Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Problemas com a Justiça

ÚLTIMAS DE MURDOCH

Maralyn Mattlick, ex-encarregada das edições de domingo do New York Post, registrou queixa contra o jornal na Comissão de Oportunidades Eqüitativas de Emprego (EEOC, sigla em inglês). Segundo a AP [13/3/02], a jornalista diz ter sido despedida pelo diário do australiano Rupert Murdoch por ser mulher e americana. Ela diz que recebeu e recusou proposta de continuar empregada em cargo inferior, ganhando menos ou trabalhando à noite. O publisher do Post, Ken Chandler, alega que Maralyn não estava desempenhando bem sua função e que a mudança de cargo lhe foi sugerida sem redução de salário.

Na queixa consta que seis dos 12 principais dirigentes do jornal são australianos ou britânicos. No entanto, de acordo com o New York Daily News [19/3/02], o Post afirma que apenas quatro de seus 32 editores têm essa origem. Recentemente, em entrevista a uma publicação de negócios australiana, o presidente do diário e primogênito de Rupert, Lachlan Murdoch, elogiou o editor-chefe que demitiu Maralyn. "Na verdade é algo que meu pai fez nos anos 70, e que estou feliz em fazer agora: levar australianos que aprenderam muito e têm sido tão bons competidores para Nova York e Londres, para competirem com os supostos melhores do mundo."

Outro processo que o grupo de Murdoch terá de enfrentar é movido pela francesa Canal Plus, que acusa a NDS, empresa britânica de tecnologia com 80% de participação acionária da News Corp, de ter decifrado e espalhado na internet códigos de seus cartões de TV paga ? smart cards ? causando prejuízo de US$ 1 bilhão. A ITV Digital, concorrente de Murdoch na Inglaterra, usa os smart cards da Canal Plus. Evidências sugerem que a NDS teria contratado um ex-comandante da Scotland Yard para coordenar o trabalho de um hacker. O serviço secreto francês está investigando o caso, pois a Canal Plus, além de empregar muita gente na França, é de propriedade da megacorporação francesa de mídia Vivendi. A NDS nega as acusações e atribui o fato de Canal Plus ter sido vítima de pirataria à "natureza inferior" de sua tecnologia ? informa John Cassy [The Guardian, 18/3/02].