Monday, 13 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Um ícone do jornalismo esportivo

[do release da editora]

O livro é uma homenagem ao maior ícone do jornalismo esportivo deste país, que irá comemorar no mês de dezembro 70 anos de carreira, 66 da fundação da Rádio Globo e 63 anos de casamento com a atriz Daisy Lúcidi. A biografia autorizada de Luiz Mendes descreve a vida do ‘comentarista da palavra fácil’, desde sua infância, no interior do Rio Grande do Sul, até a análise da Copa do Mundo da África do Sul, passando por todas as etapas da vida pessoal e profissional de Luiz Mendes e suas 16 Copas do Mundo.

Dividido em 10 capítulos, o livro revela ao público fatos e histórias marcantes da vida de Luiz Mendes. Fatos estes que se misturam com a própria história do nosso país, do futebol, do rádio e da TV brasileira. Durante a narrativa, o leitor descobrirá que foi Luiz Mendes quem primeiro deu a notícia do fim da Segunda Guerra Mundial, que foi Luiz Mendes quem criou o repórter de campo, que foi de Mendes a ideia de criar A Grande Revista Esportiva Facit, a primeira e melhor mesa-redonda da história da televisão brasileira e a inesquecível TV Rio Ringue.

Nas páginas de Minha Gente, o leitor irá se emocionar com a vida simples e a luta do menino Luiz Mendes para vencer o preconceito da família e trabalhar no futebol; ficará encantado com o amor de novela de Luiz Mendes e Daisy Lúcidi, que começou pelas ondas do rádio no fim da década de 30, se concretizou na Rádio Globo e dura até hoje.

Levado pelo enredo, o leitor desvendará as inúmeras coincidências que marcam a vida de Luiz Mendes e irá navegar nas lembranças tantas desse gaúcho fundador da Rádio Globo e da TV Rio, que, aos 14 anos, em 1938, apaixonou-se pela narração esportiva e em 1950 já era o locutor principal da Rádio Globo.

Depoimentos sobre o mestre

O leitor de Minha Gente irá se extasiar com as minúcias e os detalhes das Copas do Mundo, desde 1938, e sofrerá de novo com as nove inflexões diferentes da narração de Luiz Mendes para o gol de Gighia, que decretou a vitória do Uruguai na final da Copa de 50 e calou o Maracanã e o Brasil.

A biografia releva também os amigos, as saudades e as seleções de Mendes, assim como algumas das mil e uma histórias do mestre e as estripulias de seus amigos João Saldanha e Nelson Rodrigues, durante A Grande Revista Esportiva Facit. Minha Gente traz ainda as hilárias aventuras de viagens de Mendes ao lado dos maiores nomes do rádio esportivo, como José Carlos Araújo, Deni Menezes, Washington Rodrigues, Mário Vianna, Jorge Curi, Doalcey Camargo e Waldir Amaral.

Enfim, o leitor de Minha Gente irá rir e chorar, enquanto viaja na história do futebol, do rádio e da TV, através do olhar do mestre e o peso dos seus 70 anos de carreira.

No último capítulo, chamado ‘Ao Mestre, com Carinho’, a esposa, Daisy Lúcidi, fãs, companheiros e grandes amigos do rádio e da televisão falam da admiração e da importância de Luiz Mendes para a crônica esportiva. Entre eles, José Carlos Araújo, Teixeira Heizer, Juca Kfouri, Renato Maurício Prado, Álvaro de Oliveira Filho, Maurício Torres, Milton Leite, José Roberto Wright, Gilson Ricardo, Eraldo Leite, Maurício Noriega, Pedro Ernesto Denardin, Eraldo Leite e Mário Marra.

Trechos do livro

** Silêncio absoluto no maior estádio do mundo. O Maracanã parou e quase se podia tocar o silêncio, de tão pesado e palpável que era. De vez em quando, o barulho do silêncio era entrecortado por um soluço ou um choro compulsivo mesmo. (…) Recordo-me até da jogada do gol fatal e da forma como o descrevi: ‘Gighia driblou Bigode, Bigode caiu, tentou um carrinho, Gighia o ultrapassou assim mesmo, se aproxima da linha de fundo, chuta Gighia, gol do Uruguai’.

Eu próprio fiquei tão perplexo na hora do gol, que dei nove inflexões diferentes ao gol. Eu fui narrando normalmente, ‘Gol do Uruguai!’. Depois, gol do Uruguai? Gol do Uruguai, senhores! Gol do Uruguai… Gol do Uruguai… E fui assim, trocando de inflexão, até chegar à nona. Acho que fiz aquilo para despertar a mim mesmo e começar a falar como havia sido o gol, o que tinha acontecido e o que poderia acontecer, pois faltavam poucos minutos para o final da partida. Naquele momento, senti que a Copa do Mundo estava indo embora como água que corre pelos vãos dos dedos, algo que não se consegue segurar. O sentimento era cristalino. (…) Foi uma coisa terrível.

** A cobertura da conquista da primeira Copa do Mundo pela seleção brasileira, em 1958, na Suécia, foi a emoção mais forte que vivi em minha vida profissional. Tanto que meus olhos se encheram de lágrimas tão logo gritei ‘Brasil, campeão do mundo de 1958.’ Como dizem por aí, a primeira vez a gente nunca esquece! E nunca esqueci mesmo. A conquista do nosso primeiro título, além de lavar nossa alma, deu início, com justiça, ao mito de que o Brasil tem o melhor futebol do mundo.

** O dia em que Scassa quis proibir a entrada de Deus no Maracanã. Houve uma noite em que o Nelson se referiu a uma vitória do Fluminense como sendo ‘uma vitória santa do tricolor’, o que imediatamente provocou a reação ríspida do Scassa. Ele interrompeu a fala de Nelson, dizendo que a vitória se devia única e exclusivamente à competência da equipe do Fluminense e não tinha nada a ver com questões religiosas. Nelson, então, prosseguiu como se não tivesse sido interrompido e encerrou o assunto de forma inesquecível, afirmando: ‘Vejam só, amigos! O Scassa está querendo proibir a entrada de Deus no Maracanã, como se Deus fosse um carona abominável.’