Tuesday, 15 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Quero ser famoso

QUALIDADE NA TV

TIROS NAS ESCOLAS

Em três semanas foram dois tiroteios em escolas americanas. Desde o famigerado massacre de Columbine, de tempos em tempos a população é surpreendida com notícias de adolescentes que disparam tiros de arma de fogo contra colegas. O último caso ocorreu em El Cajon, Califórnia. Três estudantes e dois professores ficaram levemente feridos quando Jason Hoffman, aluno do último ano, disparou com seu revólver.

Daniel B. Wood [The Christian Science Monitor, 26/3/01] diz que além da questão familiar tiroteios em escolas remetem a um problema social: o papel da extensa cobertura da mídia desses incidentes. Scott Poland, presidente da Associação Nacional de Psicólogos Escolares, defende o fim da publicação de fotos das crianças em revistas e da análise de cada faceta de suas vidas como se fossem heróis ou celebridades. "Esse tipo de cobertura não ajuda em nada e ao mesmo tempo sinaliza que essa ação gera atenção intensa."

Analistas há muito sabem que crimes dessa natureza fazem pipocar muitos outros. Quatro dias após o incidente em Santee, também na Califórnia, no dia 5 de março, nada menos que 12 casos de tiroteios similares foram reportados nos Estados Unidos. Mas o caso de El Cajon, a 8 quilômetros de Santee, é relevante justamente porque foi alvo de exame ainda mais detalhado da mídia.

Parte do excesso de cobertura noticiosa ? que inclui entrevistas com professores, amigos e parentes ? foi resultado da expansão de canais a cabo e via satélite, e da competição crescente entre veículos de notícias 24h. Devido ao crescente papel da mídia, muitos analistas e críticos afirmam que a imprensa deveria voluntariamente tomar medidas para exercer mais responsavelmente seus direitos garantidos pela Primeira Emenda.

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