Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Cibercafés sofrem repetidos ataques em Gaza

Proprietários de cibercafés na Faixa de Gaza pediram às forças de segurança da Autoridade Palestina (AP), na semana passada, que sejam tomadas providências severas para impedir os ataques recorrentes a suas lojas. No dia em que os comerciantes fizeram o apelo, uma bomba havia explodido em um cibercafé na cidade de Jabalya. Ninguém ficou ferido no ataque – o terceiro do tipo em menos de uma semana e o 48º nos últimos cinco meses –, mas o local foi completamente destruído.

Além dos cibercafés, lojas que vendem fitas-cassete, DVDs e CDs também passaram a ser alvo de violência. As forças de segurança da AP alegam que um grupo radical islâmico que começou a atuar na Faixa de Gaza no ano passado, chamado Suf al Haq Islamiya (algo como ‘Espadas da Honra Islâmica’), é o responsável pelos incidentes. Acredita-se que o grupo seja uma ramificação da al-Qaeda.

Assassinos

Nem mulheres foram poupadas da violência: algumas chegaram a ser atacadas por membros do Suf al Haq Islamiya que consideraram que estavam vestidas de maneira inadequada. ‘Este é um grupo perigoso de assassinos que está usando o Islã como pretexto para realizar seus crimes’, afirmou um funcionário da AP na Cidade de Gaza. ‘Estas pessoas estão distorcendo a imagem do Islã’.

O ministro da Informação da AP, Mustafa Barghouti, afirmou que o governo realizaria uma reunião urgente para discutir o crescente estado de anarquia, particularmente na Faixa de Gaza. Majed Abu Shamaleh, do partido Fatah, informou que escolas e faculdades também foram alvos de ataques nos últimos meses. ‘Os ataques a cibercafés são um sinal de deterioração cultural e intelectual na Palestina. A internet se tornou uma fonte barata e fácil de educação’, opina. Informações de Khaled Abu Toameh [The Jerusalem Post, 5/4/07].