Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Seriados como transformadores sociais

TELETIPO

Seriados de ficção têm promovido mudanças sociais e até salvado vidas em alguns países em desenvolvimento, segundo relatos de produtores em encontro promovido pela organização americana Population Communications International (PCI). Na Índia, a série Detective Vijay tem discutido temas como violência doméstica, educação de mulheres e Aids. Na África do Sul, dois terços da população assiste Soul City, programa que também aborda temas de utilidade pública. O sucesso é tanto que uma favela próxima a Pretoria adotou o nome Soul City. A série chinesa Pessoas Ordinárias tem audiência de 800 milhões de pessoas. Contudo, muitas dessas produções esbarram no conservadorismo das suas sociedades. Devika Bahl, diretora de criação de Detective Vijay, explica que ainda não sabe como farão para explicar de que maneira o protagonista contraiu o HIV, pois homossexualismo é tema complicado na Índia. Do mesmo modo, as autoridades chinesas proibiram que em Pessoas Ordinárias algum personagem contraísse Aids por via sexual. Com informações da Reuters [18/11/03].

A cidade americana de Dallas ganhou seu segundo jornal gratuito na semana retrasada. O A. M. Journal Express é mais um desses tablóides feitos com notícias de agências, como os que têm aparecido em diversas metrópoles americanas e mundiais. Com tiragem de 140 mil, foi lançado uma semana depois que o Dallas Morning News colocou produto semelhante na praça, o Quick. Como informa Peter Johnson, do USA Today [17/11/03], o objetivo dos dois diários é, assim como de seus similares, atingir um público mais jovem (entre 18 e 34 anos) que não consome jornais pagos mas que é o favorito dos anunciantes. Jornais grandes que lançam versões menores gratuitas, em geral, têm a esperança de criar uma nova geração de leitores. Só o tempo dirá se a aposta é acertada.

A despeito da tradição de 218 anos com páginas grandes, o Times britânico anunciou que vai trilhar o caminho do Independent e lançar, apenas na região de Londres, uma versão tablóide. O preço e o conteúdo continuarão iguais, mudando apenas o formato, mais adequado para leitura em transporte público. "Será muito diferente do tablóide médio", garante o editor Robert Thompson. Se a experiência der certo, outras praças devem receber a novidade. A News International, proprietária do Times, não deverá encontrar problemas para imprimir o novo jornal, pois já possui dois outros nesse tamanho ? Sun e News of the World. Segundo The Guardian [21/11/03], outros jornais britânicos, como o Telegraph, também estudam lançar tablóides. O Times afirma ter registrado 50% de aumento nas vendas em banca nas regiões em que está disponível sua versão menor, o que serve de estímulo para os concorrentes.