Saturday, 11 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Mês: janeiro 2003

O debate, as palavras e as utopias

PRESIDENCIÁVEIS NA TV Nelson Hoineff (*) Há um belo filme do cineasta português Manoel de Oliveira em cartaz nos cinemas brasileiros. Chama-se Palavra e Utopia e discorre sobre a perseguição ao padre Antonio Vieira pela Inquisição portuguesa, na segunda metade do século 17. Aos 93 anos, Manoel de Oliveira é talvez o mais velho entre […]

Rolha no rádio e TV só faz bem aos políticos

COBERTURA SEM OPINIÃO Luiz Weis (*) O âncora Boris Casoy tapou a boca, literalmente, no Jornal da Record de terça-feira da semana passada, e a colunista Dora Kramer pôs a boca no mundo, metaforicamente, no Estadão e no JB de sábado último, para protestar contra a determinação da Justiça Eleitoral, baseada em lei aprovada pelo […]

A mordaça nossa de cada dia

COBERTURA SEM OPINIÃO Muniz Sodré A imprensa pouco se importou com a proibição pelo Congresso Nacional de que os meios de comunicação comentem, durante o período de campanha eleitoral, o comportamento dos políticos. Pouco se comenta, ademais, sobre o dispositivo da lei eleitoral que faz um deputado depender da permissão de seu partido para dar […]

Cuidados com o marketing da isenção

IMPARCIALIDADE & BADALAÇÃO Alberto Dines Badalar virtudes acaba sendo vicioso, não existem santos gabolas. Fazer as coisas corretamente é obrigação, suspeito é vangloriar-se delas. Na atividade jornalística, recato é atributo essencial não apenas por razões morais mas igualmente táticas. Como jornais saem todos os dias (e revistas noticiosas, todas as semanas) e como nas respectivas […]

Ganhou a mídia? Ganhou a crítica da mídia

1? TURNO, BALANÇO Alberto Dines Esta avaliação está sendo escrita antes das 17 horas de domingo, 6/10, portanto antes de divulgadas as pesquisas de boca-de-urna ou projeções dos primeiros números fornecidos pela Justiça Eleitoral. Não se trata de conveniência pessoal ou autoflagelação. Este é um deadline imposto por um compromisso moral ? desvincular qualquer análise […]

Margem de erro agrava pesquisite

2? TURNO, AGENDA ? 1 Alberto Dines Uma taça de vinho à noite não faz mal a ninguém, mais de uma é porre na certa. Sondagens periódicas podem orientar eleitores e candidatos; mas duas por semana, produzidas por quatro institutos, hiperbadaladas, fazem mal. Intoxicam. Confundem. Sobretudo quando berradas em manchetes e sem cuidados na interpretação. […]

Dia de eleição não deve ter pesquisa

2? TURNO, AGENDA-2 Alberto Dines É claro que isto depende de legislação e aprovação do Congresso, mas se é para aperfeiçoar o processo eleitoral e evitar distorções ou manipulações futuras, os meritíssimos juizes eleitorais precisam ter a coragem de enfrentar a ira do baronato mediático e proibir a divulgação de pesquisas pelo menos nos dois […]

Marqueteiro e pesquisa, o ovo e a galinha

2? TURNO, AGENDA-3 Alberto Dines Onde começa e quem começa o processo de simplificação política, não se sabe. Sabe-se que é exacerbado pela mídia porque ajuda a vender e a criar expectativas. Sabe-se, também, que há um encadeamento direto e lógico entre a devoção às amostragens e a mitificação dos profissionais de marketing político. Um […]

Carta do achamento das eleições

VOZ DAS URNAS Deonísio da Silva (*) Senhor, Posto que outros escrevam a Vossa Alteza Real e também a seus asseclas, que adoram receber relatórios de todos os tipos, nos quais dão apenas uma olhada assim por cima, ainda assim deixarei de dar minha versão dos achamentos das mais recentes eleições. Meu propósito é antes […]

Na aparência, tudo sob controle; no fundo, tudo na mesma

OBSERVATÓRIO ELEITORAL Alberto Dines É consensual: a cobertura eleitoral parece mais equilibrada. Os veículos esforçam-se para não mostrar opções ostensivas. Às vezes conseguem. Mas a verdade é que o sistema tende a sofisticar-se. As marotagens ficam mais sutis. A esta altura da temporada um veículo pode dispensar-se de apoiar um candidato mas forçar a mão […]

