REALITY SHOWS
"Sabe a última da ?Casa dos artistas??", copyright Jornal do Brasil, 8/05/02
"De uma coisa Silvio Santos não pode ser acusado: o dono do SBT tentou de tudo para emplacar a segunda versão de Casa dos artistas, que termina dia 19. Apostou em André Gonçalves como amante profissional, escalou a princesa do povo Carola Scarpa para fazer o papel de vilã, incendiou a briga entre a voraz Syang e seu ciumento marido Cláudio Sabbá e, por último, fez crer que a feiticeira Joana Prado e Vítor Belfort tiveram um trelelê digno de censura dentro do cafofo montado na sala da casa. Só que ninguém acreditou muito nestas histórias. Pouca gente comentou. Polemizar, então, nem se fala. A mixuruquinha pilha de revistas e jornais que Silvio Santos ostenta em seu púlpito aos domingos não deixa dúvida: a chapa não esquentou na segunda versão do reality show do SBT. Para falar a verdade, não ficou nem morna.
O ibope é o melhor termômetro para mensurar a esfriada do público, desde que Casa 2 estreou, dia 17 de fevereiro, com média de 42 pontos, derrotando o Fantástico, da Globo, e deixando no ar a impressão de que daria tanto o que falar quanto a primeira versão, maior fenômeno de audiência off Globo em 2001. A impressão ficou só no ar mesmo. Em 80 dias de programa, Casa dos artistas viu sua média cair até 29 pontos, perdeu duas vezes para o mesmo Fantástico (33 a 30 em 28 de abril e 29 a 33 no último domingo) e, nos dias de semana, já chegou a registrar 12 de ibope.
Audiência – Para Rodrigo Carelli, diretor das duas versões, os números são menores, mas são satisfatórios para o SBT. ?O programa continua muito competitivo no horário. Aos domingos, só ficou duas vezes em segundo lugar e o diário tem uma performance excelente para um programa que concorre com a novela das 8 da Globo. O fator que potencializou o ibope da Casa 1 foi a novidade?, afirma.
Os números até podem ser oficialmente satisfatórios, mas Silvio Santos vem dando sinais explícitos de descontentamento. Já reclamou da falta de pimenta, mudou as regras várias vezes, desistiu quando viu que as mudanças pioraram a situação e, para Casa dos artistas 3, que estréia dia 2 de junho, vai misturar seis anônimos e seis famosos (o ator Jorge Pontual, Luiza Ambiel, o gêmeo Flávio, Solange Frazão, Aguinaldo Timóteo e Carola Scarpa estão cotados) para dar liga, prender o interesse do público e, com a novidade, cavar mais espaço na mídia especializada em celebridades, que ajuda a alimentar a repercussão deste tipo de atração.
A terceira versão do reality show vai ter que oferecer mesmo muitos ingredientes inéditos para acelerar o marasmo da cobertura de Casa 2. Com 70 mil visitantes/dia, o site Babado, do portal iG, desacelerou o ritmo faz tempo. ?Achávamos que seria um fenômeno como o primeiro e escalamos até uma pessoa só para ficar assistindo à transmissão de madrugada. Hoje, cancelamos isto. No primeiro Casa dos artistas lançávamos notas a cada três minutos, enquanto agora ficamos até duas horas sem novidades. A segunda versão rendeu mais pelo que acontece do lado de fora do que pelo que rolou lá dentro?, conta Gabriela Dobner, diretora do site.
Assunto – Para se ter uma idéia, ?Ellen Rocche e Suzana Alves acordam empolgadas? era uma das chamadas do Babado ontem. Na revista Contigo!, Casa 2 não provoca efeito muito diferente. Enquanto a primeira versão ganhou três capas, a segunda não teve nenhuma. Também não há obrigatoriedade de reportagens a cada edição. ?O comportamento dos participantes não causou rebuliço. Tudo parece armado. Nada soa natural?, ressalta Paulo Cabral, redator-chefe da revista. ?As pessoas sabiam a imagem que queriam mostrar e o programa ficou mais mecânico, chato?, acrescenta Silvia Ruiz, editora de diversão e arte da Isto é Gente.
O SBT deu mesmo azar quando os 12 participantes resolveram mostrar, segundo eles, ?sua essência?. O polêmico André Gonçalves virou bom-moço. A sensual tiazinha Suzana Alves tornou-se zen. O ex-caladão Ricardo Macchi foi eliminado por falar demais. ?Na Casa 1, os personagens estavam desinibidos. Na Casa 2, eles chegaram carregados das influências da experiência anterior?, avalia o diretor-superintendente da revista Caras, Edgardo Martolio.
