Wednesday, 01 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Olavo de Carvalho

OLAVO vs. LANYI

"Olavo de Carvalho pede direito de resposta", copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 22/04/03

"Uma citação do colunista de Comunique-se, José Paulo Lanyi, no texto ?Arbex, Andrada e a Reuters em Miami? motivou o editor do site Mídia Sem Márcara, Olavo de Carvalho, a escrever o artigo publicado abaixo. No texto, Lanyi diz que ?os métodos pseudojornalísticos de Olavo são notórios?.

?J. P. Lanyi, difamador eletrônico

Olavo de Carvalho

José Paulo Lanyi, colunista do Comunique-se, armou-se de toda a coragem de que dispunha e fez umas críticas muito levezinhas ao diretor do Brasil de Fato, José Arbex Jr.

Logo em seguida, ante os protestos do indigitado elemento, apressou-se em recuar como um coelhinho intimidado, oferecendo-lhe desculpas servis e jurando que ?não o estava comparando a Olavo de Carvalho, cujos métodos pseudojornalísticos são notórios?.

?Arbex – prossegue ele — é de reconhecida seriedade. O problema, respondi-lhe, em outras palavras, é que, como todo engajado, tende a interpretar os fatos para satisfazer a coerência do seu ideário. O que é compreensível.?

Bem, Asinum asinus fricat, mas não precisava exagerar.

Arbex, em carta a Lanyi, que o colunista reproduz no seu artigo, se gaba de que ?nunca me criticaram por inventar fatos ou por fazer acusações sem citar fontes?. Em contraste, o tal Olavo ?é um suposto ?filósofo? que não tem obrigação de comprovar os seus delírios?.

Bem, vejamos do que se trata.

Essa lenda de que não cito fontes é uma das mais tenazes do jornalismo difamatório brasileiro. Não as cito num artigo quando já as citei em outro, ou no Mídia Sem Máscara, e, no espaço limitado de que disponho na grande mídia (em contraste com a imensidão de jornais inteiros à disposição dos Arbexes), não quero me repetir. Para quem lê um artigo solto e quer me julgar por ele, isso pode parecer uma prova de inconsistência. Mas haverá maior inconsistência do que julgar por um só artigo o escritor que produz três ou quatro por semana, publica livros, dá cursos e conferências por toda parte e ainda mantém dois sites na internet?

Mesmo não vendo nenhuma fonte citada, o leitor honesto não presume, por esse motivo apenas, desonestidade nenhuma no jornalista, mas pede a informação suplementar a ele (meu e-mail sai no rodapé de meus artigos precisamente para isso) ou vai buscar confirmação por sua própria conta. Tanto mais razão haverá para proceder assim quando o escrito não seja de repórter, mas de articulista, cuja função não é dar notícias e sim comentá-las, usando de seu direito de dá-las como conhecidas pelo público supostamente culto a que se dirige.

Muitos reclamam da falta de fontes apenas porque são culpados de ignorância injustificável, desconhecem o que teriam a obrigação de conhecer, ou se fazem de ignorantes para melhor poder ludibriar o público por meio do argumentum ad ignorantiam, que, do desconhecimento de uma coisa, deduz a inexistência dela.

?Fontes?, ademais, não dão legitimidade a afirmação nenhuma. Apenas transferem a responsabilidade do jornalista a alguém que disse o que ele queria ouvir. Quando um Arbex se gaba de não acusar sem fontes, quer dizer apenas que não mente sem jogar o ônus da prova nas costas de alguém que mentiu antes. Quem fala a sério, querendo provar o que diz, não respalda acusações em ?fontes?, mas vai direto aos documentos originais, como fiz no caso do acordo de solidariedade PT-Farc, cuja existência, no entanto, todos os Arbexes e Lanyis do país negavam e continuam negando a despeito disso.

Quando, não dispondo dos documentos, tenho de confiar numa ?fonte?, como no episódio das denúncias do deputado Alberto Fraga quanto ao financiamento do narcotráfico à campanha eleitoral do PT, não subscrevo a veracidade da acusação e me limito a exigir que seja investigada — enquanto os Arbexes de todos os matizes e formatos se esfalfam para suprimir a notícia e bloquear a investigação.

Quando, ao contrário, cito a fonte sem esse reparo, quer dizer que a subscrevo, assumindo a responsabilidade do que diz, seja porque ela por sua vez se baseia em documentos originais, seja porque sua argumentação me pareceu consistente o bastante para que eu a incorpore no meu raciocínio sem grandes alterações.

Confiram caso por caso e verão: as citações e remissões, nos meus artigos, obedecem a um critério de legitimação estritamente científico, muito acima das meras exigências jornalísticas de um Arbex ou de um Lanyi.

Uma vez explicada a questão das ?fontes?, ainda mais interessante se torna a outra alegação de Arbex, de que nunca foi criticado por inventar fatos.

É possível que não o tenham criticado. No meio jornalístico, ele está rodeado de ?caros amigos? — um deles se derrama em sentimentalismos nos comentários ao artigo de Lanyi — e eles jamais desejariam magoá-lo. Mas não ser acusado de delito é uma coisa. Não tê-lo cometido é outra bem diferente.

Arbex, de fato, inventa, e não é nada comedido no uso da imaginação fantástica.

Vou dar só dois exemplos.

Ele é aquele sujeito que se dizia testemunha ocular do ?massacre de Jenin?, crime de genocídio que as investigações da ONU provaram jamais ter acontecido, não havendo, no episódio, senão vítimas combatentes dos dois lados.

É também aquele que, na revista Caros Amigos, revelou a existência da ?bomba étnica?, miraculoso aparato explosivo que, jogado sobre uma multidão, selecionava suas vítimas geneticamente, excluindo os judeus e matando só os gentios.

Será preciso mais? O sujeito só não se tornou ministro da Informação do Iraque porque Mohammed al-Sahaf chegou primeiro.

