Sunday, 12 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Dois jornalistas assassinados por terroristas no Mali

Dois jornalistas franceses foram “friamente assassinados” por “terroristas” no Mali, segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. Enviados especiais da Radio France International (RFI), Claude Verlon e Ghislaine Dupont foram sequestrados depois de entrevistar um membro do grupo separatista tuaregue Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), que luta pela autonomia da região Norte do país africano.

Seus corpos foram encontrados por uma patrulha francesa a 12 quilômetros de Kidal, berço de uma revolta tuaregue ocorrida ano passado e que mergulhou o Mali no caos, levando a um golpe de Estado e à ocupação da parte Norte do país por militantes ligados à al-Qaida. Uma intervenção militar liderada pela França expulsou os militantes, mas ainda há focos de conflito.

Adama Kamissoko, governador da região de Kidal, disse que seguranças franceses e malis se juntaram para investigar o ataque, mas Fabius culpou os militantes que operam na região. “Os assassinos são aqueles que estão lutando, os grupos terroristas que recusam a democracia e as eleições”, disse Fabius, chamando os crimes de “hediondos e repugnantes”. “A segurança em Kidal e nas proximidades, especialmente para os franceses, será aumentada”, acrescentou.

Repórteres eram experientes

Ontem [sábado, 2/11] de manhã, o presidente francês François Hollande convocou uma reunião de emergência e manifestou “indignação diante desse ato odioso”. Um inquérito por sequestro e assassinato foi aberto pelo Tribunal de Paris. “A execução dos dois jornalistas da RFI em serviço é revoltante” condenou, em entrevista à rádio, o secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras, Christophe Deloire.

Segundo a RFI, os dois conheciam bem a África e o Mali, eram repórteres experientes e estavam acostumados a missões difíceis. A agência informou que Ghislaine tinha 57 anos e trabalhava na empresa desde 1990. Já Claude Verlon tinha 55 anos e estava na RFI no ofício de técnico de som desde 1982. Diretores da rádio foram ao Mali recuperar os corpos e devem voltar hoje à capital francesa.