Os comportamentos pré-fabricados incomodaram até o diretor do programa, que cita ?a tentativa de alguns participantes de apenas ?estar? na casa, sem mostrar sua personalidade por inteiro? como um dos pontos fracos dessa segunda fase. Segundo Carelli, no entanto, o maior problema de Casa 2 foi lidar com o tempo maior de permanência no ar (90 dias), sem prejudicar a dinâmica da casa. Pelo que se viu, é melhor que Casa 3 dure menos.
De uma coisa Silvio Santos não pode ser acusado: o dono do SBT tentou de tudo para emplacar a segunda versão de Casa dos artistas, que termina dia 19. Apostou em André Gonçalves como amante profissional, escalou a princesa do povo Carola Scarpa para fazer o papel de vilã, incendiou a briga entre a voraz Syang e seu ciumento marido Cláudio Sabbá e, por último, fez crer que a feiticeira Joana Prado e Vítor Belfort tiveram um trelelê digno de censura dentro do cafofo montado na sala da casa. Só que ninguém acreditou muito nestas histórias. Pouca gente comentou. Polemizar, então, nem se fala. A mixuruquinha pilha de revistas e jornais que Silvio Santos ostenta em seu púlpito aos domingos não deixa dúvida: a chapa não esquentou na segunda versão do reality show do SBT. Para falar a verdade, não ficou nem morna.
O ibope é o melhor termômetro para mensurar a esfriada do público, desde que Casa 2 estreou, dia 17 de fevereiro, com média de 42 pontos, derrotando o Fantástico, da Globo, e deixando no ar a impressão de que daria tanto o que falar quanto a primeira versão, maior fenômeno de audiência off Globo em 2001. A impressão ficou só no ar mesmo. Em 80 dias de programa, Casa dos artistas viu sua média cair até 29 pontos, perdeu duas vezes para o mesmo Fantástico (33 a 30 em 28 de abril e 29 a 33 no último domingo) e, nos dias de semana, já chegou a registrar 12 de ibope.
Audiência – Para Rodrigo Carelli, diretor das duas versões, os números são menores, mas são satisfatórios para o SBT. ?O programa continua muito competitivo no horário. Aos domingos, só ficou duas vezes em segundo lugar e o diário tem uma performance excelente para um programa que concorre com a novela das 8 da Globo. O fator que potencializou o ibope da Casa 1 foi a novidade?, afirma.
Os números até podem ser oficialmente satisfatórios, mas Silvio Santos vem dando sinais explícitos de descontentamento. Já reclamou da falta de pimenta, mudou as regras várias vezes, desistiu quando viu que as mudanças pioraram a situação e, para Casa dos artistas 3, que estréia dia 2 de junho, vai misturar seis anônimos e seis famosos (o ator Jorge Pontual, Luiza Ambiel, o gêmeo Flávio, Solange Frazão, Aguinaldo Timóteo e Carola Scarpa estão cotados) para dar liga, prender o interesse do público e, com a novidade, cavar mais espaço na mídia especializada em celebridades, que ajuda a alimentar a repercussão deste tipo de atração.
A terceira versão do reality show vai ter que oferecer mesmo muitos ingredientes inéditos para acelerar o marasmo da cobertura de Casa 2. Com 70 mil visitantes/dia, o site Babado, do portal iG, desacelerou o ritmo faz tempo. ?Achávamos que seria um fenômeno como o primeiro e escalamos até uma pessoa só para ficar assistindo à transmissão de madrugada. Hoje, cancelamos isto. No primeiro Casa dos artistas lançávamos notas a cada três minutos, enquanto agora ficamos até duas horas sem novidades. A segunda versão rendeu mais pelo que acontece do lado de fora do que pelo que rolou lá dentro?, conta Gabriela Dobner, diretora do site.
Assunto – Para se ter uma idéia, ?Ellen Rocche e Suzana Alves acordam empolgadas? era uma das chamadas do Babado ontem. Na revista Contigo!, Casa 2 não provoca efeito muito diferente. Enquanto a primeira versão ganhou três capas, a segunda não teve nenhuma. Também não há obrigatoriedade de reportagens a cada edição. ?O comportamento dos participantes não causou rebuliço. Tudo parece armado. Nada soa natural?, ressalta Paulo Cabral, redator-chefe da revista. ?As pessoas sabiam a imagem que queriam mostrar e o programa ficou mais mecânico, chato?, acrescenta Silvia Ruiz, editora de diversão e arte da Isto é Gente.
O SBT deu mesmo azar quando os 12 participantes resolveram mostrar, segundo eles, ?sua essência?. O polêmico André Gonçalves virou bom-moço. A sensual tiazinha Suzana Alves tornou-se zen. O ex-caladão Ricardo Macchi foi eliminado por falar demais. ?Na Casa 1, os personagens estavam desinibidos. Na Casa 2, eles chegaram carregados das influências da experiência anterior?, avalia o diretor-superintendente da revista Caras, Edgardo Martolio.
