Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Artigos de Mauro Malin

Quanto vale a Vale? 

O Brasil recebeu atestado de país sério de Jacques Chirac. Tenham a santa paciência! Ser espinafrado por de Gaulle ainda vai, ser redimido por Chirac é impensável. Aliás, isto já dá uma certa razão ao velho de Gaulle. Não somos tão sérios assim. Por sinal, de vez em quando deixamos escapar uma ou outra patuscada.  […]


"Corretores" ortográficos

O Estadão publicou uma nota no Caderno de Informática em 17 de fevereiro. O Jornal do Brasil, em entrevista de Napoleão Mendes de Almeida publicada no dia 22 de fevereiro (1), também se refere ao assunto. A Folha deu capa do caderno Informática. Trata-se dos "corretores" ortográficos.  Estadão e JB abordam o tema acriticamente. A Folha, no caso mais cautelosa, faz críticas mornas, mas usa […]


"Corretores" ortográficos

O Estadão publicou uma nota no Caderno de Informática em 17 de fevereiro. O Jornal do Brasil, em entrevista de Napoleão Mendes de Almeida publicada no dia 22 de fevereiro (1), também se refere ao assunto. A Folha deu capa do caderno Informática. Trata-se dos "corretores" ortográficos.  Estadão e JB abordam o tema acriticamente. A Folha, no caso mais cautelosa, faz críticas mornas, mas usa […]


A Peneira

O artigo 222 da Constituição, que estabelece uma reserva de mercado em favor dos proprietários de empresas jornalísticas, está começando a ficar com cara de "queijo suíço", metáfora do delegado de polícia e senador Romeu Tuma para referir-se à vulnerabilidade do Aeroporto de Guarulhos ao tráfico de drogas e ao contrabando. A necessidade de capitais […]


As alças do caixão

Era 1968 e havia o camarada Caldas. No dia 28 de março, o estudante Edson Luís foi morto pela tropa de choque da PM da Guanabara. Também estudante e repórter do Jornal do Brasil, chocado e tenso como tanta gente, fui ao velório na Assembléia Legislativa. Tumulto à beira do caixão, os oradores discursavam sem ser […]


Como seria um perfil equilibrado do jornalista Paulo Francis?

1) "O Francis tinha um papel meio exótico, extravagante, na imprensa brasileira. Era um profissional bem-sucedido, que ficava como correspondente em Nova York para falar sobre o Brasil, um país que ele detestava e não conhecia"…  2) "Era uma idéia que ele cultivava e representava, a do pensamento metropolitano. A de que na vida intelectual existe uma […]


'A mídia no Brasil tem criado bandidos e heróis totalmente falsos'

O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA ouviu a advogada criminalista Flora Strozenberg, do Rio de Janeiro, sobre o comportamento dos meios de comunicação no julgamento do ator Guilherme de Pádua, condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato da atriz Daniella Perez.  Flora Strozenberg, carioca, foi aluna de Fernando Henrique Cardoso e Francisco Weffort no curso de Ciências […]


Numerologia da confusão mental

Está em pleno curso nos principais jornais de São Paulo nova praga de estatísticas manipuladas e manipuladoras sobre criminalidade e insegurança, fenômenos que nenhuma autoridade responsável consegue, quando tenta, enfrentar.  Em 31.1.97, a Folha de S. Paulo estampou título forte: "Uma pessoa é morta por hora na Grande SP", rubrica "Violência", sobretítulo "Criminalidade cresce em 96". Só […]


Desde que o mundo é mundo

É árdua a tarefa das autoridades dispostas a enfrentar o crime e a violência.  Entre outras razões porque implica mexer com a atividade profissional de uma rede gigantesca de interesses.  Aí vai uma lista precária: bandidos e receptadores, advogados, promotores, juízes, empresas de seguros, policiais civis e militares, carcereiros, militares propriamente ditos (o Exército fiscaliza […]


