Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Maria Carolina Maia

IBOPE INFANTIL

"Internet já é disparada a mídia favorita das crianças", copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 19/04/02

"Se tivessem de escolher uma única mídia para ter em casa, as crianças optariam pela internet. A preferência do público infanto-juvenil pelo meio digital é revelada na pesquisa ?Como crianças utilizam os meios tecnológicos?, desenvolvida pela empresa de consultoria americana Knowledge Networks/Statistical Research.

Segundo o estudo, a web foi a escolhida por 33% dos entrevistados, que tinham entre 8 e 17 anos. A TV ficou sem segundo lugar, como mídia preferida de 26% das crianças e adolescentes. O telefone, o queridinho das adolescentes, vem em terceiro com 21% e o rádio, em quarto, com 15%.

O curioso é ver como oscilam os votos entre meninos e meninas. Se dependesse dos garotos, por exemplo, a TV teria 34% da preferência, mas mesmo assim perderia para a internet, a eleita de 38%. Já entre as meninas, o gosto pela TV depenca para 17%, e pela web, para 28%.

O telefone, por sua vez, é disparado o meio mais popular entre elas – 31% disseram preferi-lo – e, entre eles, não causa tanto furor – somente 12% votaram na mídia. As garotas também ouvem mais rádio que os garotos: 17% contra 12%. É da média entre meninos e meninas que saíram os dados usados na pesquisa.

Entre as atividades favoritas das crianças e adolescentes na rede, está, em primeiro lugar, a troca de e-mails e de mensagens por meio de serviços de instant message, como o ICQ, ou em chats, seguida pelo download gratuito de músicas e pela navegação em sites, especialmente de busca.

A íntegra da pesquisa está disponível no site da Knowledge Networks/Statistical Research"


"Crianças preferem novelas e filmes de adulto", copyright O Estado de S. Paulo, 17/04/02

"A partir dos 7 anos, as crianças preferem assistir a novelas e filmes para adultos em vez de programas infantis na TV, que é seu meio de comunicação preferido, apesar da crescente difusão da Internet e dos jogos eletrônicos. Isso ocorre, em parte, porque falta conversa entre pais e filhos sobre o que se deve ou não ver na TV, sem falar na ausência de um controle mais rigoroso por parte dos pais.

Esse quadro é mais grave nos países industrializados, onde as crianças costumam ter seu próprio aparelho de televisão e os pais passam boa parte do dia fora de casa, trabalhando. Além disso, a falta de regulamentação da programação infantil em diversos países – inclusive no Brasil – colabora para criar uma situação de vulnerabilidade das crianças em relação à mídia.

Esses são alguns dados apresentados no livro Perspectivas sobre a Criança e Mídia, lançado ontem no Brasil graças a uma iniciativa conjunta do Ministério da Justiça e da Unesco, a agência das Nações Unidas para a educação, cultura e ciência. A obra é uma compilação de diversos estudos sobre a relação da criança com a mídia e resulta em um amplo panorama mundial sobre o tema.

?A situação do Brasil é similar à de outras nações, sobretudo no que diz respeito à regulamentação?, ressaltou o representante da Unesco no Brasil, Jorge Wertheim. ?Alguns países, como o Canadá, têm normas bem definidas. Na América Latina falta adotar regras, o que deve ser uma iniciativa do poder público.?

Segundo as autoras do livro, Catharina Bucht e Cecilia von Feilitzen, normalmente existe algum tipo de proteção das crianças contra a exposição à violência gratuita, à pornografia e à discriminação. Em geral, prevalecem as proibições diretas, como a classificação por idade, a avaliação dos conteúdos, horário-limite, entre outras medidas.

O controle tende a se tornar menos eficaz com a multiplicação dos canais que veiculam programação única para diversas partes do mundo, os jogos eletrônicos e a Internet. Para fazer face a essa situação, começam a se popularizar outros tipos de sistema de filtragem, como a conscientização do público e a auto-regulamentação.

Critérios – Nesse quadro, é imprescindível que sejam criados mecanismos de regulamentação no País, disse o secretário de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro. ?É inaceitável que no Brasil os acessos aos meios eletrônicos fiquem ao Deus dará. Falta uma regulamentação.? O assunto ganhará prioridade até o fim da sua gestão.

A regulamentação deve levar em conta critérios de qualidade e o contexto social e cultural. Mas, conforme o livro, não há consenso sobre o que é um programa infantil de qualidade. Uma pesquisa realizada na Holanda contou 19 critérios de qualidade distintos e uma grande diferença de pontos de vista:

enquanto as mães consideram bom um programa que seja ?inteligível?, os produtores valorizam o ?envolvimento? e a ?credibilidade?.

O livro revela alguns pontos interessantes quanto à opinião das crianças. Ao contrário do que se possa imaginar, as crianças não preferem programas violentos. Pesquisas feitas em vários países indicam que elas buscam, na mídia, diversão, informação, contato social e possibilidade de identificação.

Apesar disso, o contato (voluntário ou não) com a violência faz parte do dia-a-dia, o que pode ter conseqüências. Na opinão do professor de comunicação social José Salomão Amorim, que apresentou o livro, isso pode trazer problemas. ?Não é possível afirmar que a violência na mídia gera a violência na sociedade, mas estudos mostram que essas cenas ficam como um ?estoque? na mente da pessoa, que pode repetir o comportamento.?"

 

O CLONE

"Viciados em drogas elevam ibope de ?O Clone?", copyright Folha de S. Paulo, 17/04/02

"A exploração dramática de dependentes de drogas, intercalada com depoimentos de viciados reais ?radicais?, está aumentando a audiência da novela das oito da Globo, ?O Clone?, ao contrário do que se poderia supor.