Os comportamentos pré-fabricados incomodaram até o diretor do programa, que cita ?a tentativa de alguns participantes de apenas ?estar? na casa, sem mostrar sua personalidade por inteiro? como um dos pontos fracos dessa segunda fase. Segundo Carelli, no entanto, o maior problema de Casa 2 foi lidar com o tempo maior de permanência no ar (90 dias), sem prejudicar a dinâmica da casa. Pelo que se viu, é melhor que Casa 3 dure menos."
"Febre dos reality shows divide mercado", copyright O Estado de S. Paulo, 12/05/02
"O tempo de vacas magras está chegando para os reality shows. Pelo menos é isso que muita gente do mercado publicitário imagina. Com a Globo estreando a segunda edição de Big Brother, na terça-feira, e a duas semanas da estréia de Casa dos Artistas 3, no SBT, as emissoras correm para driblar a crise de anunciantes.
Até a tarde de quinta-feira, a Globo tinha apenas uma das quatros cotas (cada uma custa R$ 4,5 milhões) de Big Brother vendida. No SBT, o preço das duas cotas de Casa foi baixado, de R$ 11 milhões cada, para R$ 8 milhões, na terceira edição.
Fama, nova atração da Globo, estreou há duas semanas sem patrocinador – cada cota custa R$ 2,1 milhões. Apesar da polêmica, Hipertensão também não caiu no gosto dos anunciantes.
?Nos Estados Unidos, que começaram com esse negócio muito antes que a gente, a onda de reality shows está passando. O mercado não mostra tanto interesse.
Acham que a febre desses programas dura só mais uma temporada?, fala o presidente de Grupo de Mídia de São Paulo, Paulo Sthepan, da agência Neogama. ?Aqui, como o poder da TV é muito maior e a audiência é menos pulverizada, os reality shows nos atingiram com muito mais impacto, mas também vão cansar mais rápido. Quanto maior o número de pessoas que têm contato com uma determinada moda, mais rápido ela passa.?
Para o superintendente comercial do SBT, Guilherme Stoliar, a febre ainda vai longe. ?O reality show é como uma novela, você muda o texto, os atores, ambiente e daí sai outra novela, que pode ser melhor ou pior que a anterior.
As novelas têm mais de 30 anos e continuam sendo o ponto forte da televisão?, alega Stoliar.
Sthepan discorda. Diz que, além de desgastados, os reality shows que vêm por aí vão enfrentar a crise do mercado e o medo de anunciantes sem dinheiro para arriscar. ?Quem já investiu não vai gastar milhões de novo, quem não investiu teme arriscar em uma segunda edição. E há ainda aqueles que nem pensam em associar sua marca a produtos como esses. Os preços vão ter de cair.?
Stoliar rebate. ?É uma questão de procura e oferta. Quem faz bem feito, como nós, leva grande vantagem em audiência e demanda?, afirma. ?Popstars (novo reality show do SBT) é um sucesso comercial. Antes mesmo do lançamento, as cinco cotas de patrocínio estavam vendidas?, emenda Stoliar. ?Casa é ainda um dos programas de maior repercussão e demanda comercial no SBT. Não acreditamos que haja uma mudança nesse quadro.?
O diretor de mídia da DM9, Paulo César Queiroz, concorda. ?Não vai haver mesmo uma corrida ao ouro por parte dos anunciante, mas acho que os realitys ainda têm muito fôlego?, fala. ?Tudo vai depender se essas atrações vão continuar fascinando o telespectador. Ninguém resiste a uma atração que marca 50 pontos ou que tem Silvio Santos, líder de audiência, no comando.?
Termômetro – A boa audiência da primeira edição foi o termômetro para que José Bonifácio de Oliveira, o Boninho, tocasse o Big Brother 2 a toque de caixa. O programa, que estréia terça, após O Clone, com 12 novos participantes, continuará com as mesmas regras e prêmio (R$ 500 mil). Pedro Bial fica no comando, sem Marisa Orth. ?Houve uma avaliação artística de que o programa funcionou só com um apresentador?, argumenta Boninho.
No SBT, Casa 3 tem estréia prevista para 2 de junho e alguns nomes confirmados: o ator Jorge Pontual, a modelo Luíza Ambiel, a personal trainner Solange Frazão e o cantor Agnaldo Timóteo. Flávio, irmão gêmeo de Gustavo, de Casa 2, e Carola Scarpa estão entre os cotados para fechar o time, com mais seis fãs."