TELEJORNALISMO & INTERNET
Alberto Dines
Prefácio de Telejornalismo, internet e guerrilha tecnológica, de Antônio Cláudio Brasil, 375 pp., Editora Ciência Moderna, Rio de Janeiro, 2002.
Talvez tenha começado no Iluminismo (final do século 18) a discussão sobre o próprio Iluminismo. Mesmo assim o movimento não foi linear e seus contemporâneos não estavam certos do que significava e o que pretendia. Já o agito dos Anos Elétricos é concreto, tem a ver com a Exposição Mundial de Paris em 1900 quando a eletricidade foi usada pela primeira vez em larga escala para iluminar a Torre Eiffel.
Obscuro é o marco e razões que classificam os dias de hoje como Era da Informação. O desenvolvimento da informática, evidentemente, tem muito a ver com este novo apodo de viés tecnológico embora seja impossível prever se será consagrado pela posteridade diante da velocidade e volatilidade da ciência e do progresso.
Nem bem começou e a Era da Informação já está sendo condenada e neutralizada como precursora da Era do Conhecimento. Nós, os informativos tal como alguns iluministas à época detestamos a classificação. Outros a aceitam plena ou resignadamente.
De qualquer forma, a ânsia de batizar parece ser uma de suas marcas. O saber, hoje, só existe devidamente formatado e etiquetado. A partir desta constatação e desta contestação conclui-se que Era na qual vivemos ficará caracterizada pelo intenso debate em torno de sua natureza, atributos e deficiências.
Este trabalho de Antônio Brasil contém um arsenal para alimentar a discussão. É o olho crítico a serviço da orientação. Diagnóstico sincronizado à sintomatologia. Nele o leitor encontrará valioso acervo de reflexões e vivências sobre o processo no qual todos estamos inseridos como agentes e pacientes. Encontrará, sobretudo, matéria prima para articular questionamentos e proposições em torno de um tempo que algum Kant contemporâneo já deve ter batizado como a Era da Controvérsia.