Friday, 11 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

Retratação do NYT

TELETIPO

Em editorial no dia 7, o New York Times se retratou por ter publicado, na primeira página, foto de manifestantes anti-Israel. A única foto da capa de domingo mostrava uma passeata pró-Palestina que envolveu 200 pessoas, enquanto a manifestação de solidariedade a Israel, que reuniu 100 mil, apareceu nas páginas internas. Tanto funcionários quanto leitores reclamaram do destaque dado à primeira foto, e o editorial do dia seguinte reconheceu: a apresentação "deveria ter refletido a reportagem do Times dos eventos, incluindo a disparidade no número de participantes". Para Keith J. Kelly [New York Post, 8/5/02], o mea-culpa não vai acalmar os ânimos de grupos judaicos que pedem boicote do jornal.

A revista financeira Caijing, reconhecida por reportagens investigativas corajosas, está sendo processada por uma companhia imobiliária após ter questionado suas práticas contábeis; a Fountain Corp. entrou com ação em março, alegando que a matéria causou danos à sua reputação. Susan Lawrence [Far Eastern Economic Review, 9/5/02] conta que o Partido Comunista chinês dá as publicações financeiras uma independência maior ? desde que fiquem longe de controvérsias políticas. A editora de Caijing, Hu Shuli, argumenta que tais ações são possíveis porque a Constituição chinesa, embora estipule a liberdade de expressão, não tem leis específicas para protegê-la.

O editor-chefe de um jornal da Rússia central foi baleado e morto no dia 29 de abril. Valery Ivanov, 33 anos, foi fundador do Togliatti Review e integrante da câmara municipal. Para os colegas, o assassinato é uma retaliação à cobertura jornalística do crime organizado; Ivanov também escreveu sobre a corrupção de funcionários locais e criticou os ataques ? criminosos ou fiscais ? contra organizações noticiosas no país. Segundo a Glasnost Defense Foundation, 17 jornalistas foram mortos na Rússia em 2001. Informações da AP (6/5/02).