É um mentiroso profissional ou um mitômano psicopata — e quem quer que seja comparado com ele tem o direito de se considerar vítima de difamação.

?Você é um Arbex?, para mim, está entre os mais contundentes insultos que um profissional de imprensa pode receber.

No entanto, segundo Lanyi, sério e respeitável é o Arbex, enquanto eu sou ?notório? praticante de ?métodos pseudojornalísticos?.

Ele não diz que métodos são esses, nem o que pode haver de errado neles. Muito menos aponta algum exemplo de sua aplicação nos meus escritos ou impugna como inverídica uma só afirmação factual que eu tenha feito nas minhas colunas ou fora delas.

Não o faz nem poderia fazê-lo, porque sabe que imediatamente eu reduziria a pó as suas pretensões mediante a exibição de fontes, documentos e testemunhos suficientes para calar a boca de mil Arbexes e dois mil Lanyis (digo mil e dois mil porque, se é certo que ?un sot a toujour un plus sot qui l?admire?, um mentiroso vale no mínimo dois exemplares do seu respectivo puxa-saco).

A total abstinência de fundamentação, acompanhada do uso do adjetivo ?notório?, é o típico expediente de que os difamadores e intrigantes se servem para sujar a reputação de uma vítima contra a qual nada sabem e nada têm a alegar.

Para suprir a falta de premissas que dêem respaldo à acusação, fazem de conta que esta última é de domínio público, de modo a que o leitor, para não admitir que ignora o que todo mundo sabe, ou para evitar o trabalho de tirar a dúvida pessoalmente, aceite como premissa provisória algo que desconhece por completo. O expediente é tanto mais perverso porque as conclusões a que isso leva, se aceitas pelo leitor, dão uma aparência de confirmação retroativa à premissa inexpressa. Então o provisório se torna definitivo, e não há mais quem arranque a certeza da cabeça do sujeito. Quanto mais vaga a acusação, e quanto mais indefinidas as razões pressupostas, tanto mais facilmente a mentira insubstancial passará por verdade líquida e certa.

Repetido esse procedimento um certo número de vezes, a acusação que não chegou a ser discutida, e cujo conteúdo permanece tão incerto que ninguém sabe sequer expressá-lo em palavras, se torna um dogma inabalável, uma evidência universalmente reconhecida como a esfericidade da Terra ou a navegabilidade das águas:

– Olavo de Carvalho? Notório pseudojornalista.

– Que é que ele fez de errado?

– Não sei, mas é notório.

– Dê um exemplo, pelo menos.

– Não interessa: é notório, e ponto final.

Quando o dr. Goebbels se referia à mentira repetida que virava verdade, ele decerto se referia menos à vigarice escancarada do que à mentira implícita, incomparavelmente mais eficiente e devastadora.

Não que Lanyi tenha, necessariamente, tramado essa contra mim de propósito. Para isso seria preciso muito mais inteligência do que ele tem. Bem ao contrário: o modus ratiocinandi da classe jornalística brasileira hoje em dia é tão viciado, tão perverso, que muitos membros dela, principalmente os mais jovens, mentem com naturalidade, espontaneamente, sem nenhuma intenção consciente de falsear ou ludibriar. Tornaram-se farsantes crônicos, compulsivos, irrefreáveis e totalmente inconscientes. Deformados por uma educação monstruosamente errônea, não sabem, não querem nem podem mais distinguir entre verdade e falsidade. Tornaram-se imunes a essa diferença, desprezam-na, sentem-se superiores a ela e, no entanto, sabem usar dos adjetivos ?falso? e ?verdadeiro? (ou equivalentes quaisquer), esvaziados de qualquer conteúdo identificável, como instrumentos de ataque e defesa.

Esse Lanyi, quando me acusa de usar ?métodos pseudojornalísticos?, não tem em mente a menor representação concreta do que diz, não pensa em nenhum exemplo de falsidade jornalística que possa me imputar com fundamento razoável. E, quando escreve que um Arbex é ?de reconhecida seriedade?, nem lhe ocorre perguntar como podem continuar a respeitá-lo depois daqueles dois embustes criminosos, que em qualquer país civilizado excluiriam automaticamente seu autor da profissão jornalística séria. É com total insensibilidade, com crassa indiferença aos contrastes mais gritantes que ele tenta minimizar a gravidade das patifarias do seu venerado Arbex, explicando-as como pequenos deslizes ?compreensíveis?, frutos até meritórios da ?coerência? a não sei que belos ideais, ao mesmo tempo que, sem nada ter a dizer de concreto contra mim, me carimba na testa o epíteto infamante: ?Pseudojornalista.?

Pseudojornalista? Eu? Bem, de José Paulo Lanyi não posso dizer nem isso. Pseudojornalista, excluindo-se a hipótese de coisa bem pior, é o Arbex, que ele tanto admira. E o Lanyi, o que é? Quando ele escreve, sua mente está vazia de fatos e cheia de adjetivos. Basta-lhe colar um deles no Arbex, outro em mim, e pronto. Isso é o jornalismo dele. Quem é esse mico internético, esse sagüi eletrônico para julgar o trabalho jornalístico de quem quer que seja? É um aspirante a pseudojornalista, um difamadorzinho chinfrim que sonha em ser o Arbex quando crescer.

Mas não pensem que estou verdadeiramente ofendido com ele. Ofendido estaria se ele me elogiasse. Isso me poria ao lado do Arbex no panteão das suas devoções, e eu não poderia suportar calado tamanha humilhação.?"

 

"Resposta a Olavo de Carvalho", copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 23/04/03

"Olavo de Carvalho é editor do pseudojornalístico virtual Mídia Sem Máscara (MSM) e articulista do jornal O Globo. Consta que seja filósofo. Ex-astrólogo, agora é nigromante. Rapaz versado, quer tirar o máximo de suas experiências terrestres. Parece farto de seus alegados 37 anos de bom jornalismo (sem aspas, mesmo).