Nas duas últimas semanas, quando a temática das drogas passou a dividir o centro da trama, a novela teve média semanal de 51 pontos. Nem mesmo ?Terra Nostra? e ?Laços de Família?, maiores sucessos da ?Era Marluce?, tinham conseguido esse feito.

No capítulo de anteontem, ?O Clone? voltou a dar média de 54 pontos, marca só inferior à do último dia 4, quando atingiu 55 pontos. O capítulo de segunda começou com cenas de Mel (Debora Falabella) tendo crises de abstinência, seguidas por depoimentos reais. A audiência subiu minuto após minuto de 47 para 54 pontos. O pico do capítulo foi de 62.

A novela de Glória Perez, acredita a Globo, deve nos próximos dias bater o recorde de audiência da gestão Marluce Dias da Silva (a partir de 1997). Até o último sábado, sua média era de 44 pontos, a mesma de ?Laços? e ?Terra? até o 178? capítulo. Mas ?O Clone? tem maior participação no índice de televisores ligados (63%).

Com final previsto para junho, ?O Clone? ainda tem lenha a queimar. Nos próximos capítulos, Mel vai ficar grávida e continuar usando drogas, aumentando a polêmica.

OUTRO CANAL

Mala

Presidente da Rede TV!, Amílcare Dalevo voltou dos Estados Unidos com duas novidades de ponta: um equipamento que gera cenários virtuais em três dimensões e um software que armazena imagens em discos (e não mais em fitas). E se prepara para construir novos estúdios para a emissora, em Barueri (Grande São Paulo).

Arrastão 1

Está com cara de que é balela a promessa da TV Globo de que os novos participantes de ?Big Brother Brasil? sairão dos 500 mil que se inscreveram para a primeira edição do programa.

Arrastão 2

Produtores da Globo passaram os últimos dias caçando candidatos. Nas praias, abordavam as pessoas perguntando se elas eram cantoras ou modelos. Se a resposta fosse sim, o abordado era eliminado. A emissora não quer pretendentes à fama.

Gaveta

Xuxa não volta mais à programação infantil da Globo neste semestre. A partir do dia 22, os âncoras do ?TV Globinho? serão bonecos do extinto ?Bambuluá?. Previsto para julho, o ?Xuxa Só para Baixinhos? ainda não entrou em produção.

Sacola

O departamento comercial da Record está tentando vender o patrocínio de especiais diários do ?Terceiro Tempo?, de Milton Neves, no Japão durante a Copa do Mundo. A transmissão dos jogos, no entanto, deverá ser exclusiva da Globo."

 

ILHA RÁ-TIM-BUM

"Cultura quer faturar R$ 10 milhões com ?Ilha?", copyright Folha de S. Paulo, 15/04/02

"Emissora pública que tem como princípio não estimular o consumismo, a TV Cultura pretende faturar R$ 10 milhões em um ano com o licenciamento de produtos com a marca ?Ilha Rá-Tim-Bum?,programa infantil com estréia prevista para o final de maio.

O valor corresponde a quase o dobro de tudo o que a Cultura já arrecadou com licenciamento. Segundo Paulo Barreto, diretor de receitas operacionais, equivale a 30% do que a emissora (que tem a maior parte de seus custos bancada pelo governo do Estado) irá arrecadar no período com a venda de publicidade e fitas de vídeo.

Não será a primeira vez que a Cultura irá emprestar uma marca sua a brinquedos, mas dessa vez a ação será agressiva. Além de peças educativas, como quebra-cabeças, chegarão ao mercado brinquedos e barracas de acampamento. Serão vendidos também produtos de vestuário, papelaria e higiene pessoal. A emissora também planeja licenciar eventos em shoppings e parques de diversão.

Segundo a Cultura, os 52 episódios da série ?Ilha Rá-Tim-Bum? vão custar R$ 10 milhões. A Fundação Bradesco banca metade.

Barreto diz que a TV precisa fazer licenciamento para obter recursos, já que a sociedade não tem o hábito de financiar emissoras públicas. Afirma que a emissora terá controle sobre os produtos, que não haverá campanhas para vendê-los e que o princípio anticonsumista será preservado.

OUTRO CANAL

Fico 1 Boris Casoy assinou sexta-feira seu novo contrato com a Record, que vai até 30 de novembro de 2006. Segundo o jornalista, não houve mudanças em relação ao atual: ele continua apresentando o ?Jornal da Record? e o ?Passando a Limpo?.

Fico 2 Embora o atual contrato de Casoy só vença em novembro deste ano, a Record tentava a renegociação desde o final de 2001. Mas Casoy resolveu ?pensar um pouco? _inclusive na possibilidade de se aposentar, que acabou adiando.

Fumaça As assessorias de imprensa da Globo e de Renato Aragão negam que esteja sendo articulada uma nova versão de Os Trapalhões _que da original só manteria Aragão. Mas os rumores não querem cessar.

Outro lado 1 Apresentadora do ?Superpop?, Luciana Gimenez finalmente resolveu se defender das acusações de que seu programa humilhou duas lésbicas _e que provocou a criação de uma entidade gay para fiscalizar a mídia e um ato de repúdio, dia 22.

Outro lado 2 ?Tenho o maior respeito pela causa gay. Acho que em uma discussão em que existem lados opostos, ou seja, que as opiniões divergem, é natural que cada uma das partes não fique satisfeita com o que a outra parte disser?, afirma."