em marketing nos EUA sejam feitos on-line. E aí começamos a ter uma idéia das dimensões reais desse mercado, enquanto força de comunicação e venda. Não mais, nem menos.

As pesquisas indicam que a adoção do marketing on-line pelas grandes companhias acontecerá, possivelmente, em três fases: a fase da resistência total (que começamos a superar), a da experimentação (na qual já colocamos o pé) e a da adoção prática dessa como uma das ferramentas do marketing mix, a serviço da alavancagem de vendas e resultados (na qual estaremos entrando, já à partir do ano que vem).

Não há outra hipótese: os negócios de todos nós serão alimentados, baseados ou totalmente movidos pela força da tecnologia e da economia digital.

O leitor, homem de negócios, tem duas alternativas diante disso: continuar acreditando que é nas bolsas que a realidade se decide ou entender que é a realidade que move os negócios. Hoje e no futuro. (Pyr Marcondes é Diretor de Negócios e Marketing da TV1.com e ex-Diretor Geral da StarMedia no Brasil)"

AOL NA EUROPA
Valor Econômico

"AOL e NTL negociam parceria na Europa", copyright Valor Econômico, 2/05/01

"A NTL, maior operadora de cabos do Reino Unido, divulgou na segunda-feira que está em conversações com a maior companhia de mídia do mundo, a AOL Time Warner, sobre uma possível parceria na Europa.

?É verdade que estamos em um estágio inicial de conversações com a AOL sobre alguma potencial atividade conjunta, mas nada foi acertado nesta etapa e não temos nada para anunciar?, disse um porta-voz da NTL à agência internacional Reuters.

A AOL Time Warner tem buscado ampliar seus negócios na

Europa há algum tempo. Inicialmente a companhia tinha tentado fazer negócio com a British Telecommunications PLC, mas as duas partes não chegaram a formalizar sua parceria. Um dos problemas é que a BT vem sendo bastante criticada pela lentidão de serviços de acesso veloz nas áreas em que atua.

Caso o acordo seja fechado agora, a operadora de cabos ofereceria sua ampla rede de distribuição em troca do amplo conteúdo da AOL Time Warner, dizem fontes do setor na Inglaterra. Nesse caso, as duas companhias irão compartilhar as receitas advindas dos usuários do serviço de banda larga.

A companhia inglesa tem 8,5 milhões de assinantes na Grã-Bretanha, Irlanda, França, Suíça e Alemanha. A AOL, 25 milhões."

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