Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Paulo Verlaine

‘O anúncio de página dupla movimenta os meios artísticos fortalezenses. ‘Todo domingo, na compra do O POVO + R$ 6,90 você leva um fascículo’, diz o texto da peça publicitária, acrescentando: ‘Cada fascículo vem acompanhado de dois pôsteres com obras do artista’. Um glossário acompanha o 1º fascículo que circula neste domingo. Foram escolhidos dez artistas: Raimundo Cela, Aldemir Martins, Antonio Bandeira, Chico da Silva, Estrigas, Sérvulo Esmeraldo, Heloísa Juaçaba, Zé Tarcísio, Leonilson e Luiz Hermano.

Maurício Xerez, ex-marchand, ex-diretor do Diário do Nordeste e hoje editor de livros (ABC Editora) telefona para estranhar o fato de o nome do pintor expressionista Barrica (nome artístico de Clidenor de Moura Capibaribe) não constar na Coleção. Barrica, grande incentivador da modernização das artes cearenses, foi um dos fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP).

A leitora Conceição Dornelas também protesta contra a não-inclusão do artista plástico e médico Hélio Rola na Coleção. ‘Nós, que somos da UFC, especialmente da Faculdade de Medicina, gostaríamos de ter as mãos as principais obras do nosso mestre médico e artista plástico’, diz ela.

ARTISTAS PLÁSTICOS II

Sobre o assunto, o diretor de Projetos Especiais do O POVO Cliff Villar assim se pronunciou: ‘Quando formamos uma lista – livros do século XX, clássicos da Bossa Nova, filmes essenciais – sabemos do inevitável risco de não agradar a todos. Afinal, todos temos nossas próprias listas. Nossas próprias opiniões. Ainda bem. No caso especifico dos Artistas Plásticos Cearenses, tomamos os procedimentos necessários para dirimir as polêmicas em torno do processo de escolha. Contratamos uma curadoria. Tal procedimento constitui-se numa ação básica em qualquer avaliação técnica’.

‘Curadoria é acima de tudo um recorte. Outros grandes artistas do Ceará também não estão presentes nesta fase do projeto. Aliás, Ricardo Resende, além de profissional de renome nacional, tem afinidade com as artes plásticas no Ceará, visto que foi curador do Dragão durante anos. A arte sempre será motivo de discussões.

Não existe arte maior ou menor. Existem avaliações dissonantes. Muitas vezes somos colhidos por uma opinião que não comunga com a nossa. Faz parte.Graças a Deus, o Ceará foi abençoado com grandes talentos nas artes. São muitos artistas a serem homenageados. Uma homenagem não exclui outra. Sabemos disso, como cearenses e como profissionais de mídia. O projeto em questão foi pensado com 10 nomes’.

‘Registramos que não existe o conceito dos 10 mais, 10 melhores… Coisas do gênero. Os nomes apresentados são referências locais e não necessariamente ‘mais importantes’ que os não apresentados neste momento. Este é um momento especial para todos nós, cearenses. O momento em que celebramos a nossa terra através da arte destes conterrâneos. Mas não teremos apenas este. Em breve, uma nova edição, com grandes nomes, será apresentada e, depois, sendo o caso, outra’.

FUTURO DAS BARRACAS

A questão das barracas da Praia do Futuro foi um dos temas que deram molho à morna campanha eleitoral de 2008 em Fortaleza. O POVO acompanhou a polêmica, ouvindo todas as partes: Ministério Público Federal, que quer acabar com as barracas e outras edificações construídas em terrenos de marinha, não apenas na Praia do Futuro, mas em toda a costa cearense; Prefeitura de Fortaleza, que procura meio termo para o problema e os proprietários das barracas (estes desejam que as coisas fiquem como estão).

O artigo ‘Essa praia tem futuro’. assinado pelo procurador da República, Alessander Sales e publicado no O POVO (Opinião, 04/9), motivou os seguintes questionamentos do leitor Paulo Rocha: ‘E a avenida Beira Mar, de Fortaleza, também será devolvida ao fortalezense e aos turistas que nos visitam? Será que o MPF desconhece a deplorável e vergonhosa situação do principal cartão postal da capital cearense? Além, da mais de uma centena de biroscas (sem saneamento básico e produzindo alimentos sem as mínimas condições de higiene) espalhadas pela beira da praia, o calçadão da nossa principal orla foi transformado num verdadeiro ‘camelódromo’ (feirinha) que tira do cidadão o seu direito de ir e vir e de desfrutar da beleza do nosso mar. Nada contra o redimensionamento urbanístico da Praia do Futuro, mas será que as ações do MPF, União e Prefeitura de Fortaleza contemplam também a reurbanização da fétida Beira-Mar? ‘

DIA DE LUTA

Deficientes físicos realizaram, último domingo, em Fortaleza, o Dia Nacional de Luta contra o preconceito. O POVO abordou o tema em manchete de página (10, Brasil) ‘MEC pagará mais à escola que investir em alunos especiais’, matéria coordenada ‘Educação inclusiva exige condição adequada de acesso’ e um texto-legenda (2 min visuais) com o título ‘Combater o preconceito’. Na última matéria o enfoque foi dado ao evento ocorrido na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, com apenas uma breve referência a Fortaleza.

Leitores José Mário Silva e Noélia Cavalcante protestam contra o fato de o jornal não ter dado cobertura ao evento local que reuniu centenas de pessoas na avenida Beira Mar.

A editora-executiva do Núcleo de Cotidiano Tânia Alves respondeu: ‘Pauta que inclua pessoas com deficiência é uma das bandeiras do O POVO e sempre tentamos cobrir. Estava na pauta de domingo, dia 21, às 16 horas, a cobertura da caminhada das pessoas com deficiência na avenida Beira Mar. Porém, a repórter ficou doente. E, como nos fins de semana trabalhamos em regime de plantão, não deu para substituir por uma outra pessoa.’ ‘