Olavo de Carvalho largou seu coelhinho no sofá e, trabalhador diligente, meteu-se a multiplicar os tais panfletos contra a mídia esquerdista. Claro, no MSM. Três deles me homenagearam, neste feriadão pascal: ?José Paulo Lanyi – Um Difamador Eletrônico?, ?Origens do Lanyiismo? e ?Difamação Anunciada?. O primeiro foi reproduzido pelo Comunique-se, como direito de resposta a uma asserção deste colunista, no artigo ?Andrada, Arbex e a Reuters em Miami?. A sentença que originou a celeuma: ?Expliquei-lhe, pois, em algumas linhas, que não o estava comparando a Olavo de Carvalho, cujos métodos pseudo-jornalísticos (sic) são notórios?. Referia-me a uma conversa por e-mail com o jornalista José Arbex Jr., editor do jornal de esquerda Brasil de Fato. Arbex queixava-se de uma frase em meu artigo ?Os Filos, os Fobos e um tal de Jornalismo?. Eu escrevera: ?É fácil saber o que o Arbex e o Olavo de Carvalho pensam. Difícil é fazer um jornalismo com nuances, como bem disse o Alberto Dines nesta terça-feira (15/04), em seu programa Observatório da Imprensa?. Arbex reagiu: ?Aliás, a tua [deste colunista] comparação da minha pessoa com a do Olavo me deixou mais ?chocado? do que a negativa do Mario. É verdade que muitos me criticam por radicalizar conclusões em cima dos fatos que apresento, mas nunca me criticaram por inventar fatos ou por fazer acusações sem citar fontes etc. Olavo é um suposto ?filósofo? que não tem obrigação de comprovar os seus delírios…?.

Olavo de Carvalho pirou de ódio e tentou me bater com seu coelhinho da Páscoa. Parecia a Mônica, nos dias mais inspirados do Maurício de Sousa. Agora ele quer que eu o demonstre: seus métodos são pseudojornalísticos. E me cobra um tiro na nuca da reputação do Arbex. Vamos ler, juntos, alguns trechos do primeiro dos três panfletos contra a honra:

Panfleto 1: ?José Paulo Lanyi-Um Difamador Eletrônico?

Olavo de Carvalho transcreve uma passagem de meu ?Andrada, Arbex e a Reuters em Miami?:

?Arbex – prossegue ele [eu, José Paulo Lanyi] — é de reconhecida seriedade. O problema, respondi-lhe, em outras palavras, é que, como todo engajado, tende a interpretar os fatos para satisfazer a coerência do seu ideário. O que é compreensível.?

Olavo conclui, com aquele seu tom pop-latinesco – mais ajustado àquelas comédias made in Rome, by Plauto&Terêncio: ?Bem, Asinum asinus fricat, mas não precisava exagerar?. Vamos lá: ?O asno acaricia o asno?. Olavo de Carvalho é mesmo um bem-humorado. Diz um de seus sites: ?Sua obra tem ainda uma vertente polêmica, onde, com eloqüência contundente e temível senso de humor, ele põe a nu os falsos prestígios acadêmicos e as falácias do discurso intelectual vigente?.

Acrescente, Olavo, a expressão ?com embuste?. A frase que faz de mim um asno puxa-saco do asno Arbex foi transcrita direitinho – mas, como diria um amigo, ?só até a página três?. Olavo de Carvalho entrega-se ao flagrante: suprimiu, de má-fé, a minha frase seguinte, o complemento crítico à atitude jornalística de Arbex. Ei-la: ?Mas em jornalismo…?. Uma frase que tem o peso de um ?não?, de um ?não aceito isso em jornalismo?. A quem não se lembra: MAS é uma conjunção ADVERSATIVA. Um enunciado adversativo não bajula, antes rejeita. Olavo de Carvalho esconde de seu público a proposição cuja relevância… Não!… cuja OBRIGATORIEDADE para a compreensão dos fatos só os embusteiros afetam ignorar. É assim: com a frase, uma crítica a Arbex; sem a frase, o puxa-saquismo asinino. Olavo de Carvalho não se contenta com as minhas restrições ao jornalismo do editor do Brasil de Fato. Quer ver o Arbex espancado. Quer que eu o ?aniquile?. Incapaz de seqüestrar-me a razão, omite-me a crítica e forja-me o juízo, ao seu bel-sofismo. Quer induzir à crença de que eu concordo com tudo: ?o que é compreensível?, ponto final! Concedo-lhe, leitor, um elemento comparativo. A má-fé é tão patente quanto em uma exposição como esta, de um diretor de presídio qualquer:

?Beltrano subornou alguém e conseguiu fugir. Preso é preso, ele estava na dele, isso é compreensível.. Mas o suborno…? Aí vem o sofista Olavo de Carvalho, o manipulador, o cortador das frases que não lhe interessam, e publica: ?Beltrano subornou alguém e conseguiu fugir. Preso é preso, ele estava na dele, isso é compreensível…? Conclusão do ?jornalista? Olavo de Carvalho: o diretor do presídio acha tudo natural, é a favor da fuga, é omisso e acoberta os seus subornados.

Sem a tal frase ?Mas em jornalismo…? (e o tema central era e ainda é JORNALISMO), fica assim, portanto: José Paulo Lanyi, o puxa-saco que não criticou o Arbex e diz que o Arbex pode tudo. Olavo de Carvalho: sua edição leonina o demonstra- seus métodos são mesmo pseudojornalísticos e francamente difamatórios. O próprio Olavo, em seu panfleto, tem a resposta para o gesto que praticou: ?Quando o dr. Goebbels se referia à mentira repetida que virava verdade, ele decerto se referia menos à vigarice escancarada do que à mentira implícita, incomparavelmente mais eficiente e devastadora?.

