DISPUTA IMPRESSA
Alexandre Martins (*)
A principal pauta da imprensa neste segundo semestre não poderia deixar de ser sobre o tema “eleições”. E, dentro deste, os diversos desdobramentos de assuntos que refletem e acompanham o dia-a-dia das candidaturas. Tudo o que é discutido pelos candidatos, e o que cada um defende em seus planos de governo, passa a ser amplificado pela imprensa de uma forma ou de outra, tanto faz se uma proposta de governo ou uma irrelevância pessoal.
Nesta campanha eleitoral o IBEC constatou que, de fato, a imagem tradicional que cada um dos quatro principais candidatos carregava até o ano passado mudou de forma acelerada, à primeira vista incompreensível. [É dura a vida de candidato.]
De acordo com pesquisa realizada pelo IBEC em 12 das principais publicações brasileiras de informação [relação abaixo], entre 18 a 24 de agosto, José Serra é o candidato que ocupa maior espaço na mídia impressa, associando suas discussões a temas como reforma agrária, trabalho e emprego. Lula tem seu discurso totalmente vinculado aos problemas econômicos do país, e também demonstra mais empenho do que o ex-ministro Serra no assunto “saúde”. Garotinho ainda responde como deixou o caixa do governo do estado do Rio de Janeiro e, por isso, não consegue de um atoleiro perigoso: é o único candidato envolvido com o assunto “corrupção”. Ciro, aparentemente o candidato mais agitado dos seis concorrentes à presidência da República, não se destaca isoladamente em nenhum assunto especifico e tem a imagem associada a temas como economia e educação.
Só mesmo a partir do início do horário eleitoral na TV é que a imprensa começa a dar sinais simultâneos de indignação e dúvida, questionando o exagero de maquiagem utilizada pelos candidatos, que fazem de tudo para conquistar os eleitores. Ainda assim, os veículos, em sua maioria, continuam comprando o candidato/produto da forma que lhe for apresentado.
Os gráficos abaixo mostram quanto cada candidato teve de exposição, por assunto e centimetragem , nos seguintes veículos: Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Correio Braziliense, Estado de Minas, Zero Hora, Veja, Época e IstoÉ
Por centimetragem (cm) entenda-se o resultado de ponderações
acrescidas aos centímetros quadrados de cada fragmento de notícia,
analisados segundo a candidatura, o personagem, o assunto e a abordagem (positiva
ou negativa), e considerando: audiência do veículo; credibilidade
e confiabilidade do veículo; localização da notícia
no espaço editorial; e estrutura da notícia.
Trabalho/Emprego
cm por candidato
Previdência
cm por candidato
Educação
cm por candidato
Economia
cm por candidato
Corrupção
cm por candidato
Agricultura
cm por candidato
Saúde
cm por candidato
(*) Jornalista, diretor de pesquisas do Instituto Brasileiro de Estudos da Comunicação (IBEC)