DEVER DE CLASSE
Carolina dos Santos Barbosa e
Patricia Piacentini Rodriguez (*)
Contrariando os catastrofistas, que acreditavam que a mídia impressa estava fadada ao desaparecimento, em pleno século 21 literatura, jornais, revistas mantêm lugar de destaque no processo de comunicação, apesar do crescimento dos meios eletrônicos. Pela especialização e a profissionalização, os meios impressos aperfeiçoaram sua linguagem, tornando-se mais atrativos e conquistando um público cativo.
A linguagem na mídia impressa, que inclui jornalismo, literatura e publicidade, se desdobra em características específicas de cada segmento. A linguagem jornalística impressa engloba o imediatismo característico da notícia, sem excluir o aprofundamento, que deveria ser marca registrada dos meios impressos. Os leitores de jornal e revista procuram uma linguagem clara e concisa que seja capaz de transmitir a informação de forma completa.
A forma literária, por sua vez, não precisa se preocupar com a rapidez, típica do jornalismo. Ela é atemporal, já que os livros podem ser escritos independentemente da época em que se passa a estória: no mesmo ano pode ser produzido um romance ambientado na corte de Luís 16 e uma aventura vivida no ano 3000. O público de obras literárias busca autores e histórias com os quais se identifica, criando uma relação de cumplicidade.
Resistência
A publicidade, mais que a literatura e o jornalismo, precisa "correr atrás", se é permitida a expressão. A linguagem publicitária deve ser a mais atrativa possível, em mensagens curtas e texto simples, visto que seu alvo não é somente conquistar um público-leitor, mas um público-consumidor.
Mas o que falar de um livro-reportagem, de uma crônica, de uma matéria comprada? Em qual gênero da mídia impressa estes exemplos se enquadram? Muitas vezes ocorre um entrelaçamento de estilos. Como o próprio nome diz, o livro-reportagem mescla a linguagem jornalística com traços da linguagem literária. O mesmo ocorre com a crônica que, apesar de suas marcas literárias, é veiculada nos jornais. A matéria comprada é construída com as características básicas da linguagem jornalística e, de forma sutil, acaba promovendo empresas e pessoas. Essa forma tênue de publicidade pode passar despercebida pelo leitor menos atento.
A mídia impressa resiste ao furor tecnológico graças à linguagem bem-estruturada, atendendo aos interesses do público-leitor. O que se faz notar é que a linguagem nos meios impressos vem se desenvolvendo a cada dia e conta com inovações que fogem ao verbal: excelentes projetos gráficos, avanços fotográficos e modernos equipamentos permitem que a linguagem impressa ainda consiga suprir as necessidades de um público cada vez mais exigente.
(*) Estudantes do terceiro ano de Jornalismo da Unesp-Bauru, SP