Arbex

Mais um trecho do panfleto: ?Arbex, de fato, inventa, e não é nada comedido no uso da imaginação fantástica. Vou dar só dois exemplos. Ele é aquele sujeito que se dizia testemunha ocular do ?massacre de Jenin?, crime de genocídio que as investigações da ONU provaram jamais ter acontecido, não havendo, no episódio, senão vítimas combatentes dos dois lados. É também aquele que, na revista Caros Amigos, revelou a existência da ?bomba étnica?, miraculoso aparato explosivo que, jogado sobre uma multidão, selecionava suas vítimas geneticamente, excluindo os judeus e matando só os gentios?.

Em nome de minha equanimidade, Olavo de Carvalho quer porque quer que eu o alardeie: Arbex mentiu nos dois episódios. Primeira conclusão, após consulta à fonte pública indicada pelo próprio Olavo de Carvalho: José Arbex Jr. NÃO DIZ ter sido ?testemunha ocular do ?massacre de Jenin?. Olavo, em debate no Comunique-se, é alertado de que tal informação constava da abertura de uma entrevista de Arbex (?As pedras de Davi mudaram de mãos?) à revista PUCviva, da Apropuc/SP – Associação dos Professores da PUC-SP (?Lá ele [Arbex] esteve em pleno ataque do exército israelense a Jenin. Arbex descreve os horrores praticados pelo Estado israelense na destruída Palestina?). Diz Arbex, na entrevista: ?O massacre de Jenin aconteceu. É um fato. Não sabemos ainda quantas vítimas ele produziu, mas entrevistei uma família de sobreviventes. Foi terrível. E é um fato amplamente denunciado também por aquelas organizações israelenses a que já me referi. Ressalto isso, para deixar bem claro que não podemos ser maniqueístas. Não podemos responsabilizar toda a sociedade israelense, nem podemos alimentar o anti-semitismo?.

A princípio, durante o debate, Olavo agarra-se a estas conclusões genéricas: ?um suposto massacre que, segundo a ONU, nunca aconteceu?. Questionado pelo jornalista Fábio José Mello, responde com este cheque em branco: ?É verdade que a comissão da ONU não entrou em Jenin. O governo de Israel não deixou porque o chefe dessa comissão, antes de averiguar os fatos, já tinha feito acusações aos soldados israelenses, o que o desqualificava. E, em seguida, todos os dados que a ONU cotejou para chegar à conclusão de que não houve massacre vieram das mesmas organizações de direitos humanos que examinaram o local…?.

José Arbex Jr. diz que se baseia em relatos de testemunhas para afirmar que o massacre aconteceu. Olavo, sobre Arbex: ?É um mentiroso profissional ou um mitômano psicopata — e quem quer que seja comparado com ele tem o direito de se considerar vítima de difamação?; Olavo de Carvalho também se ampara em relatos de testemunhas e da (cada vez mais) eficaz, altiva, inquestionável Organização das Nações Unidas- cujos representantes, por sinal, não estavam lá. Olavo: ?Arbex foi ou não desonesto ao dizer-se testemunha ocular de um suposto massacre que, segundo a ONU, nunca aconteceu??.

Pego com a mão na carteira, Olavo de Carvalho redigiu isto:

1) ?Se foi o jornal que mentiu, então o Arbex teria a obrigação de denunciá-lo, e não o fez até hoje?.

2) ?Que é que aconteceria, num tribunal, à testemunha que, anunciada como observadora direta dos fatos, sabendo que não o era, se limitasse a declarar que os fatos aconteceram, sem desmentir categoricamente a qualificação alegada e deixando o juiz persistir no engano? Seria culpada de perjúrio…?

(comentário: Sim, só chamando de ?isto?. Arbex, então, é culpado custe o que custar. Perjúrio??? Olavo de Carvalho, o príncipe dos sofistas de terceira, quer (tentar) nos fazer acreditar em algo desta natureza: se algum jornal mente sobre o que fiz e não o desminto, EU sou o culpado da distorção. Olavo de Carvalho acaba de reduzir sua ?filosofia? a uma máxima ginasial largamente proferida nos horários de algazarra coletiva (ou seja, nem os ginasianos acreditam nisso): QUEM CALA, CONSENTE. É tudo o que tem para a sociedade, Olavo de Carvalho? Que a Justiça não o ouça, ou estaremos perdidos de vez….).

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Vamos ao caso das ?bombas étnicas?, tema do artigo ?Nazisrael?, publicado por José Arbex Jr. em dezembro de 98, na Revista Caros Amigos. ?Israel está trabalhando na produção de uma arma biológica que afetaria árabes, mas não judeus, revelaram militares israelenses e fontes de espionagem ocidentais. A arma, que atingiria suas vítimas conforme a origem étnica, é considerada a resposta israelense à ameaça de ataques químicos e biológicos do Iraque. A notícia foi divulgada pelo Sunday Times de Londres, em 15 de novembro…?

Olavo de Carvalho, em debate no Comunique-se:

1) ?Ainda quanto à bomba étnica, é ridículo apelar à suposta autoridade do Sunday Times, porque a fonte inicial da vigarice foi o Institute of Historical Review, entidade reconhecidamente PRÓ-NAZISTA?;

Foi questionado, claro, o IHR, em realidade, publicou o que saiu no Sunday Times, e não o inverso. Resposta do Olavo de Carvalho:

2) ?PS – Errei. A origem da notícia do Sunday Times sobre a bomba étnica não foi o Institute of Historical Review… Foi um pouco pior. Mas, como o Lanyi está fazendo suspense, deixarei para contar esse detalhe mais tarde?.