A urna é uma festa, mas…

MORDAÇA DO TSE Alberto Dines Alta temporada, disputa na reta final: começou na terça-feira (20/8) o horário eleitoral (que não é gratuito). A análise desta inusitada campanha capaz de entrar em nossos anais cabe aos analistas políticos e politicólogos, mas a este Observatório não deve escapar o fato de que, se há algo a festejar, […]

O poder do papel impresso

MÍDIA-MÃE Osvaldo Martins (*) As eleições deste ano são um exemplo a mais a reforçar a tese de que os jornais diários e as revistas semanais constituem-se no campo de observação mais seguro dos pesquisadores interessados em aferir o impacto da informação na opinião pública. A revista Época que circulou dia 7 de outubro, exibe […]

O espaço das candidaturas na imprensa diária

COBERTURA ELEITORAL Alexandre Martins (*) A candidatura de José Serra foi a que teve maior destaque na imprensa brasileira durante os seis primeiros meses de cobertura das eleições presidenciais de 2002. Essa constatação feita pelo IBEC foi possível a partir de uma pesquisa iniciada em 1? de janeiro deste ano eleitoral, com a análise dos […]

O voto e o lugar das boas intenções

OBSERVATÓRIO ELEITORAL Deonísio da Silva (*) "Eu tenho uma tesourinha/ que corta ouro e marfim/ serve também para cortar/ Línguas que falam de mim." [Marchinha da autoria de Sinhô, executada no carnaval de 1919] De boas intenções o inferno está cheio, disse, repetiu e tem sido repetido por muitos, há dez séculos, um teólogo francês, […]

Um jogo mais limpo do que parece

HORÁRIO ELEITORAL Luiz Weis (*) O compromisso primário do jornalismo é com a verdade dos fatos. O compromisso primário da publicidade é com a verdade dos anunciantes. Por causa dessa diferença, jornalistas em geral têm surtos de urticária quando ouvem falar em propaganda e consideram a palavra o outro nome da mentira. Quando a mercadoria […]

O voto e as escolhas da mídia

COBERTURA ELEITORAL J.S.Faro (*) Está chegando a hora da verdade para os grupos de mídia brasileiros, especialmente para aqueles que têm veículos de informação entre os vários investimentos que fazem na área da comunicação. E está chegando a hora da verdade por um motivo muito simples: como são grupos que ancoram sua existência empresarial no […]

A imprensa e os candidatos

COBERTURA DAS ELEIÇÕES Alexandre Martins (*) Durante 273 dias (de 1? de janeiro a 30 de setembro deste ano) o Instituto Brasileiro de Estudos da Comunicação (IBEC) extraiu, mediu e analisou os conteúdos de tudo o que os dez dos mais influentes jornais e revistas da imprensa brasileira publicaram a respeito da campanha eleitoral à […]

A degradação da Veja

COBERTURA ELEITORAL Luiz Weis (*) A ilustração da capa da edição da Veja (n? 1.774) que circula com data de 23 de outubro é de ver ? uma, duas, muitas vezes ? para crer. No Brasil de hoje, ela dá um novo e degradante significado ao que ingleses chamam gutter press (imprensa de esgoto). Uma […]

A cibereleição e os ciberjornalistas

COBERTURA ELEITORAL Nilson Lage (*) Vinte anos depois do escândalo da Proconsult, denunciado por um jornalista caprichoso que contou votos, urna por urna, na eleição para governador do Rio de Janeiro, e provou que o programa de totalização do Tribunal Regional Eleitoral estava fraudado, chegamos, enfim, ao momento em que isso é impossível: não há […]

Balancete à procura de um gestor

COBERTURA ELEITORAL Gilson Caroni Filho (*) Definida como um conjunto de práticas e idéias que se reforçam por ação recíproca, a hegemonia é um processo que tende a se impor como produtora de sentidos nos mais variados campos da vida social. Da imprensa aos partidos, atravessando estruturas familiares e processos pedagógicos, o pensamento hegemônico se […]