De orelhada

É uma pena que um jornal do Rio de Janeiro, O Globo, tenha evocado o escritor Antonio Callado, em 2/2/97, com uma reportagem que começa assim:  "Viajante apaixonado, Antonio Callado transformou em literatura os lugares que mais amou. Foi assim com Quarup, ambientado no Xingu, e Memórias deAbraham House, que se passa na casa onde ele viveu, nos arredores […]


Conhecimento versus opinião

Rádio é o meio mais furiosamente opiniático que existe, o que se explica em parte pela facilidade de fazê-lo. A matéria-prima do rádio é a fala. E quanto mais fala há no rádio, menos ela é editada.  Editar pressupõe tratar um material já existente, organizá-lo no espaço (no caso do rádio, apenas no tempo; no da […]


Artes e truques

Francelino Pereira foi presidente da Arena (filha da UDN e mãe do PDS, que é pai do PFL, do PPB e de alguns filhotes bastardos) no governo do general Geisel. Hoje é senador pelo PFL. Celebrizou-se com a frase patética "Que país é este?"  Foi em 1975. A ontológica dúvida persiste. Sendo ontológica, ou seja, […]


Tão perto e já tão distantes

Pobres mortos de Minas Gerais, que um dia foi parte da capitania de São Paulo e Minas de Ouro. A revista Veja reduziu seu amargo destino a textos-legendas (ver Edições mirradas, deveriam ter desconto). Os grandes jornais de São Paulo e do Rio, vizinhos que têm laços culturais profundos com a terra e o povo mineiro, não escaparam […]


Fluidez, permanência e interatividade

No final do artigo que escreveu para esta edição, Heródoto Barbeiro refere-se a um fenômeno inerente ao rádio e à televisão: a pessoa ouve apenas uma parte do noticiário e "julga o todo pela parte que ouviu".  Isto é possível no domínio da palavra oral, mas não na imprensa propriamente dita. A palavra oral implica […]


Deduções infantis

Em matéria de números forjados, o caso das crianças abandonadas é dramático. Na página 341 de Uma história íntima da humanidade, que a editora Record lançou em novembro passado, Theodore Zeldin, historiador da Universidade de Oxford, escreve: "Cerca de sete milhões de crianças vivem hoje nas ruas do Brasil, lado a lado com gatos desgarrados", etc.  […]


Britânicos exaltados

Nem só de caviar vive o homem, nem só de imprensa brasileira vive o OBSERVATÓRIO.  Há meses, preenchi um formulário que me permite receber, via correio eletrônico, um resumo do noticiário internacional gentilmente enviado pela revista The Economist. É prático: duas ou três linhas sobre cada assunto e tem-se uma panorâmica do que seria mais relevante […]


Esquizofrenia e mentira

Zuenir Ventura fez graçola com frango e iogurte, no Jornal do Brasil (21/12/96), para contestar o balanço da realidade nacional apresentado dias antes por Fernando Henrique Cardoso, e acabou colocando, dubitativo, o dedo numa ferida: "Não se tem o direito de duvidar dos números do presidente, todo mundo conhece sua integridade moral. (….) Não acredito que a […]


Adeus às desilusões

Para servir competentemente a sociedade, e crescer com ela, a imprensa brasileira terá que realizar nos próximos anos uma tarefa crítica: parar de acreditar nas ilusões que forjou. Compreender de uma vez por todas que o Brasil real não é o Brasil que vinha emergindo das páginas de jornais e revistas.  Jornais e revistas contribuíram […]


Fim de ano, fim da picada

O Estado de S.Paulo conseguiu a proeza de estampar em sua primeira página um título em que se noticia que o ano vai terminar:  "Chega ao fim o ano em que cinema nacional renasceu".  Podia ser pior:  "Ano em que o cinema nacional renasceu chega ao fim".  Ou pior ainda:  "Cinema nacional renasceu em ano que chega […]


Emissoras comerciais perdem audiência para rádios comunitárias

A ex-deputada Irma Passoni declarou ao OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA que se sente reconfortada ao ver que há reação à campanha movida por emissoras de rádio contra o que chamam de "pirataria".  – Essas emissoras fazem propaganda inconstitucional, discriminatória, quando se vangloriam de usar em sua programação "linguagem do Sul", por oposição a falas de outras […]