(comentário: o suspense a que se refere é o artigo que ora publico; quanto a si mesmo, tentou ganhar tempo para pesquisar o que- dada a sua veemência de acusador medieval- todos nós supúnhamos que já sabia). O pesquisador tardio voltaria…

3) ?A conversa da bomba étnica não começou no IHR (foi um lapso meu: o IHR só escreveu sobre isso depois), mas num seu similar igualmente maluco: três meses antes de a história chegar ao Sundday [sic] Times, David Irving – aquele historiador segundo o qual Hitler nunca soube de Holocausto nenhum – já estava, com base em fonte anônima do Foreign Report, alardeando suspeitas sinistras quanto ao laboratório israelense de Nes-Tziona, que estaria fabricando armas químicas e biológicas bem pouco convencionais de destruição em massa. Rastreando um pouco mais a notícia, descobre-se que ela não foi senão uma maquiagem de denúncia feita um pouco antes contra a África do Sul?.

(comentários: número um- Olavo de Carvalho vai e vem tantas vezes que já não sei em que acreditar: que raio de fontes são essas, afinal? Não sei, só sei que os releases do Olavo já foram para o lixo, não têm credibilidade; número dois: Quando qualquer um erra, é difamador, mentiroso e ?pequeno canalha?- como veremos adiante; quando Olavo erra, ?foi um lapso meu?).

Olavo de Carvalho quer que eu acabe com a raça do Arbex, caso não concorde com essa história de ?bomba étnica?. O que escrevi a Olavo no debate:

?A priori, rasga-me a boca… Uma bomba que seleciona a etnia…Se quiser, me envie detalhes, eis aqui um espírito livre… Mas convenhamos: essa de bomba étnica está ali, ali com aquela das pombas envenenadas pelo Fidel, treinadas para matar os anticastristas em Miami… As pombas que identificam dissidentes… É, Olavo… Depois dizem que o exagerado sou eu…?

Olavo de Carvalho comenta as pombas envenenadas de Cuba:

?Não me lembro de ter escrito nada sobre as tais pombas. Pelo que entendo, você quer dizer que o Arbex é apenas tão mentiroso quanto o sujeito que escreveu isso? É esse o nível de jornalismo que você considera ?respeitável???

(comentário: Quem escreveu ?sobre as tais pombas? foi o co-editor do MSM, Sandro Guidalli, na época em que era colunista do Comunique-se. Do jornalista Milton Abrucio Jr.: ?[Olavo de Carvalho] acusou o ex-colunista de C-Se de propagar mentiras e jogou o tal Nota Latina (citado novamente com orgulho pelo sabujo [Sandro Guidalli] neste espaço) no lixo).

Olavo de Carvalho:

?Eu não havia prestado muita atenção ao caso dos pássaros infectados, que vocês, sem o mínimo exame, nivelam à história da bomba étnica. Esta última é uma impossibilidade técnica pura e simples ao passo que o uso de pássaros migradores para a transmissão de doenças (sem nenhuma seleção étnica, é claro, ao contrário do que insinua mentirosamente o Lanyi) é uma possibilidade científica bem banal?

(comentário: Sandro Guidalli, seu editor, não escreveu sobre ?seleção étnica?. Mas alardeou uma outra seleção, a político-ideológica. Ha! Aí pode… Os usuários de Comunique-se, felizmente, não sofrem de amnésia).

Reflexões ?autorais? de Olavo de Carvalho:

?Para quem lê um artigo solto e quer me [Olavo] julgar por ele, isso pode parecer uma prova de inconsistência. Mas haverá maior inconsistência do que julgar por um só artigo o escritor que produz três ou quatro por semana, publica livros, dá cursos e conferências por toda parte e ainda mantém dois sites na internet??;

?Ora, não sei nada desse Arbex, exceto que ele escreveu essas duas matérias, a de Jenin e a da bomba étnica?;

?Ora, eu nunca tinha ouvido falar desse Lanyi até ler o que ele escreveu sobre mim?;

?Repito: eu nunca tinha ouvido falar de você [Lanyi], ou, se ouvi, esqueci por completo. Foi você que escreveu sobre mim. Eu só respondi?;

?Não estou julgando o trabalho do Arbex como um todo, que já declarei desconhecer, mas só dois de seus escritos?.

(Mais) Amostras pseudojornalísticas

?Denúncia assombrosa? (O Globo, 29/03/03)

?Caros pacifistas, saddamistas, antibushistas e anti-americanistas em geral: No endereço http://www.skadi.net/topsites/ vocês encontrarão uma lista dos cem principais sites nazistas da internet. Quase todos eles têm algum pronunciamento a respeito da guerra. Por favor, vão lá e comprovem: eles amam vocês loucamente. E odeiam George W. Bush. Será tudo uma esplêndida coincidência, ou, como me parece, afinidade genuína? (…) Sempre houve quem dissesse que o antinazismo da esquerda era apenas uma fachada teatral, erguida às pressas por Stalin para encobrir uma aliança macabra que, no momento decisivo, Hitler rompera unilateralmente. O livro dos historiadores russos Yuri Dyakov e Tatyana Bushuyeva, ?The Red Army and the Wehrmacht? (New York, Prometheus Books, 1995) confirmava inteiramente essa hipótese: armando a Alemanha, a URSS provocara deliberadamente a eclosão da II Guerra Mundial, na esperança de usar os nazistas como ponta de lança. Mas o teste final era o seguinte: se a afinidade entre os dois totalitarismos era autêntica, um dia eles voltariam a aparecer de mãos dadas, tão logo se dissipassem as condições que os haviam levado a uma ruptura temporária. Foi o que veio a acontecer com a emergência do radicalismo islâmico, ?terceira via? totalitária que resolve as contradições e restaura a aliança anti-americana entre socialismo e nazismo …?

