TELETIPO
Livro do editor de Internacional da BBC revela que o canal já investigou se o governo britânico acessou ilegalmente os computadores da redação. Em diversas ocasiões ? conta John Simpson em News from no man’s land ? funcionários ligaram para tentar persuadir repórteres a amenizar as críticas em matérias que sequer tinham sido exibidas. Alertados, os editores iniciaram investigação (logo após a vitória do partido trabalhista, em 1997) e mudaram o sistema de computadores. Embora não tenham conseguido comprovar a ação de hackers, o autor afirma que a equipe estava "moralmente certa" de que a invasão ocorreu, numa tentativa de pressionar a BBC para garantir cobertura favorável. Segundo Andrew Alderson [The Telegraph, 11/8/02], o governo classificou a hipótese de "ridícula".
Estudo da Universidade de Pavia analisou a quantidade de tempo dedicada pelas redes de TV aos partidos e descobriu que, nos primeiros três meses do governo de Silvio Berlusconi, a estatal RAI concedeu 23% do noticiário político à oposição, 10% a menos do que dois anos atrás, quando o partido do atual premiê ainda não se tornara situação. Nos telejornais da RAI 2, a queda foi ainda maior: de 44% em 2000 para 19% este ano. Segundo Philip Willan [Guardian, 8/8/02], nos três canais comerciais pertencentes a Berlusconi, a oposição de centro-esquerda recebeu menos de 5% do tempo em dois deles, e ocupou 23% do principal noticiário do Canal 5.
Os grupos Mirror Newspapers e Telegraph adiaram os planos de fundir as operações de vendas de anúncio seis semanas antes da estréia da nova empresa. Segundo as companhias, ambas concordaram que o tempo não parece adequado para a fusão. Claire Cozens [The Guardian, 6/8/02] revela que a proposta de criação da Apollo Sales surpreendeu muitos devido às diferenças entre o público leitor do Telegraph e Daily Mirror (um de apelo conservador e outro dirigido à classe trabalhadora de esquerda). Mas os defensores do empreendimento conjunto alegam que é um trato puramente comercial, que reduzirá custos.