THE WASHINGTON POST
Em coluna de 21/4, o ombudsman Michael Getler cita artigo de Kevin Merida na Washington Post Magazine sobre o modo como a grosseria tem se tornado mais comum nas relações humanas. "Professores dizem que a rudeza nas faculdades aumentou. No trabalho ela está em alta também. No trânsito é crônica", constata o texto.
Como ouvidor de jornal, Getler é afetado pela crescente falta de educação das pessoas. Diariamente, diversos e-mails chegam à redação ofendendo, agredindo ou ameaçando algum repórter ou o Post em geral.
É comum que as mensagens tenham relação com algum sítio ou organização que critica a mídia e que inicia uma corrente pedindo às pessoas que enviem sua reclamação com determinada formulação. Neste processo, a reputação do veículo de comunicação pode ser manchada para pessoas que vêem a queixa circulando na rede mas não lêem ou acompanham o jornal para ter opinião própria.
Getler ressalta que seu objetivo não é questionar se as críticas que fazem determinadas correntes de e-mail são justas ou não; pelo contrário, há muitas exposições válidas, e várias delas escritas de forma polida. O problema é que, pela própria maneira pela qual são feitas as campanhas na internet, na opinião do ombudsman elas perdem algo de sua legitimidade. Certas pessoas parecem querer reclamar e escrever sobre absolutamente qualquer coisa, e da forma mais deselegante.
Provavelmente, essas mensagens devem fazer os jornalistas ficarem mais propensos a ignorar a crítica que a mudar de postura. Acaba surgindo a tentação de jogar fora uma parte do correio mal-educado, mas, com isso, os e-mails que têm conteúdo sobre o qual vale a pena refletir facilmente poderiam se perder.