(comentário: minhas favoritas: ?Caros pacifistas, saddamistas, antibushistas e anti-americanistas em geral? e ?Será tudo uma esplêndida coincidência, ou, como me parece, afinidade genuína??) Sem mais perguntas, excelência… Aliás, só mais uma para o réu: Olavo de Carvalho, você pega um livro que alguém escreveu e, apoiado em algumas piruetas factuais, quer me convencer que a minha Tia Joana, que é contra a matança de mosquitos -e até de seres humanos- tem afinidade de pensamento com aquelas carecas lá do ABC…? É isso que você se acostumou a escrever para o jornal O Globo???!!! Esse caso me faz lembrar de um outro comentário revelador, de um tal… Olavo de Carvalho: ?Confiram caso por caso e verão: as citações e remissões, nos meus artigos, obedecem a um critério de legitimação estritamente científico, muito acima das meras exigências jornalísticas de um Arbex ou de um Lanyi?. Estou vendo… É só citar o livro direito que as laranjas criam asas e os passarinhos vão rolando para a fruteira…).

?Direto na fonte? (O Globo, 18/03/03)

?Que toda história tem no mínimo dois lados, eis uma verdade primária que nenhum foquinha de redação tem o direito de ignorar. E não há maneira mais torpe de ocultar um dos lados da história do que contá-lo sempre desde o ponto de vista do outro, sem deixar que ele se mostre aos leitores por si mesmo, com sua própria face e suas próprias palavras. Isso é pseudojornalismo da mais grossa espécie?.

(comentário: até aí, tudo bem, leia o que vem a seguir, do debate em Comunique-se).

?É pura hipocrisia do [jornalista Jorge Henrique] Cordeiro alegar, contra o MSM, que ?jornalismo se faz ouvindo os dois lados?. O MSM existe justamente para divulgar o outro lado, que os Cordeiros expulsam da mídia. O MSM, evidentemente, não tem de repetir o que já sai em todos os jornais: sua finalidade é divulgar o que não sai — e ISTO resulta em fazer com que os dois lados sejam ouvidos, embora um deles no megafone dos Cordeiros, outro no sussurro do MSM?.

(comentário: fico com a conclusão de um certo Olavo de Carvalho- ?Isso é pseudojornalismo da mais grossa espécie?).

?Um novo Brasil – O regime deste país mudou e ninguém foi avisado?

(Revista Época, 29/10/01)

?Pessoas que só sabem por ouvir dizer juram que o comunismo morreu. Eu e o senhor Antonio Negri, que estudamos o assunto por décadas e que decerto não seremos acusados de combinar nossas falas por trás do pano, asseguramos que ele está mais vivo que nunca. Também o senhor Fidel Castro, que está por dentro das preparações subterrâneas, anuncia para breve a rentrée espetacular da sangrenta pantomima a cujo serviço dedicou sua porca vida.

Dois fatos recentes dão razão a mim e a esses ilustres cavalheiros.

1. Um juiz do Rio Grande do Sul, solicitado a devolver aos proprietários uma fazenda invadida pelo MST, negou a reintegração de posse sob a alegação de que não havia provas da ?função social? do imóvel.

2. Um notório terrorista dos anos 70, que nunca se arrependeu de seus crimes, que antes se orgulha deles e que no máximo admitiu ter algumas dúvidas quanto à conveniência de repeti-los hoje, foi nomeado ministro da Justiça. (…) Quem conheça a história das revoluções comunistas reconhecerá que, desde a semana passada, o Brasil já não é uma democracia capitalista. É um país em plena transição para o comunismo, onde o atestado de ideologia vale como escritura de propriedade imobiliária e crimes de terrorismo cometidos com a motivação ideológica apropriada são láureas curriculares para o exercício de função ministerial. Poucas revoluções comunistas começaram de maneira tão eficaz, tão direta e sem encontrar a mínima resistência?.

(comentário: ?Olavo de Carvalho é filósofo?, ensina a Época. Afinal: é esse o seu refúgio, Olavo? O da ?filosofia?? Fácil essa… Quando o ?jornalista? é apanhado no crime de lesa-verdade, passa a usufruir o privilégio de bandear, incólume, para o lado da ?reflexão filosófica?- terreno em que fatos nem sempre são fatos, como nos demonstram os sofistas de caderneta (né, Olavo?). Se eu, José Paulo Lanyi, escrevo que ?o regime deste país mudou?, que ?desde a semana passada, o Brasil já não é uma democracia capitalista?, com base nesses dois fatos citados pelo ?jornalista?, o chefe me chama e acabo levando um pontapé no traseiro; se você escreve, é ?filósofo?. Eis o álibi do pseudojornalista: ?Não, eu não estava lá no jornalismo, estava na filosofia…? (aspas do colunista). Ou vai me convencer de que o que você fez pode ser chamado de jornalismo autêntico? Não: é pseudojornalismo, é desinformação, não adianta pedir seus sais, nem escrever panfletos criminosos contra a minha honra: não vai me comover, tampouco me atemorizar…).

Panfleto 2-?As origens do Lanyiismo?

Assinado pelo editor-capacho e candidato a cadeieiro desleixado: Sandro Guidalli. Trechos:

?Um dos episódios mais impressionantes da história da difamação, da calúnia e da delação ocorreu na União Soviética entre 1937 e 1938. Para consolidar seu poder no comando do partido comunista e em todas as demais esferas de poder do país, Joseph Stalin tirou de circulação, ora prendendo, ora mandando executar, milhares, repito, milhares de dirigentes, burocratas, militares e pessoas comuns, a maioria delas parentes dos perseguidos e mortos. Foram os anos do Grande Terror, período dos maiores expurgos já realizados na história da Humanidade que levou para as prisões 1,5 milhão e provocou a morte de 681 mil pessoas (para estudiosos como Robert Conquest, 3 milhões foram executados em três anos). (…) Este comando do Terror agia por sua vez baseado numa rede de difamadores, caluniadores e delatores, sem a qual seria muito difícil dar o verniz de plausibilidade nas acusações que eram realizadas diariamente (…) É por isso que intelectuais como Olavo de Carvalho costumam ser difamados com tanto vigor e freqüência. Ele surge na grande imprensa como o colunista que abre as janelas revelando os defeitos, as manipulações e os erros nas redações do país. (…) A força da hegemonia do pensamento esquerdista da mídia brasileira combinada aos sentimentos mais amesquinhados cria pequenos canalhas como o jornalista José Paulo Lanyi, José Arbex e tantos outros. Cito estes dois porque vem deles o mais recente exemplo de difamação contra o trabalho de Olavo de Carvalho e, conseqüentemente, contra o MSM. (…)?.

