Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Reportagem incendiária


NIGHTLINE

O programa Nightline (ABC), do dia 5/10, levou ao ar reportagem que descrevia um cenário de juízo final, em que esporos de antraz eram liberados no sistema de metrô matando 42 mil pessoas em uma semana. Quatro dias depois, uma estação do metrô de Washington foi fechada após um homem ter vaporizado uma substância que a polícia descobriu depois ser um produto de limpeza. "Coincidência?", pergunta David Bauder [Associated Press, 10/10/01].

Muitos telespectadores ligaram preocupados com a possibilidade de o programa influenciar terroristas. Tom Bettag, produtor-executivo de Nightline, acha que apenas este homem pode responder e questiona se foi mesmo o show ou a intensificação da segurança que o influenciou. Explica Bettag que a cena hipotética do metrô foi retirada de um programa especial sobre terrorismo levado ao ar há dois anos. Na discussão que se seguiu, o âncora Ted Koppel falou com o prefeito de Washington, Anthony Williams, a respeito da preparação da cidade.

Para o produtor, Nightline presta um serviço público ao levantar assuntos difíceis para que o governo possa confrontá-los. "Espera-se de nós [jornalistas] fazer o público olhar à sua volta e pensar. Não é divertido ser quem levanta questões desagradáveis, mas se não o fizermos, quem o fará?"

O homem que vaporizou líquido no metrô foi logo detido pela polícia. Muitas pessoas que estavam no local reclamaram de náusea, dor de cabeça e de garganta, mas a polícia determinou que eram efeitos do spray de pimenta usado pelos policiais. Para Bettag, um ataque terrorista real seria muito mais sofisticado: "Ele quase tem que ser patrocinado por um estado. Não é fácil para um maluco qualquer fazer isto, ainda mais de forma eficiente".

    
    
                     

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