Saturday, 11 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Um olhar sobre o MSN

Chegado ao Brasil em 2000, o MSN Messenger, programa de comunicação instantânea da Microsoft, conhecido popularmente apenas como MSN, logo obteve grande repercussão entre o público jovem por ser de fácil acesso e praticidade de diálogo, de forma que, em 2003, tornou-se o serviço de conversação mais utilizado pelos internautas. Na nova sociabilidade hoje estabelecida, ocupa um papel importante, não podendo ser descartado em qualquer análise que se faça do ser e estar no mundo contemporâneo.

Desde sua criação, o MSN vem evoluindo, sendo a versão 7.5 uma das mais inovadoras, na medida em que trouxe diversos complementos para animar as conversas: o que antes era para ser apenas um jeito mais fácil de comunicação, acabou transformando-se num incrível divertimento para seus usuários. Além de emoticons, tanto estáticos quando animados, transferência de arquivos e jogos, essa versão trouxe também a possibilidade de colocar uma foto junto do nick (pseudônimo), facilitando a interação.

Para os usuários do MSN atual, versão 2011, essas inovações do 7.5 são coisas do passado, comparando-se com as de agora. Presentemente, ganha força crescente a modalidade de vídeo do MSN que funciona à semelhança de uma videoconferência, quando a comunicação se dá através de imagem e áudio. Com isso, passa-se de um modelo de mensagens com linguagem rudimentar, de escrita muito próxima da fala, para outro baseado diretamente na voz (e na imagem), mais rápido e calcado em outras habilidades.

Mediação tecnológico-empresarial

Todas essas frequentes inovações no MSN têm como objetivo manter os utentes conectados o maior tempo possível. Tal estratégia vem obtendo resultados positivos, pois progressivamente mais os indivíduos preferem comunicar-se desta maneira, também por poderem interagir com diversas pessoas ao mesmo tempo, de diferentes lugares, fazendo o utilizador sentir-se rodeado de amigos, ainda que isto não passe de uma ilusão, na maioria das vezes. Sem dúvida, a comunicação internética não é exclusiva, mas é condicionadora.

As conversas entre amigos – e outros tantos tipos de intercâmbio, como no mundo profissional, o que não é o foco deste artigo – cada vez mais passam a receber mediação tecnológico-empresarial, um dado que já vinha da telefonia, mas que não se reproduzia com tanta dimensão. Se as repercussões disso no futuro são ainda desconhecidas, também se deve admitir que, nas sociedades complexas, o contato direto, presencial, foi dificultado pela própria extensão das distâncias e a ampliação substancial dos horizontes relacionais.