(comentário: calma, leitor, não vou transcrever tudo, é realmente um estupendo monumento à história universal da bobagem: sou o líder de um movimento, Lanyiismo, cuja origem está em Stalin (ah! Não sou o líder? Sou o seguidor? Então por que Lanyiismo?!). Chamou-me a atenção o uso do ?argumento? ?pequenos canalhas?. O que é um pequeno canalha? O que é um grande canalha? Concluí: ?Esse estafeta-bomba-mor do nigromante dever ter fixação pelo que está ao rés do chão?. Mas… Não é que o chefitcho dele, certa vez, redigiu uma manchete que nos pode ajudar a (tentar) compreender essa distinção, entre o ?pequeno? e o ?grande? canalha? Aí vai: ?O pequeno difamador ICP? (Rio de Janeiro, 11/05/1999, em carta ao Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro)- a abreviatura é obra deste colunista. Até nisso… Das duas, uma. Ou esse ?Origens do Lanyiismo? tem o dedo do ?mais acima?, ou estamos diante de uma demonstração pública extra (a um só tempo, patética e repugnante) de personalidade-zero (!). Quem quer que o tenha escrito cometeu -só com esta de ?pequenos canalhas?- os crimes de injúria e difamação, mas não conseguirá fugir à sua responsabilidade: Olavo de Carvalho e Sandro Guidalli são os dois editores do site. Esse panfleto é um complemento às sandices criminosas do outro, ?José Paulo Lanyi-O Difamador Eletrônico?-assinado por Olavo de Carvalho. ?E o Lanyi continua fingindo que o chamei de comunista. Só o chamei de difamador. E é o que ele é?, diz o poltr&atildatilde;o Olavo).

Reflexões de Olavo de Carvalho acerca do fanatismo:

?O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos, de explicar-se segundo suas próprias categorias. Só valem os termos dele, as categorias do pensamento partidário. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: ?amigo? ou ?inimigo?. Uma vez definido como ?inimigo?, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais ?inimigos?, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue?. Do texto ?Ainda o fanatismo? (Jornal da Tarde, 05/12/02).

?Mas escolhi sempre conforme o detalhe concreto do que estivesse em discussão e não conforme aquela linearidade rígida de quem é ?direitista? ou ?esquerdista? como se torce pelo Coríntians (sic) ou se crê em Jesus Cristo:? (Olavo de Carvalho, ?Fórmula da Minha Composição Ideológica?).

(comentário: esse Sandro Guidalli- o que enche a boca para falar em táticas difamatórias e coercitivas do regime estalinista, pediu-me a cabeça neste Comunique-se (em público, está registrado, o bufão não tem como fugir). E o fez porque anunciei a publicação deste artigo. Essa é a contribuição do MSM à liberdade de expressão? Essa é a tão-sonhada democracia dos ?direitaços? do MSM? Cobrar-lhes ética, Olavo e Guidalli, também é coisa de comunista?).

Por fim: O MSM me rotula de difamador comunista. Terá de provar que sou difamador e que sou comunista. Ambos. PROVE. Não fuja, Olavo, o Sai-Correndo!!!

Panfleto 3- ?Difamação Anunciada?

Trechos de um dos ?artigos? mais engraçados que já li em toda a minha vida. Levou-me, ao fim e ao cabo, a sentir pena de seu autor, o tadinho do Olavo de Carvalho:

?O colunista do Comunique-se, José Paulo Lanyi, inconformado de que eu o chamasse de difamador por me difamar como ?notório praticante de métodos pseudojornalísticos?, anunciou que na próxima quarta-feira seu artigo naquele site trará revelações bombásticas contra a minha pessoa. Repetindo várias vezes a advertência ?Aguarde?, jurou que vai reduzir a cacos a minha reputação. É provavelmente o primeiro caso de difamação anunciada já registrado nos anais do jornalismo?;

?Fez as mais mirabolantes atribuições de intenções, entre as quais a de que pretendo disputar espaço com ele ou com o sr. José Arbex Jr. no campo da profissão jornalística, à qual, já vencido há anos o prazo de minha aposentadoria, hoje em dia só pertenço de maneira residual e marginal, nos breves intervalos de minhas ocupações de escritor e professor que ocupam o centro e o topo de meus interesses?;

?Disparou em cima de mim uma coleção notável de apelidos pejorativos numa linguagem ostensivamente preconceituosa, entre os quais ?Mulá? e ?Prima-dona do Tribunal do Santo Ofício?;

(comentário: você esqueceu, Olavo, tinha mais: ?Mulá, o Fanfarrão?, ?Padreco Latinista?, ?Mulá, o Nigromante?, ?Príncipe dos Sofistas?, ?MOSM-Mulá Olavo sem Máscara?, ?Mulá Olavo, o Jurista?, ?Olavo, Mulá Fanfarrão e seus Blue-Red-White Caps?, ?Píton Fanfarrão?, ?Dom Quixote-que-renega-o Sancho Pança?…Pergunta: essa sua queixinha ofendida (depois da publicação de seus panfletos contra a minha honra) lembra ou não aqueles nossos tempos de jardim de infância? É…como diria o Abrucio, Olavo é um sujeito combativo, há muitos e muitos anos…Ele é o Velho Guerreiro, o Abelardo Barbosa do humor involuntário…).

?Não imagino que raio de coisa vai sair da cabeça do sujeito, mas, pela amostra, tudo é possível. Ademais, operando nas condições em que operamos neste jornalzinho eletrônico, tão diferentes das do bem patrocinado Comunique-se e de inumeráveis sites milionários de propaganda esquerdista, isto é, amadoristicamente, sem patrocínio ou respaldo de espécie alguma, sem dinheiro, sem uma sede nem redação organizada, vivendo de cortes no meu orçamento doméstico e de minutos roubados a mil e um trabalhos e às aulas que dou em quatro Estados do país, o MSM pode ter cometido erros involuntários, que a malícia de um difamador odiento pode tentar explorar dando-lhes o sentido de ?métodos pseudojornalísticos? propositais e ideologicamente condicionados?;

(comentário: Olavo de Carvalho perdeu o respeito por si mesmo. Põe-se a justificar os ?erros involuntários, que a malícia de um difamador odiento pode tentar explorar dando-lhes o sentido de ?métodos pseudojornalísticos? propositais e ideologicamente condicionados?. Conclusões:1) Há aí um reconhecimento implícito de que o MOSM é frágil, não é tão ?inexpugnável? (aspas do colunista) no terreno da verdade; 2) Tudo o que eu escrever, será coisa de ?malícia de difamador odiento?. Os absurdos e os crimes perpetrados pelos editores e colaboradores do site são ?erros involuntários?. No debate em Comunique-se, escrevi algumas considerações sobre a ?difamação futura?: ?O que acha de um artigo que acusa de difamador um autor que não é autor… Em outras palavras: o articulista faz uma denúncia de uma difamação do porvir. Por que porvir? Nada foi escrito, mas a ?vítima? está no futuro-embora o acusado esteja no presente! Parecem aqueles filmes como ?Amazing Stories?, etc. Existem casos assim? (…) A propósito: quem acusa publicamente um cidadão de ser difamador (mas só no futuro) é ou não é o verdadeiro difamador do presente?? Olavo de Carvalho é um sujeito imaginativo: criou o jornalismo nigromante; virou cineasta e deu início à filmagem de ?O Difamador do Futuro?. Mais do que isso: Olavo de Carvalho mostrou que sabe externar o seu medo- com o tempero de uma humildade tardia e oportuna).

?Em todo caso, é espantoso que, mal começada a polêmica, o sujeito já alegasse ter revelações escabrosas a divulgar. Isto prova da maneira mais patente que já estava armando o bote fazia tempo?.

(comentário: lá vêm as teorias paranóico-conspiratórias. Ora, Olavo, um jornalista que chama o outro de pseudojornalista tem a obrigação de saber o que está dizendo. Não sou como uns e outros que difamam e, apertados, dizem depois que nunca ouviram falar do difamado).

Conclusão

Antes de encerrar, quero contar mais uma do sofista-embusteiro, o que se dizia ameaçado de morte e pedia imunidade a todas as críticas que lhe viessem a fazer dali em diante. Leia o que ele escreveu durante o debate no Comunique-se: ?Não que eu esteja insinuando alguma ligação entre o Lanyi e os apologistas da minha morte, mas o jornalista que se dá o direito de malhar a reputação de alguém que está sob ameaça de morte é, querendo ou não, sabendo ou não, um colaborador dos criminosos?!

Minha resposta no site: ?Olavo de Carvalho. Você me surpreende. Verdadeiramente. Esperava mais de um sei-lá-o-quê tão famoso. Esse seu argumento de que todo ameaçado tem imunidade moral contra as críticas acabou de redimir o Iasser Arafat e também o seu, agora, ex-inimigo Fidel Castro. Vou cobrar isso também. Que conversa-pra-boi-dormir… Vamos recolher todas as críticas que se fizeram à época contra Hitler- ele também foi ameaçado… Fazer-se de vitiminha não vai salvá-lo de minhas revelações na quarta-feira. E eu não esqueço: você me chamou, sim, de colaborador de criminosos, com sua retórica enviesada. Mais uma para os autos?.

Um comentário do Milton Abrucio Jr.: ?Quem criticar Olavão ameaçado é cúmplice! Aliás, trata-se de uma boa idéia para a Sandy. Ela pode pedir a um amigo para ameaçá-la no Mídia Independente — assim, nada de críticas ao novo CD… Realmente, chega a ser humilhante a auto-imolação do colaborador de ?O Globo? nesta praça pública?.

Não vou fingir que não entendi, Olavo de Carvalho: você tornou a me difamar, a cuspir-me a fama de colaborador de criminosos. Repito: O que mais me impressiona é o ?sabendo ou não?. Assim mesmo, colaborador de criminosos. E o ?difamador eletrônico? sou eu…

Como egoísmo é coisa feia, quero dar a honra do encerramento deste arrazoado ao eminente jornalista-professor-ex-astrólogo-filósofo-nigromante-escritor-cineasta-difamador-eletrônico Olavo de Carvalho:

A arte de escrever, Lição 1: Esqueça o Manual de Redação

?Um dos sinais mais patentes de uma inteligência alerta é a percepção de contradições . Aristóteles já observava que o senso lógico e o senso do ilógico são uma só e mesma coisa. Quando leio alguma coisa repleta de contradições ostensivas e sei que o autor não é imbecil nem está sofismando de propósito, só posso concluir que ao escrevê-la estava distraído, sonso ou bêbado?.

Concedo-lhe, ainda, a conclusão, Olavo de Carvalho: como prefere ser lembrado pela posteridade: o pseudojornalista, o sofista de terceira, o autor das calúnias, injúrias e difamações (conforme o meu pensamento) ou o distraído, o sonso, o bêbado (conforme o seu)?

PS – Não comento mais este assunto em Comunique-se – nem nos artigos, nem no campo de comentários. O que eu tinha a dizer já foi dito."